09 - Fevereiro-- Segunda - Evangelho
- Mc 6,53-56
Bom
dia!
A
primeira leitura proposta pra hoje (1Reis 8,1-7.9-13) veremos Salomão
convocando todos os sábios e anciãos a uma importante missão: Transportar a
Arca da Aliança até o templo em Jerusalém.
A
Arca era o sinal visível da presença de Deus, pois nela continham as duas
tábuas de pedra dadas a Moisés com os dez mandamentos. Muito mais que as leis,
a arca era repleta e preenchida do poder de Deus e a tarefa de carregá-la, além
de muito respeitosa, deveria ser feita por pessoas maduras na fé.
Ao
transportá-la a Jerusalém e até a deixarem lá, sinais e prodígios climáticos e
meteorológicos iam acontecendo inexplicavelmente… No evangelho de hoje vemos a
própria Palavra de Deus (Jesus) novamente sendo transportada. “(…) Jesus e os
discípulos atravessaram o lago e chegaram à região de Genesaré, onde amarraram
o barco na praia. Quando desceram do barco, o povo logo reconheceu Jesus“.
Ao
invés de sinais climáticos, obras físicas (curas e milagres) iam acontecendo
aos que viam ao encontro desse que passava por sua região. Enquanto a arca da
aliança, quando foi conduzida ao templo, as pessoas imolavam (sacrificavam)
animais, cujo sangue derramado era vistos como holocausto. Jesus, a nova arca,
ao invés do sangue e dos sacrifícios de animais, trazia não mais uma nuvem
amedrontadora, mas uma brisa de vida aos que vinham ao seu encontro e mais
tarde, veriam que o único sangue a ser derramado, seria o dele.
Mas
uma coisa não mudou: A arca (Jesus) era transportada, cercada e tocada apenas
por pessoas maduras na fé.
A
maturidade na fé não advém com a idade e sim com o contato. Dizem que não
existe amizade sem cumplicidade. Como posso dizer que sou cristão se não me
tornar dia após dia, cúmplice dessa obra?
Os
discípulos que acompanhavam Jesus, ao longo dos três longos anos de convivência
diária, devem ter aprendido muito com o mestre, mas muito mais que os
ensinamentos que talvez recebessem em particular, ver tudo aquilo acontecer
apenas pelo mover da fé das pessoas, deveriam arrastá-los ainda mais para mares
nunca navegados.
Andar
com Jesus creio eu, deveria ser um tremendo aprendizado e também os tornava
testemunhas vivas dos prodígios que aconteceram. Notem que mesmo vendo tanta
coisa, não foram registrando tudo que ocorria, talvez ao repousar suas cabeças
a noite, ruminavam o que tinha acontecido, discutiam entre eles e assim a
maturidade na fé começava a crescer.
O
reino de Deus tem o tamanho da nossa maturidade espiritual!
Carregar
a arca era uma honra e talvez um premio a todo aquele que atingisse a
maturidade, maturidade esta que precisava vir, antes de tudo de uma mudança de
comportamento quanto a mim e também na relação com os que me cercam…
“(…)
Agora, porém, deixai de lado todas estas coisas: ira, animosidade,
maledicência, maldade, palavras torpes da vossa boca, nem vos enganeis uns aos
outros. VÓS VOS DESPISTES DO HOMEM VELHO com os seus vícios, e vos revestistes
do novo, que se vai restaurando constantemente à imagem daquele que o criou,
até atingir o perfeito conhecimento. Aí não haverá mais grego nem judeu, nem
bárbaro nem cita, nem escravo nem livre, mas somente Cristo, que será tudo em
todos”. (Colossenses 3, 8-11)
O
amor próprio, a dignidade das ações, destemor, fé e o respeito ao próximo eram
e são ainda hoje, etapas imprescindíveis para alcançar esse nível.
Quem
acha que por que coordena uma pastoral ou movimento, ou é sacerdote, ministro,
pregador, ministro de música, (…) já alcançou algo, saiba que, no trajeto da
arca, ainda estamos dentro do barco, ou seja, nem ancoramos em terra firme.
“(…)
O cristão de verdade não pode ficar parado. Ele nunca pode dizer que cumpriu a
sua missão, pois ele deve estar sempre a caminho, sempre se lançando rumo aos
novos trabalhos, prestando atenção aos apelos que a realidade faz, buscando
superar novos desafios e obstáculos, sempre olhando com misericórdia os irmãos
e irmãs, procurando conhecer os seus problemas e necessidades e sendo para
todos a manifestação do amor de Deus que responde ao clamor dos seus filhos e
filhas. Por isso, quando terminamos uma etapa da caminhada, devemos iniciar
outra imediatamente, pois a proposta do Reino exige isso”. (Reflexão proposta
pela CNBB)
Amei
essa reflexão do site da CNBB, pois cada um de nós, alcançando um patamar de
maturidade deve continuar a caminhar. Quem se acha “velho” ou “novo demais”,
deveria rever seus conceitos e ver o valor do que carrega dentro de si “(…) Por
isso, quando terminamos uma etapa da caminhada, devemos iniciar outra
imediatamente, pois a proposta do Reino exige isso”.
Um
Imenso abraço fraterno!
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