Bom dia!
Brinco com
as pessoas mais próximas que esse evangelho é um dos mais sintéticos sobre o
amor de Deus. Revela um pai que fica na janela esperando a volta do filho que
se perdeu ou daquele que, pela imaturidade ou no calor de emoções, tomou
decisões impensadas e cujas consequências hoje paga.
Mas quem é
esse que Deus espera?
Temos muitas
vezes uma ideia inicial errônea. Imaginamos tanta gente que nos cerca, mas
esquecemos de lembrar da pessoa mais próxima que conhecemos e deveríamos
cuidar– a nós mesmos.
Somos nós
que perdemos tempo querendo saber da vida do irmão e não perceber a inveja
penetrando silenciosamente o nosso coração; somos nós que apontamos para as
pessoas, restando a elas a resignação ou o ostracismo, se na verdade ao invés
do dedo, Deus ficaria contente ao ver nossa mão estendida a aquele que
necessita que muitas vezes não sabe, não aprendeu ou não tem coragem para pedir
ajuda
“(…) Todos
nós somos pecadores, mas Deus nos ama tanto que age sempre com misericórdia
para conosco, perdoando o que nos pesa na consciência e sempre dando-nos
condições para que nos convertamos e possamos viver na sua amizade, afinal de
contas, o verdadeiro Pai não quer ver os seus filhos e filhas dispersos pelo
mundo e entregues ao poder do pecado e da morte. Tudo isso faz com que uma das
maiores alegrias de Deus seja a conversão dos pecadores. Como Deus, também nós
devemos agir com misericórdia para com os que erram e dar-lhes condições para
que possam converter-se e, assim, vivam a plena alegria de quem se sente eternamente
amado por Deus”. (reflexão segundo a CNBB)
Talvez o
maior pecado esteja em não permitir que o outro levante ou por orgulho achar
que sou melhor que aquele que hoje olha a vida de baixo para cima. “Pois eu
lhes digo que assim também vai haver mais alegria no céu por um pecador que se
arrepende dos seus pecados do que por noventa e nove pessoas boas que não
precisam se arrepender”.
É estranho
na concepção que o mundo nos ensinou, ou seja, de ser o primeiro a qualquer
custa, mas extremamente magnífico enxergar o irmão sob a ótica de Jesus. O
olhar que procura a solução e não enfatiza o problema. É algo bem próximo ao
que Dom Bosco TRABALHOU e chamou de PREVENTIVO.
Percebamos
uma síntese do método:
1.
pela vontade de os educadores estarem entre os jovens partilhando a sua vida,
olhando com simpatia para o seu mundo, atentos às suas verdadeiras exigências e
valores;
2.
pelo acolhimento incondicional, força promocional e capacidade incansável de
diálogo;
3.
pelo critério preventivo que crê na força do bem presente em cada jovem, também
no mais carente e procura de se envolvê-la mediante experiências positivas;
4.
pela centralidade da razão, que se torna bom senso das exigências e das normas,
flexibilidade e persuasão nas propostas;
5.
pela centralidade da religião, entendida como desenvolvimento do sentido de
Deus congénito a toda a pessoa e esforço de evangelização cristã;
6.
pela centralidade da amorevolezza (amor, “amorabilidade”, amabilidade), que se
expressa como amor educativo que faz crescer e cria correspondência;
7.
por um ambiente positivo tecido de relações interpessoais, vivificado pela
presença amorosa, solidária, animadora e ativadora dos educadores e do
protagonismo dos próprios jovens;
E qual é
nosso papel nesse evangelho?
A nós cabe
ajudar a mulher a procurar a moeda e não somente ve-la desesperada e ficar
dizendo “eu não disse? Eu te avisei!”. É estar com o pastor procurando a ovelha
que se perdeu e se já me faltam as forças não somente ficar a olhar as que
estão no cercado, mas ter uma atitude pro ativa vendo os defeitos da cerca,
falhas na segurança, perigos em volta…
Quem não vê
a igreja dinâmica corre o risco de perder o sabor.
Quem perdeu
o sabor não é estranho vê-la tratando o irmão como apenas aquele outro (a)
Um imenso
abraço fraterno.
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