31- de julho- Sexta - Evangelho - Mt 13,54-58
Os conterrâneos de Jesus O tinham visto partir
como filho de carpinteiro, e agora O reencontram como Mestre, rodeado de
discípulos. É uma novidade que interpretam somente como vantagem social. Isso
os impede de acolherem a Palavra de Deus e a explicação das Escrituras e a Sua
revelação como o Ungido de Deus. Vista a posição de Jesus neste prisma cria-se
neles a impressão de que Jesus partiria acabando por deixá-los outra vez na sua
pobreza.
A sabedoria de Jesus deixou intrigada a população de Nazaré, onde
ele vivera desde a infância: De onde lhe vinham tanta sabedoria e o poder de
fazer milagres? Não era possível que o filho de um carpinteiro, bem conhecido
no povoado, manifestasse uma sabedoria maior que a dos grandes mestres. Era
inexplicável como alguém, cujos parentes nada tinham de especial, falasse com
tamanha autoridade. Os concidadãos de Jesus suspeitavam dele, e não acreditavam
que estivesse falando e agindo por inspiração divina. Por este motivo, o Mestre
tornou-se para eles motivo de escândalo.
Na última parte do texto de hoje, Jesus nos dá um puxão de orelha.
Porque muitas vezes fechamos os nossos ouvidos para acolher o conselho, a
advertência e o ensino daqueles que são nossos parentes, familiares, vizinhos
ou conhecidos. E por outro encoraja-nos a não desistirmos da nossa missão de
anunciar o reino de Deus seja a que custo for. Jesus nos ensina que a tarefa é
dura. E, sobretudo, quando se trata de evangelizar a partir de dentro de casa.
Para Jesus também não foi fácil ser profeta na sua casa, na sua família. As
pessoas duvidavam dele, não queriam acreditar no Seu poder e por isso mesmo Ele
não fez ali muitos milagres.
A experiência de rejeição não chegou a desanimar Jesus. Ele se deu
conta de estar vivendo uma situação semelhante à dos antigos profetas de
Israel. Nenhum deles foi aceito e reconhecido pelo povo ao qual tinham sido
enviados. Antes, todos foram desprezados e humilhados, quando não, assassinados
de maneira perversa e desumana.
Jesus não perdeu tempo com quem se obstinava em não aceitá-lo. Por
isso, não realizou em Nazaré muitos milagres. Seria perda de tempo, acarretaria
ainda mais maledicência, acirraria os ânimos do povo. Por isso, seguiu em
frente, buscando quem estivesse aberto para deixar-se tocar por sua mensagem. O
fracasso não o abateu nem atenuou o ardor com que realizava a missão que o Pai
lhe tinha confiado.
Jesus é Aquele irmão que Deus nosso Pai nos enviou para nos mostrar
o caminho que nos leva para o Céu. E então, precisamos estar atentos para
acolher as pessoas que dentro da nossa casa nos abrem os olhos e são
instrumentos de Deus para nossa conversão. Ouvidos atentos e coração aberto,
porque o Senhor fala por meio de quem nós nunca nem esperávamos que falasse.
Muitas vezes Deus nos manda Seus emissários que nos aconselham com palavras de
sabedoria que Ele próprio sugeriu para nós. Porém, por ser essa pessoa,
simplesmente alguém que é muito conhecido nosso, nós desprezamos as
recomendações de Deus. Nesse caso, os milagres também não acontecem na nossa
vida, e muitos problemas nunca serão solucionados por causa da nossa
impertinência.
Pai, livra-me da tentação de querer enquadrar-te em meus mesquinhos
esquemas. Que eu saiba reconhecer e respeitar o teu modo de agir.
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