31 de julho-Quinta-Evangelho - Mt
13,47-53
Bom dia!
Será que temos a dimensão desse reino? Temos noção concreta
que todos são acolhidos e recolhidos por essa rede? Temos ainda problemas em
entender que não sou eu que escolho quem deve entrar na rede e tão pouco quem
ficará no cesto? Dom Alberto certa vez disse:
“(…) Nada antepor a Cristo. É esse pedido que faço hoje. Que
nada passe na frente Dele. Que nenhuma escolha, que nenhuma outra coisa seja
preferida no lugar de nosso Senhor Jesus Cristo”. (Dom Alberto Taveira)
O Senhor um dia nos convidou e volta a nos convidar a lançar
as redes, e talvez na direção que nunca imaginei.
Por acaso temos nos lançado mar adentro para buscar novos
cardumes ou nos acostumamos a pescar no aquário? Estamos ainda esperando que as
pessoas venham a nós? Não desacredito que o Bom Pastor as traga ao seu redil,
mas não é hora de desenterrar esse talento para resgatar o irmão ao invés de
apenas ficar esperando o meu senhor voltar.
“(…) Quero dar um outro acento à tarefa da RCC… Chamem as
pessoas para a Igreja. Por favor, vocês encontrarão muita gente sem os sacramentos
do batismo, sem 1ª comunhão, sem crisma. Mesmo quem não é catequista
formalmente, seja a pessoa que ecoa a Palavra de Deus em sua vida, no seu
comportamento para que isso chegue a muitos. Siga Jesus sem medo de dar
respostas”. (Dom Alberto Taveira)
Nossa igreja é como Padre Joãozinho diz: um dínamo. Não é
estática. O vento sopra para onde quer e não como quero. A igreja publicou as
Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011 a 2015, já
lemos? O Documento de Aparecida… Estamos pondo-o em prática?
Por vezes achei que estava sozinho, pois às vezes parece que
nossas comunidades (as pessoas) parecem andar na contramão do que a igreja
pede. Vemos grupos de oração mais parecendo com igrejas protestantes, vemos a
falta de paciência e compromisso das pessoas, vemos as pessoas não querendo ser
corrigidas… Enquanto isso quem perde são as ovelhas que desejam um lugar seguro
pra voltar e quando nos vêem brigando, fogem.
Sei que não estou só nesse pensamento:
“(…) A primeira experiência de São Bento foi a solidão. Uma
solidão habitada por Deus. Uma solidão digna. Ficar sozinho por si mesmo não é
sadio e nem tem sentido. Mas essa solidão habitada pela presença de Deus, essa
sim é digna. Essa solidão atraiu outras pessoas, que quiseram viver junto dele.
E a família espiritual de Bento cresceu e gerou frutos pelos séculos no mundo
inteiro. Ele perdeu o medo, encheu-se de coragem, formou pessoas e ajudou a
muitos a se aproximarem de Deus”. (Dom Alberto Taveira)
Quando reafirmo sobre o que padre Joãozinho diz sobre a
natureza dinâmica do Espírito Santo estou colocando certa conotação a frase do
Senhor “Verdades novas e verdades velhas”… Falo isso, pois até um tempo atrás
nosso foco era a formação, o reconhecimento das pessoas dentro de nossas
comunidades e a necessidade emergencial daqueles que mais precisavam, mas hoje,
movidos pelo mover proposto em Aparecida chamado de “discípulo missionário”,
temos que ir além de nossos muros.
Nossa formação não pode ser mais baseada em pequenas
resenhas ou apostilas, precisamos de estudo, mas realmente sólido. Documentos
da Igreja, subsídios pastorais da CNBB e principalmente um estudo mais refinado
da Bíblia e da exegênese.
Pessoas nesse mundo estão cada vez mais sozinhas,
depressivas, angustiadas e sedentas de palavras de conforto, amizade e carinho
(…) e nós aqui com uma pá na mão e com o talento na outra, prontos para
enterrá-lo.
Não é a RCC ou o ECC ou MCC ou a Pastoral A ou B, o Espírito
Santo dínamo de nossa igreja e nossa fé nos convocando a cumprir a vontade daquele
que é o Senhor de nossas vidas:
“(…) Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos
prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. (Mateus 28,
19-20)
Vamos apresentar as pessoas o tesouro que encontramos e
vendemos tudo para alcançá-lo.
“(…) Vocês entenderam essas coisas”?
Escrevi esse texto ano passado… E o que mudou?
Um imenso abraço fraterno.
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