26- de
julho- DOMINGO - Evangelho - Jo 6,1-15
Distribuiu-os
aos que estavam sentados, tanto quanto queriam.
Este
Evangelho narra a cena da multiplicação dos pães. O evangelista começa dizendo
que uma grande multidão seguia Jesus, porque via os sinais que ele operava em
favor dos doentes. Hoje continua havendo sinais, a favor dos doentes, a favor
do casamento, da paz... Sinal, no Evangelho de S. João, é uma manifestação da
presença de Deus através de um gesto humano.
“Jesus
subiu o monte e sentou-se... Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.” O
monte lembra o monte Sinai onde Deus deu os dez mandamentos para Moisés.
Sentar-se é atitude própria do legislador. Jesus quer criar uma nova Lei e uma
nova Páscoa, em que comer o alimento sagrado nos compromete com a partilha do
alimento material.
“Levantando
os olhos...” Nós também precisamos levantar os olhos para ver as necessidades
dos nossos irmãos e irmãs. Abrir a janela da nossa casa para ver o mundo lá
fora, ver com o coração, e depois abrir a porta e sair para o meio do mundo,
como fazia Jesus.
“Jesus
disse a Filipe: onde vamos comprar pão...? Disse isso para pô-lo à prova.” Foi
para provar a fé do Apóstolo, pois se estamos junto com Deus tudo é possível,
não existe problema sem solução. Mas Filipe não passou na prova: “Nem duzentas
moedas...” Felizmente outro Apóstolo, André, ouviu a conversa e se saiu bem
melhor que o colega: “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois
peixes...” A prova era justamente esta: confiando em Deus, apresentar o pouco
que temos, a fim de que Deus faça o resto. Deus sempre faz surpresas.
A
humanidade se divide em dois grupos: os egoístas, que não confiam em Deus e por
isso ajuntam bens o máximo que podem, e os solidários que confiam em Deus e
partilham o pouco que possuem. Estes são felizes, aqueles não, apesar das
riquezas que acumulam.
“Fazei
sentar as pessoas.” Multidão sentada evita tumulto, é mais fácil trabalhar,
passar pelo meio e distribuir. Evita que os aproveitadores recebam mais que os
outros. É o mesmo que dizer: organizai o povo. Povo unido e organizado nunca
passa fome.
“Jesus
tomou os pães e deu graças... e fez o mesmo com os peixes.” Deus opera
maravilhas, mas precisamos ter fé, confiar nele e orar!
“Recolhei
os pedaços que sobraram.” Evitar o desperdício. Não jogar alimento no lixo,
sabendo que ao lado há pessoas que não têm! Este é um grande pecado da
humanidade moderna.
“Quando
notou que estavam querendo proclamá-lo rei, Jesus retirou-se.” Com o gesto ele
disse: a glória é para Deus Pai, não para mim! Isso que eu fiz, vocês podem
fazer, e mais ainda, se tiverem fé.
Quanta
maravilha semelhante a essa multiplicação dos pães acontece hoje em dia, graças
a cristãos que agem como o Apóstolo André! Cheios de fé e confiança, apresentam
a Deus o pouquinho que têm ou que sabem, e acontece o milagre chamado pastoral
da saúde, pastoral da criança, do idoso, da moradia, da terra... São alimentos
que se multiplicam, sorrisos que se abrem, vidas que se renovam. Comunidades
pequenas transformam bairros inteiros. O milagre está a disposição de todos,
porque Deus foi, é e será sempre assim. Ele abençoa quem dá o primeiro passo.
Às vezes esse primeiro passo consiste em convocar uma reunião, em procurar
alguém e abrir o coração, expondo sua inquietação...
Certa
vez, um homem teve um sonho. Sonhou que Deus estava criando a humanidade com
asas. Mas em cada um, tanto homem como mulher, ele colocava uma asa só, de um
lado, ficando o outro lado sem asa. O homem perguntou então para um anjo: “Por
que Deus não coloca duas asas nos homens, como fez com as aves?” O anjo
respondeu: “Porque os homens e as mulheres só podem voar se segurarem na mão de
Deus”.
Então
é isso aí: de um lado a asa, do outro segurando em Deus. Assim podemos voar, e
muito alto. Podemos não só multiplicar pães, como fez Jesus, mas fazer muito
mais.
Que
Maria Santíssima nos ajude a imitar o Apóstolo André, a fim de que o Reino do
seu Filho seja construído o mais rápido possível.
Distribuiu-os
aos que estavam sentados, tanto quanto queriam.
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