22 de julho-Terça-Evangelho - Jo
20,1-2.11-18
Alexandre Soledade
Bom dia!
Dizem os mais antigos que aquele que mais é perdoado é
aquele que tem a maior gratidão a aquele que o perdoou!
“(…) Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres
que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades:
Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios”; (Lucas 8, 2)
Creio profundamente na devoção dessa mulher a aquele que
lançou um olhar diferente sobre suas mazelas e a refez das cinzas que vivia.
São tantos relatos truncados sobre sua vida que já renderam filmes e
apresentações na Broadway. Tantas especulações históricas que no fundo não tem
conclusões. Uma prostituta, uma serva, uma confidente, (…) mas eu prefiro uma
mulher de fé e postura.
Se hoje retalhamos, talvez não com palavras, mas com
pensamentos, pessoas que erraram ou tiveram passados desregrados, imagine
alguém que Lucas narrou com sete demônios. Alguns fazem essa alusão aos sete
pecados capitais. Creio eu que seria plausível Jesus tê-la como confidente,
pois como não acreditar em alguém que trocou seus vícios por um olhar?
Nesse fim de semana, padre Fábio de Melo narrou a conversão
do seu pai que era alcoólatra. Por ser uma pessoa que não expressava seus
sentimentos e muitas vezes ter sido apanhado na rua bêbado pelos filhos, não
conseguia ter uma vida plena. Conta o padre que ainda rapaz olhou nos olhos
desse pai e disse: “Pai! Você me ama?”. A resposta foi um abraço sem palavras,
mas ele então perguntou outra vez: “Pai, pelo amor que o senhor tem por mim, o
senhor para de beber?”. Segundo o padre não houve resposta, mas lágrimas. Conta
Fábio de Melo que seu pai nunca mais bebeu a partir daquele dia!
Será que foi esse olhar que Jesus lançou sobre Madalena?
Talvez o amor a quem lhe olhou no coração tenha gerado tamanho zelo e agonia ao
não encontrar seu corpo. (…) Levaram embora o meu Senhor, e eu não sei onde o
puseram; (…) Se o senhor o tirou daqui, diga onde o colocou, e eu irei
buscá-lo.
Talvez também nós, que já tivemos experiências com esse
olhar no fundo da alma, devêssemos zelar por isso que acreditamos e transformou
nossa vida. Talvez hoje poder me olhar como filho predileto, ainda repleto de
falhas, quereres, quedas, (…), já seja uma razão para procurá-LO onde quer que
ele esteja. Que para nós católicos, a participação nas missas de domingo seja
um fato muito aguardado e não mais um fim de dia ou noite de um fim de semana.
Querer comungar e esperar o próximo encontro; se não posso comungar, mas que
caminhemos com ELE, sentemos, ouçamos as parábolas…
“(…) Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres
que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades:
Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; Joana, mulher de
Cuza, procurador de Herodes; Susana e muitas outras, que o assistiram com as
suas posses. Havia se reunido uma grande multidão: eram pessoas vindas de
várias cidades para junto dele. Ele lhes disse esta parábola: Saiu o semeador a
semear a sua semente. E ao semear, parte da semente caiu à beira do caminho;
foi pisada, e as aves do céu a comeram…” (Lucas 8, 2-5)
Por amor, por zelo, por desprendimento, (…) o olhar de Jesus
vem a você que bebe e diz: Pare! Você que fuma, largue o cigarro! Se tiver o
vício do jogo, procure ajuda!
Santa Maria Madalena, rogai por nós!
Um imenso abraço fraterno.
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