10 - Fevereiro-- Terça - Evangelho
- Mc 7,1-13
Bom
dia!
Quantas
vezes já li esse evangelho, mas como é interessante vê-lo ser novo todo dia.
Comentava
eu, com algumas pessoas esses dias, sobre a quantidade de justificações que
damos e temos dado sem ninguém ter pedido. Parece estranho, mas é uma coisa
importante a ser observada hoje.
Um
irmão exclama: “você andou sumido”! Reparemos que não é uma pergunta que ele
nos fez, mas rapidamente a justificamos: “Sim! Mas foi por causa disso e
disso”… A justificativa parece brotar como um meio natural de se defender do
que achamos que pensarão ou falarão de nós, mas viver se justificando pode
parecer que somos inseguros, imaturos ou neuróticos.
Um
segundo exemplo: recebendo uma crítica construtiva!
Esse
mesmo irmão diz que ficou perfeito o que fizemos, mas deixamos passar
despercebido um ou outro detalhe, que no fim, ninguém viu ou reparou. Nossa
percepção imatura, insegura ou neurótica, esquece o elogio recebido primeiro
passando a se defender do pequeno erro visto, pois é inadmissível que haja algo
a melhorar. O padre, o pregador, o músico que não aceita um comentário
relevante sobre seu trabalho; o chefe que se abraça ao orgulho para não
reconhecer uma falha; uma mãe ou pai que descarrega o cansaço do dia nos filhos
e mesmo assim orgulhosos não pede desculpas; o funcionário que se esqueceu de
fazer uma tarefa; o troco dado errado; a trombada dentro do ônibus lotado; a
batida por desatenção no trânsito… “(…) Deus disse: Este povo com a sua boca
diz que me respeita, mas na verdade o seu coração está longe de mim. A adoração
deste povo é inútil, pois eles ensinam leis humanas como se fossem mandamentos
de Deus.”
Jesus
não incomodava a ninguém, mas era preciso encontrar defeitos para atacá-lo. As
mãos sujas eram a justificativa que precisavam para ocultar de suas mentes os
milagres, os prodígios, os ensinamentos. Para o medíocre não é preciso muito
para tampar os olhos – um dedo basta. Um dedo era suficiente para ocultar toda
a bondade realizada e operada naquele povo. Um grão de areia e suficiente para
cegar um cético, um descrente, um invejoso que não precisa de muitos argumentos
para difamar, caluniar… Basta um grão chamado QUERER para poder seu cérebro VER
APENAS O QUE DESEJA VER.
Os
fariseus bordavam ou estampavam em suas vestes as leis que seguiam, mas o que
estava escrito nem sempre era seguido. Lembrou-me as pessoas que ainda hoje
pegam a Bíblia e como diz padre Zezinho, sorteiam palavras que lhes agradam.
Retiram a mensagem que lhes convém ou agrada e que muitas vezes pode agredir
aos irmãos. Quem não conhece alguém que parece conhecer a bíblia de “trás pra
frente” mas usa suas mensagens apenas para justificar seus atos, inclusive os
errados?
Às
vezes parece que estamos no caminho certo, mas Deus sempre nos convida a olhar
novamente onde já havíamos procurado, lançar novamente as redes onde já
havíamos jogado e nos surpreender com o resultado
“(…)
subiu a uma das barcas que era de Simão e pediu-lhe que a afastasse um pouco da
terra; e sentado, ensinava da barca o povo. Quando acabou de falar, disse a
Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. Simão
respondeu-lhe: Mestre, TRABALHAMOS A NOITE INTEIRA E NADA APANHAMOS; MAS POR
CAUSA DE TUA PALAVRA, LANÇAREI A REDE. Feito isto, apanharam peixes em tanta
quantidade, que a rede se lhes rompia“. (Lucas 5, 3-6)
Justificar
é normal, mas é preciso ter disciplina também quanto a isso. Sejamos mais
humildes as correções e mesmos doutores em algum assunto, ousemos a jogar
novamente a rede.
Não
fechemos nossos olhos facilmente. Limpemos constantemente o que limita nosso
olhar.
Um
imenso abraço fraterno
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