QUARTA - 4 de Dezembro de 2013 -
Evangelho - Mt 15,29-37
Este Evangelho é uma amostra da vida de
Jesus e do Reino de Deus, inaugurado por ele. Os doentes são curados, os
famintos são alimentados, formando-se o banquete da vida.
O evangelista começa dizendo que Jesus
subiu a montanha e sentou-se. É a disponibilidade, Jesus coloca-se à disposição
do povo para que se aproximem dele e peçam o que desejarem. E não deu outra:
acabou curando muitos doentes e até multiplicando pães. “Jesus passou pela vida
fazendo o bem” (At 10,38).
“Tenho compaixão da multidão.” A palavra
compaixão vem de duas palavras latinas: “Cum” = com. “Patire” = sofrer. É
sofrer com alguém. Quando fica apenas em sentir dó, chama-se compaixão passiva.
Quando a pessoa faz alguma coisa para ajudar o outro a superar o sofrimento,
chama-se compaixão ativa. Compaixão ativa é o mesmo que misericórdia.
Assim como se uniu na dor, a pessoa se
une também na alegria de ter superado o obstáculo. “Há mais felicidade em dar
do que em receber” (At 20,35).
A nossa sociedade nos forma para termos
um coração duro e insensível à dor do próximo. Pensamos mais em prendê-lo do
que em ajudá-lo. Isso gera violência e desintegração familiar. Há também
pessoas que agem no sentido contrário: criam sofrimentos e cruzes para os
outros.
Existem na terra oito vezes mais os
alimentos necessários para que toda a humanidade se alimente bem. Portanto, o
nosso maior problema não é falta de alimento, mas a sua concentração.
“E glorificaram a Deus.” O testemunho de
vivência do Evangelho, especialmente da caridade, gera alegria e aproxima as
pessoas de Deus.
“O Senhor dará para todos os povos um
banquete de ricas iguarias” (1ª Leitura). O texto nos lembra o alimento dos
alimentos: a Eucaristia.
Jesus começou a construir o Reino de
Deus, mas não concluiu a obra, deixando para nós continuarmos. Que nenhum
doente se sinta desamparado ao nosso lado, e ninguém passe fome. Da nossa parte
são necessários apenas sete pãezinhos; o resto Deus faz.
Certamente, neste tempo do advento,
Jesus nos pede um nosso compromisso com o seu Reino. Que o atendamos.
Havia, certa vez, um corcunda que,
devido a essa deficiência, era desprezado pelo povo da sua cidade. Ninguém
ligava para ele, e alguns até zombavam, de modo que ele tinha medo até de andar
na rua.
Um dia, ele fez um gesto admirável:
salvou uma jovem que estava se afogando no rio. Toda a cidade ficou sabendo e,
a partir daí, o povo mudou completamente a maneira de tratá-lo. Ele passou a
ser valorizado, estimado e querido, apesar de continuar corcunda.
Nós infelizmente somos assim. Arrasamos
uma pessoa devido a uma deficiência, física ou mental, da qual ela não tem
culpa. Jesus não era assim. Ele valorizava a todos, especialmente os doentes e
procurava libertá-los das doenças.
Maria Santíssima, nas Bodas de Caná, foi
ousada; ou melhor, foi uma mulher de fé, quando pediu ao Filho que resolvesse o
problema da falta de vinha na festa. E acabou dando certo. Que sigamos o seu
exemplo.
Jesus cura muitos e multiplica pães.
Padre Queiroz
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