Evangelhos
Dominicais Comentados
03/agosto/2014 – 18o
Domingo do Tempo Comum
Evangelho: (Mt 14, 13-21)
No
Evangelho de hoje, Mateus nos fala da grande multidão que seguia Jesus para
onde quer que Ele fosse. Mateus usa também uma palavra muito forte para se
referir ao sentimento de Jesus, ele diz que o Mestre sentiu compaixão da multidão.
Compaixão é muito mais que uma simples
preocupação, principalmente quando estamos falando de Jesus. Compaixão no seu
sentido mais amplo, no seu sentido divino, é um sentimento que está muito longe
do entendimento humano.
Para nós, compaixão está ligada à uma
preocupação superficial, que chamamos de “pena”, “dó” ou qualquer outra coisa
que sentimos por um doente, moribundo, ou marginalizado. Compaixão é algo que
vai muito além de ficar penalizado ou doar o que nos sobra. Para Jesus,
compaixão é sinônimo de amor.
Jesus se compadece da multidão, cura os
doentes e dá o pão da palavra para aqueles que o procuram. Dá também o pão
alimento, símbolo da vida. Multiplica e distribui o alimento que, ainda hoje é
tão escasso em nossas mesas.
Milhares e milhares morrem de fome em
todo mundo. Outros milhares dependem de leito hospitalar, remédios, exames
complementares e até mesmo de uma palavra de conforto, e isso nos deixa (entre
aspas) “extremamente compadecidos”.
Não basta sentimentalismo externo, é preciso
ação. Como dissemos, compaixão é sinônimo de amor e, amor é doação, portanto, o
amor só está presente na entrega, na partilha. Ninguém é feliz sozinho,
felicidade para ser completa, tem que ser compartilhada.
Partilhar, repartir são verbos ainda
muito pouco utilizados. Em compensação, um verbo que está sempre presente nas
rodas de amigos, que tem presença obrigatória nos “papos” informais ou de
negócios, é o verbo multiplicar. Só que não é a multiplicação de pães, nem de
empregos. A preocupação é com a multiplicação de renda, de poder e de
centralização de bens.
Com Jesus é diferente. Onde Cristo está
presente, ali está a fraternidade. Os cinco mil homens que o evangelho se
refere simbolizam o mundo da época, o povo de Israel. Porém, o mundo atual
também sente fome de Deus e precisa ser saciado. O mundo precisa conhecer
Jesus, o Verdadeiro Pão.
Os primeiros cristãos causavam inveja,
porque tudo repartiam e por isso, não havia necessitados entre eles. Vamos
imitá-los? Vamos
provocar inveja nos que nos rodeiam, vamos viver a alegria de partilhar o pão,
a saúde, o emprego, as riquezas, enfim, vamos viver a emoção maior de partilhar
o amor.
(4842)
jorge.lorente@miliciadaimaculada.org.br – 03/agosto/2014
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