24 de julho-Quinta-Evangelho
- Mt 13,10-17
Uma das características fundamentais do Mestre é ter e compreender os
alvos do seu ministério de ensino. Jesus, o Mestre dos mestres, tinha esta
compreensão e sabia que tinha de fazer o Pai conhecido dos homens. Era
necessário que se desse atenção especial aos alunos e para que o aluno fosse o
elemento mais importante, Jesus tinha que se fazer entendido e compreendido por
eles e isto só seria possível se descesse ao nível do aluno, ou seja, se
utilizasse um método a que o aluno estivesse acostumado e de elementos que
permitissem que o aluno entendesse as verdades espirituais a respeito de Deus.
Jesus tinha de usar as parábolas, pois era o método que, ao mesmo tempo,
permitiria que todo o povo de Israel, que eram os seus potenciais alunos,
pudesse ter real acesso ao conhecimento do Pai, seja pelo fato de que já
estavam acostumados a este método de ensino, seja porque a linguagem empregada
permitiria uma fácil compreensão de todos quantos quisessem aprender.
Jesus quer que o ensino da sua Palavra
se faça de modo claro e acessível a todos os ouvintes, respeitando-se, pois, as
condições culturais, educacionais e sociais dos ouvintes. Jesus ensinou por
parábolas porque o povo de Israel não poderia ter qualquer desculpa com relação
à rejeição do Messias. Ao ensinar por parábolas, Jesus ensinava usando de
imagens que todos pudessem compreender. Jesus ensinou por parábolas para
mostrar que só não compreende o Evangelho quem não quer. Suas simples palavras
podiam ser perfeitamente compreendidas por ouvintes sinceros, e torná-los
sábios para a salvação.
Ao ensinar por parábolas, Jesus foi
claro, se fazia compreensível a todos, mas esta compreensão exigia, pelo uso do
método das parábolas, uma disposição de aprendizado por parte dos ouvintes, uma
vontade de um maior aprofundamento, tanto que somente os discípulos, depois de
algumas parábolas, demonstravam interesse em aprender as coisas de Deus e,
assim, chegavam a pedir ao Senhor que lhes explicasse a parábola de forma mais
detalhada. Jesus, assim, tinha o objetivo de mostrar claramente quem tinha e
quem não tinha interesse em conhecer o Pai, em outras palavras, quem,
realmente, amava a Deus, a ponto de não ser mais chamado servo, mas amigo do
Senhor (Jo.15:15).
Jesus
se expressava por meio de parábolas, ou seja, estórias inventadas por Ele
baseada no dia-a-dia daquele povo. Jesus, sendo Deus, poderia muito bem falar
difícil, usando palavras sábias, mas o povo humilde, o camponês, os pastores e
criadores de gado, não iriam entender quase nada, ou mesmo nada e, ao
contrário, sentindo-se humilhados por aquela forma para eles arrogante de
discursar, iriam virar às costas, e sair talvez reclamando, e não voltariam
mais para ouvir Jesus. Também nós evangelizadores, por mais estudo que possamos
ter, não convém que usemos palavras difíceis nos nossos discursos, mesmo por
que o nosso público alvo são os humildes, e entre eles estão muitos que não
tiveram como nós, a oportunidade de cursar uma faculdade. Jesus optou pelos
pobres, assim também nós, não vamos ignorar os ricos, mas preparemos a nossa
mensagem tendo em vista os mais simples da sociedade.
Pai, dobra a dureza do meu coração que
me impede de ouvir e compreender a palavra de Teu Filho. Faze-me penetrar nos
mistérios do Reino escondido nas parábolas.
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