QUARTA FEIRA DA XXI SEMANA DO TEMPO COMUM 27/08/2014
1ª Leitura 2 Tessalonicenses 3.6 -10; 16-18
Salmo 127(128) “Felizes os que temem o Senhor, os que andam em seus
caminhos”
Evangelho Mateus 23, 27-32
“Síndromes do Farisaísmo”
A gente olha para os Fariseus e os Escribas, em seu contexto
religioso e ficamos surpresos: ”Como podem ser tão falsos e incoerentes com
aquilo que creem e pregam...”
Em maior ou menor escala, nós cristãos desde segundo milênio, temos
também a Síndrome do Farisaísmo,quando não ligamos pensamento e ação, quando
não há nenhum vínculo entre Fé e Vida. Não precisa se ir muito longe para
encontrar um fariseu, ás vezes o homem ou a mulher que atua na Pastoral ou
no Movimento, e que são um testemunho espetacular de casal que vive bem a sua
Fé, na fidelidade ao Evangelho, no amor a Eucaristia e a oração, e são até solicitados ás vezes a darem
conselhos a outros casais que têm dificuldades em seu relacionamento. Mas lá um
belo dia a “Casa Cai” e o casal se separa...
O maridão que era um agente de pastoral firme e exemplar, vai se
embora com uma mocinha do grupo de jovens, troca a esposa e filhos por um amor
ardente, movido pela paixão. Essa ruptura entre ambos não ocorreu de um dia
para outro. Já fazia tempo que a relação ia de mal a pior. Por que não pediram
ajuda? Por que não procuraram um sacerdote? Precisavam manter a aparência da
fama conquistada na comunidade. Imaginem o casal que ajuda a resolver casos
difíceis e faz orações poderosas, admitir que estejam quase se separando, por
que não se entendem mais.
Farisaísmo não é “doença” só de leigo. Há membros do clero que há
tempo apenas mantém a aparência de vocacionado, nada sobrou de sua vocação
ingênua, baseada em fantasias de endeusamento do seu Ego, e que não resistiu á
dura realidade do dia a dia. Ser Padre ou Diácono por causa do “status” dentro
da própria igreja. Pregar a Palavra de Deus faz parte da Vida Ministerial, mas
a vivência cristã, pautada pela sinceridade, autenticidade de uma Fé íntegra há
muito se perdeu , e os seus maus testemunhos falam mais alto que suas belas
pregações.
Há farisaísmo nas relações, tanto do clero como do Laicato, que
deveriam ser pautadas pela fraternidade e misericórdia, mas que na verdade são
marcadas tristemente pela inveja, ciúmes, disputas e contendas que parecem não
ter mais fim. Depois, leigos e Clero vão para a Santa Assembleia, ouvir a Santa
Palavra, em torno da mesma mesa, demonstrando que tudo está bem, quando na
verdade, até ali na Assembleia Litúrgica dão vazão ao egoísmo e egocentrismo de
Egos exaltados.
O Farisaísmo nas reuniões de Conselho, de Leigos que querem ser os
“Donos da Bola” nos assuntos em pauta, o Farisaísmo da guerrinha fria que ainda
persiste, entre os defensores de uma Eclesiologia mais tradicional, ou
Progressista, contra Movimentos de Linha pentecostal, dentro da própria Igreja,
e a guerra se amplia, saindo das discussões do dia a dia, indo para a grande
Mídia, onde um tenta minimizar o “sucesso” do outro. Estou olhando para a nossa
Igreja, mas em todas as Igrejas Cristãs, o Farisaísmo nefasto traz cada vez
mais divisões diabólicas.
Nas realizações ou
empreendimentos arquidiocesanos, não se veste a camisa da Unidade e Comunhão
com o Bispo, mas enfileira-se neste ou naquele grupo, liderado por este ou
aquele pensamento. E isso fora as ideologias estranhas que alguns “Iluminados”
querem colocar no cristianismo, contrariando a Sã Doutrina. Todos nós Cristãos,
em menor ou maior escala, contribuímos para a conservação desse Farisaísmo,
quando deixamos de falar a Verdade, quando nos omitimos na comunidade, quando
preferimos deixar o barco correr, sem dar a nossa opinião, porque temos medo de
magoar esse ou aquele.
O Papa Francisco tem combatido incansavelmente essa Igreja do
estrelismo, do alisamento do Ego, que nada mais é do que fruto do Farisaísmo
presente em nosso meio. Humildemente peçamos perdão! E eu, escriba indigno da
Santa Palavra, o faço em primeiro lugar...
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