Quarta - 20 de Novembro de 2013 - Evangelho - Lc 19,11-28
Por que tu não depositaste meu dinheiro no banco?
Esta parábola das moedas de prata é parecida com a dos talentos. Um
patrão, antes de viajar, chamou dez empregados e entregou a cada um dez moedas
de prata, pedindo-lhes que, na sua ausência, as fizessem render.
As moedas simbolizam os nossos dons e qualidades, que chamamos também de
talentos: Saúde, estudo, inteligência, dons artísticos, aptidões profissionais,
amor, boas maneiras, as virtudes cristãs, a beleza física...
A parábola foi uma resposta de Jesus aos discípulos que, pelo fato de
estarem se aproximando de Jerusalém, pensavam que o Reino de Deus ia chegar
logo. Portanto, o que Jesus quis dizer é que a chegada do Reino de Deus depende
de nós mesmos, do uso que fizermos dos nossos dons.
Reino de Deus é a Vida Nova projetada por Jesus, que tem seu início aqui
na terra e a plenitude no Céu. É uma vida na verdade, na justiça, na graça de
Deus, no amor, na vida plena para todos sem que haja excluídos, e na paz. Aqui
na terra, o Reino de Deus é aquele mundo e humanidade que Deus projetou. Isso
não cai pronto do céu; nós é que temos de construí-lo, com os dons e recursos
que temos.
A referência ao ódio que os concidadãos tinham do patrão e à vitória
dele, sendo coroado rei, simbolizam a morte e ressurreição de Jesus. Nós também
encontramos obstáculos e perseguições na construção do Reino de Deus, mas nós
também venceremos.
“A todo aquele que já possui, será dado mais ainda; mas àquele que nada
tem, será tirado até mesmo o que tem.” Sentido: no julgamento final de Deus,
aquele que foi fiel no pouco, nos pequenos serviços da vida terrena, receberá
uma grande recompensa, como o empregado que fez as dez moedas renderem dez
vezes mais; mas o que não teve essa fidelidade, e foi preguiçoso, será
castigado severamente.
“Como foste fiel em coisas pequenas, recebe o governo de dez cidades.” O
importante não é o tamanho do dom, mas o uso que fazemos dele. Quem desenvolve
mais receberá mais prêmio.
A conclusão é que cada um de nós deve usar bem os dons que recebeu de
Deus, sejam quais forem, grandes ou pequenos. Assim, seremos premiados por
Deus. Mais que uma honra, nossos dons são uma responsabilidade para nós!
Havia, certa vez, um menino que era excepcional. O pai o amava muito e
costumava sair com ele para passear na cidade.
Um dia, eles estavam passando perto de um campo de futebol, onde havia
um grupo de crianças jogando. O garoto olhou o jogo com os olhos arregalados e
disse ao pai ao pai que queria jogar. O pai transmitiu o pedido a um dos
garotos que estavam no campo. Este olhou para os demais, como que buscando
aprovação. O grupo não disse uma palavra. Então o garoto o aceitou e colocou no
seu time. O jogo estava empatado por dois a dois.
De repente o time adversário sofreu um pênalti. Para batê-lo, o time
resolveu chamar o garoto excepcional. Ao ver o caminhar desengonçado do menino,
o goleiro se adiantou um pouco, na certeza de que a bola não chegaria até o
gol. Entretanto, o menino chutou com toda a sua força e a bola, apesar de meio
morta, passou por cima do goleiro e entrou. A alegria do seu time foi tão
grande que o carregaram pelo campo.
Foi o dia mais feliz daquela criança excepcional, e também de seu pai. E
o resultado foi sentido na escolinha de excepcionais que ele freqüentava.
Todos nós temos talentos, inclusive os deficientes. O que precisamos é
de amor, apoio, confiança e de espaço para desenvolvê-los.
Maria Santíssima usou e usa muito bem os dons que recebeu de Deus,
especialmente o de ser Mãe. Vamos pedir a ela que interceda junto de seu Filho
por nós, a fim de que façamos render dez vezes mais as nossas dez moedas de
prata.
Por que tu não depositaste meu dinheiro no banco?
Pe. Queiroz
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