SEXTA FEIRA DA 18ª SEMANA DO
TEMPO COMUM 08/08/2014
1ª Leitura Naum 2.1.3; 3.1
Salmo Deuterômio 32.39 c
“Reconhecei agora: eu só, somente eu sou Deus”
Evangelho Mateus16, 24-28
Perder para ganhar...
Este evangelho é sequência
de Mateus 16,13 – 23, refletido ontem, onde o Apóstolo Pedro deu aquela
resposta linda e maravilhosa e que mereceu de Jesus um belo elogio, Pedro é um
homem iluminado por Deus e por isso deu aquela resposta tão verdadeira e
reveladora que culminou com a sua nomeação para ser o Chefe dos Apóstolos e da
sua Igreja, ponto de ligação entre o Céu e a Terra.
Estaria tudo lindo e
maravilhoso para os discípulos se a história parasse por aí, porém, Jesus
retoma as lições para a prova final dos seus discípulos. A pedagogia de Jesus é
perfeita, parece que o Grupo, representado por Pedro, entendeu uma parte da
lição, sobre a sua identidade Messiânica, e agora é preciso avançar com as
lições, subir para outro nível aproveitando o momento.
Eles já sabem quem é Jesus,
ele é o Cristo, o Filho de Deus vivo...portanto, o Messias esperado. Haviam
sido aprovados na primeira avaliação. Agora Jesus começa a lição mais difícil:
revelar a eles como é que ele iria realizar a sua obra de Salvação. Eu imagino
a cara dos discípulos durante essa “aula” com o maior de todos os Mestres...
O Discipulado implica em
renúncia a si mesmo, e aceitação da cruz. Mais do que isso, o discipulado
implica em um “Perder”. Eis aí três palavras proibidas nos dias de hoje:
Renúncia a si mesmo, aceitar a cruz, e perder...Diante da expectativa de um
Messias arrasador, vitorioso e implacável com os seus inimigos, essa lição nova
foi um balde de água fria em cima dos discípulos. O mesmo acontece para quem
sonha com num Cristianismo sem sacrifícios e renúncias, sem calvário e sem
cruz, parece que o homem dos nossos tempos tornou-se especialista em arrancar
Jesus da cruz, só se quer a glória e o poder Divino, mas calvário e cruz, todo
mundo quer BEM...longe.
É bom compreendermos que
Jesus não está incentivando uma religião alienadora, vivida de maneira
angelical, e que despreza as coisas desse mundo. Nem é um incentivo para que o
homem busque o sofrimento, pois Deus não é masoquista. O sofrimento é
consequência do Amor. Quem ama verdadeiramente as pessoas, sofre com elas e por
elas. Por acaso não sofre uma Mãe que vê o seu Filho envolvido nas drogas ou na
delinquência? Esposa traída, mas que ama
o seu marido e quer ficar ao seu lado? O Filho que tem um Pai alcoólatra...Em
todos esses casos, quem ama de verdade não arreda pé, não abandona o barco, não
deixa a pessoa entregue a própria sorte, mas luta, sofre, chora com o outro.
Assim Jesus age para nos dar a Salvação. Não foi a tortura dos açoites, dos
cravos e da coroa de espinhos, que nos salvou, mas o Amor que naquele momento
ele demonstrou.Nós cristãos católicos não adoramos a cruz enquanto instrumento
de tortura, isso seria masoquismo, mas a cruz onde o Nosso Senhor nos amou. Não
desistiu mesmo quando percebeu que acabaria sozinho, traído e negado pelos
amigos, pela comunidade, que deveria ser a primeira a reconhecê-lo e apoiá-lo,
pela família que o achava um Louco. Mas o seu Amor pela humanidade e a
Fidelidade ao Pai, o levou a superar tudo isso.
O Nosso discipulado traz
essas marcas da paixão do Senhor em nossa vida, são marcas que comprovam que a
Fé é autêntica. A Cruz sempre será a nossa marca registrada, sinal de um Amor
grandioso, belo, gratuito e incondicional. Esse é o caminho de Jesus por onde
todos também caminhamos, ou deveríamos caminhar....
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