25 de julho-Sexta-Evangelho - Mt
20,20-28
Alexandre Soledade
Bom dia!
Jesus nos desafia a compreendê-lo. Ele foge do modelo de
qualquer tipo de paradigma egoísta que cativamos.
Ao reconhecer Jesus, como aquele que os profetas diziam que estava
por vir e reinar, essa mãe se põe a tentar “garantir” um local de destaque para
seus filhos João e Tiago. Mas será mesmo que é importante ter um posto de
destaque, uma posição em evidencia para termos a atenção de Jesus? Será que
Deus seleciona as pessoas ou nos dá as mesmas oportunidades?
Pessoas se ferem, se agridem e até se matam para se
evidenciar entre os outros. São capazes de tudo para serem vistas, comandar,
reinar, mandar… No entanto o homem de Nazaré revela o que de fato é importante
para ser visto por Ele: dar-se como exemplo. “(…) Pelo contrário, quem quiser
ser importante, que sirva os outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o
escravo de vocês. Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas
para servir e dar a sua vida para salvar muita gente”. Creio que os apóstolos
só foram entender de fato essas palavras na última ceia, na cena do lava-pés.
Tenho um conhecido que é há anos chefe. Colegas de trabalho
dele dizem que ele não conseguiria mais trabalhar se não tivesse essa posição
de comando. Anos e anos mandando e comandando lhe deram muita experiência sobre
liderança, mas de certa forma, hoje já o limitam. Já não ouve novas ideias, faz
as coisas como as fazia há 10 anos; não se abre às críticas, sugestões,
comentários; parou no tempo…
Semana passada nossa reflexão nos convidava a renovar e
arejar a terra para a semente, será que eu não preciso de um novo ardor
missionário, uma nova motivação e não um lugar de destaque?
Um amigo meu, certa vez muito triste, revelou que em sua
comunidade existia uma “dinastia” a frente de sua pastoral. Coordenação que
passa de pai para filho, mãe para filha e quando sai da ordem familiar, são os
apadrinhados dele (a) que novamente sobem ao “poder”. Já notaram como algumas
comunidades sofrem com esses “donos” de pastorais?
“(…) Vocês não devem também ser chamados de “líderes” porque
vocês têm um líder, o Messias. ENTRE VOCÊS, O MAIS IMPORTANTE É AQUELE QUE
SERVE OS OUTROS. Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será
engrandecido“. (Mateus 23, 11-12)
Acostumamos ver essa situação como “comum” no meio dessa
triste politicagem que vivemos (infelizmente). Pessoas como a mãe de João e
Tiago que buscam certas regalias e postos sociais através de associações
indevidas a políticos ou pessoas de índole duvidosa, questionável e
corruptível. Isso no mundo deveria ser intolerável, pois o nosso momentâneo
sossego e proteção de hoje pode ser à custa do sofrimento, dos impostos e do
suor de outros.
Depois não sabemos por que as coisas não dão certo pra nós,
pois nos omitimos a ver que às vezes colaboramos com o sofrimento dos outros
sob a justificativa que “tenho que trabalhar”.
Justificamos a pirataria; trabalhamos com políticos de má
fé; pedimos favores a poderosos; falsificamos atestados médicos, pedimos voto
com a intenção única de ganhar um favor e não o bem de todos… Fazemos alianças
com a maldade e ainda dizemos que estamos buscando a santidade…
“(…) O que faz o mal não é a tentação em si, MAS O CEDER À
TENTAÇÃO. Na tentação de Jesus, o que conta realmente não é a materialidade dos
lugares e de coisas, onde e como foi tentado, mas como reagiu a consciência de
Jesus”. (Dom Geraldo Majella)
Se, no mundo que vivemos, já deveria ser intolerável essa
atitude. Imagine no ambiente cristão. Não se pode admitir que dentro da esfera
onde Deus é nosso único pastor, a liderança de falsos pastores, pessoas
egoístas e mal resolvidas que afastam as pessoas. É verdade também que Deus
escolhe as pessoas, até mesmo os mais difíceis de lidar e conviver. Pedro, Paulo,
Moisés, Elias, não eram pessoas fáceis, no entanto, em defesa a eles aparece a
fidelidade ao projeto. Então, mesmo em meio a erros, sejamos fieis. Deus não
permitirá que isso prevaleça. Uma hora as alianças com a maldade se desfazem… A
ovelha descobre o tempo que perdeu.
Um imenso abraço fraterno!
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