02- DOMINGO - Evangelho - Jo 6,24-35
Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá
sede.
Este Evangelho narra que, após a multiplicação dos pães, Jesus se
retirou, mas a multidão foi procurá-lo. Quando o encontraram, Jesus desabafou:
“Estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e
ficastes satisfeitos”.
Com essas palavras, Jesus quis ajudar as pessoas que o procuravam
avidamente, a entenderem que o motivo era bastante egoísta e puramente
material: queriam mais pão de graça. Segundo Jesus, o povo não entendeu o
principal, o motivo por que Jesus havia multiplicado os pães, que era para
provar que ele é o Deus encarnado, que sacia todas as sedes e todas as fomes do
mundo, e que portanto as pessoas precisam crer nele. E Jesus aproveitou para
dar um conselho: “Esforçai-vos, não pelo alimento que se perde, mas pelo
alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois
este é quem o Pai marcou com o seu selo”.
Então algumas pessoas perguntaram-lhe: “Que devemos fazer para
realizar as obras de Deus?” De acordo com a orientação dos doutores da Lei, por
esta expressão eles entendiam: oração, jejum, esmolas, dízimos, ritos, purificações
etc. Mas Jesus declara: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele
enviou”. Percebemos que Jesus centralizava a conversão na fé nele, na união com
ele, no seguimento dele, que é o enviado de Deus.
E alguns judeus perguntaram: “Que sinais realizas, para que
possamos ver e crer em ti?” Essa pergunta eles sempre faziam, porque não tinham
fé, pois Jesus vivia fazendo sinais. E recordam a cena do maná, que está
narrada na primeira Leitura. Jesus responde que não foi Moisés, e sim Deus Pai
que mandou o maná. E agora este mesmo Deus lhes manda o pão verdadeiro, que é o
próprio Jesus, pão fortíssimo que, quem dele comer não terá mais fome. Este é o
pão verdadeiro, do qual o maná era apenas uma figura.
“Eu sou o pão da vida.” A samaritana, quando ouviu Jesus dizer que
é uma água viva e quem bebe nunca mais terá sede, ela pediu: “Senhor, dá-me
dessa, para que eu não tenha mais sede, nem tenha de vir aqui tirar água” (Jo
4,15). Também aqui o povo continua interessado apenas no “terra a terra”, e
pede: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. Jesus estão explica: “Quem vem a mim
não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”. Portanto, mais uma
vez é um convite ao povo a sair de interesses apenas materiais e pensar na vida
eterna.
Jesus é o pão da vida, selado por Deus Pai com a divindade e
entregue às pessoas humanas para trazer vida a todos. Mas essa iniciativa
amorosa de Deus só chega a nós se tivermos fé e praticarmos boas obras.
Portanto, precisamos “esforçar-nos, não pelo alimento que se perde, mas pelo
alimento que permanece até a vida eterna”.
Vemos uma ligação clara entre a multiplicação dos pães, o maná e a
eucaristia. Resta para nós saciar-nos continuamente do pão da vida que é Jesus,
e assim saciar a nossa sede de paz, nossa fome de justiça, e assim construir a
fraternidade na esperança e na alegria. Precisamos viver não como os pagãos,
mas como criaturas novas, embriagados pelo Espírito que constrói a santidade
verdadeira.
A febre do bem-estar, à base do ter e consumir, é talvez o ideal
mais comum na vida das pessoas de hoje. Mas a busca do mero pão material, do
ter e do gastar, deixa-nos interiormente vazios. São interessantes as
perguntas: O que é que procuramos? Qual é o centro da nossa vida?
Havia, certa vez, três homens súper pobres que sempre iam a uma
padaria pedir pão. Um dia, o dono da padaria resolveu fazer um teste com eles.
Quando os três chegaram, ele foi lá dentro e voltou, com o auxílio dos
funcionários, trazendo três sacos cheios. Um continha pães, o outro farinha de
trigo e o terceiro sementes de trigo. Colocou os sacos na frente dos homens,
explicou o que havia dentro e pediu que eles escolhessem.
O primeiro, apressadamente, pegou o saco de pães e foi-se embora
contente. O segundo pegou o saco de farinha e também foi embora feliz. O
terceiro não teve escolha: ficou com o saco de sementes. O padeiro perguntou se
ele estava triste por isso. Ele, com um largo sorriso, respondeu: “De modo
nenhum! Pois vou plantar estas sementes e terei pães em casa por muitos anos!”
Agradeceu e foi também embora com o saco de sementes nas costas. Este, com
certeza, foi o único que não voltou mais à padaria para pedir pães.
Deus não costuma dar os pães já prontos, nem a farinha. Ele nos dá
as sementes. “Eu sou o pão da vida... Quem vem a mim não terá mais fome e quem
crê em mim nunca mais terá sede”.
O centro da vida de Maria Santíssima era o seu Filho Jesus. Santa
Maria, rogai por nós.
Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá
sede.
Gostei muito da explicação vai me ajudar para celebrar a palavra do Senhor amanhã.
ResponderExcluirUm abraço!
Mariângela