TERÇA FEIRA DA XVIII SEMANA DO TEMPO COMUM 05/08/2014
1ª Leitura Jeremias 30, 1-2.1215.18-22
Salmo 101(102), 20b”O Senhor olhou do alto do seu Santuário, do céu
ele contemplou a terra”
Evangelho Mateus 15, 1-2.10-14
Lavar as mãos antes de comer, na nossa cultura é questão de higiene
e saúde, porém, no emaranhado de leis do Judaísmo, relacionadas ao rito de
purificação, deixar de lavar as mãos é algo inconcebível que se constitui em
uma transgressão da Lei de Moisés. Os discípulos de Jesus não lavam as mãos
porque não veem necessidade, Jesus é aquele que irá purificar a toda humanidade
com a sua morte Redentora na cruz. A purificação das mãos com a água, é apenas
um sinal pre-figurativo da verdadeira e
pura purificação.
Como se vê, os Fariseus e os Escribas estavam bem desatualizados,
embora fossem conhecedores profundos da Lei e os Profetas contidos na Torá. Os
Discípulos não tinha esse conhecimento mas souberam ver algo novo e diferente
em Jesus de Nazaré, unidos a ele e em comunhão de vida com ele, seus primeiros
seguidores se aperceberam que era uma Relação Divina, e isso lhes foi revelado
não pela carne, mas pelo próprio Deus. A Revelação também aconteceram Povo de
Israel, principalmente na Lei dada a Moisés, entretanto, a Lei apontava um
caminho, uma direção a seguir, os Escribas e Fariseus não souberam interpretar
a Lei e os Profetas, não souberam ver em toda aquela bela tradição de Israel,
uma prefiguração da Plenitude que viria em Jesus Cristo inaugurando um tempo
novo onde Deus iria escrever a sua Santa Lei, não mais em tábuas de pedra, mas
no coração do homem, fonte da Vida, das virtudes e dos desejos maus.
Por esta razão Jesus lhes adverte que esse tempo já chegou e o que
torna puro ou impuro um homem é o que sai de dentro dele, bom ou ruim. Em
outras palavras, a relação com Deus e com o Sagrado se dá no mais íntimo do ser
humano, e não mais nos gestos exteriores ou nos rituais de purificação. Essa exortação escandalizou os entendidos da
Lei e os Profetas, que queriam colocar-se como guias e orientadores do povo,
mas de nada sabiam, e por isso Jesus os chama de Guias cegos que guiam outros
cegos.
Assim é o homem da pós modernidade que se deixa conduzir apenas por
aquilo que vê e apalpa, confia exageradamente no conhecimento e na ciência,
achando que ali está a salvação da humanidade, quando na verdade não consegue
enxergar um palmo adiante do nariz. O pior é que, na humanidade, sempre há em
grande número os que preferem seguir por esses caminhos traçados por mãos
humanas, que ao fim da jornada terminará no abismo em que o próprio homem cavou
para si e seus seguidores, ao descartar em definitivo a Revelação Divina... (
Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora COnsolata – Votorantim SP – Email
cruzsm@uol.com.br)
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