Domingo, 26 de
julho de 2015.
Evangelho de Jo 6,
1-15
Jesus encontrou
grande resistência e oposição pelas autoridades religiosas dos judeus, em
Jerusalém, que queriam até matá-Lo. Neste capítulo 6 Jesus está na Galileia,
terra de gente pobre, desprezada e explorada pelas autoridades da capital. Essa
gente pobre não rejeita Jesus, mas o
aceita, o acolhe e o segue por causa dos inúmeros milagres que Ele fazia. Era uma
multidão que o seguia e a sua fama aumentava cada vez mais.
O texto de hoje fala
de Jesus que atravessa o mar da Galileia, que sobe ao monte e se assenta,
cercado por uma multidão que ele organiza, saciando-lhe a fome. O texto situa
esses acontecimentos às vésperas da Páscoa.
A Páscoa era a maior festa dos judeus, festa em que eles
comemoravam a saída do Egito, a sua libertação das mãos do Faraó, a travessia
do mar Vermelho, o maná no deserto, os cuidados que Deus teve com eles no
deserto. Jesus fará um milagre que lembra o Maná do deserto que o povo comeu
durante 40 anos.
Jesus inaugura o novo
êxodo e a passagem definitiva para a vida. Assim, a travessia do mar da
Galileia recorda e supera a passagem do mar Vermelho. Jesus, a liderança que
Deus concedeu à humanidade, é o novo Moisés, superando-o. A subida de Jesus ao
monte recorda Moisés no Sinai recebendo o contrato da aliança entre Deus e o
povo; o pão que Jesus distribui recorda o maná no deserto, e assim por diante.
Como na festa de
casamento, em Caná da Galileia, onde faltara vinho, aqui também, Jesus deixa as
pessoas perceberem, sentirem, que não há alguma solução humana, para depois Ele
intervir, mostrando seu poder de operar milagres.
Então Jesus interroga
Filipe, mesmo sabendo o que fazer. Filipe responde que “duzentos denários”,
isto é, o salário de quase um ano de trabalho de um homem não daria para
comprar pão para todos, pois era uma multidão. Isto sem falar onde conseguir
tantos pães, mesmo tendo dinheiro.
André, cujo
significado do nome é humano, havia
encontrado um menino com cinco pães de
cevada e dois peixes. Esse alimento não significava nada diante da multidão
faminta que seguia Jesus. O pão de cevada era o pão dos pobres, pão de baixa
qualidade.
Jesus manda o povo
sentar para a refeição, pois ele também estava sentado. O gesto de sentar tem
um significado importante, pois somente pessoas livres é que sentavam para
tomar refeição, os escravos não sentavam. É como Jesus estivesse dizendo para
aquela multidão: vocês são livres, nada poderá oprimi-los mais.
Em seguida Jesus
pegou os pães, deu graças e distribuiu aos que estavam sentados, tanto quanto
queriam comer. Fez o mesmo com os peixes. Dar graças a Deus é reconhecer que os
bens da criação pertencem ao Criador que
criou as coisas para o bem de todos, sem exclusão. O gesto de Jesus significa
liberdade e vida para todos. O ensinamento dele não visa acumular para depois
distribuir. E sim partilhar o que cada um tem, para que todos fiquem saciados.
Esta é a verdadeira Eucaristia: o dom
de Deus, associado ao esforço das pessoas, que visam a partilha, a fraternidade
e a igualdade.
Diante do prodígio
realizado por Jesus, o povo queria elegê-lo Rei à força, por isso Jesus se
retira sozinho para o monte. O povo não entendeu o significado do milagre. A
multidão tinha interesse pelo pão material, pelo lado político, que poderia
usar Jesus para seus fins nacionalistas. Jesus percebe o interesse no bem terreno, político, não entendendo o
MILAGRE, ou seja, seu lado messiânico, não perceberam que o “Reino de Deus” já
estava entre eles. Somente através de sua morte Jesus chegará a ser rei.
Somente através da sua morte será o verdadeiro “pão da vida”.
Jesus sabia que se
aceitasse a liderança política contra os romanos, estragaria irremediavelmente
sua obra espiritual, já que seu “Reino não é deste mundo” (Jo 18,36). Por isso,
para esfriar o entusiasmo e a exaltação popular de cunho político, Jesus se
retira sozinho sem discutir com ninguém.
Quando agimos com
liberdade, humanidade e maturidade, o pouco se torna muito e até sobra. Se a
humanidade aprendesse a partilhar, todos teriam o necessário e o suficiente, e
ainda sobraria muito. A partilha é um sinal de como deveria agir a comunidade
dos que seguem Jesus.
Também saber
agradecer a Deus, que em sua bondade infinita, nos dá tanta coisa como o
alimento de cada dia. Saber rezar nas refeições e rezar sempre e em todos os
momentos importantes de nossa vida. E não só nas horas de dificuldades.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Maria de Lourdes; um grande abraço a todos vocês deste SITE: todas reflexões são ótimas. Deus abençoe todos vocês.
ResponderExcluirMaria de Lourdes; um grande abraço a todos vocês deste SITE: todas reflexões são ótimas. Deus abençoe todos vocês.
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