SAGRADA FAMÍLIA
DOMINGO 29/12/2013
-Diac. José da Cruz
1ª Leitura
Eclesiástico3,3-7.14-17ª
Salmo 127(128)Felizes
os que temem o Senhor, os que andam em seus
caminhos”
2ª Leitura Colossenses
3, 12-21
Evangelho Mateus 2,
13-15.19-23
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2013&mes=12&dia=29
É necessário muito
cuidado ao refletirmos este evangelho na Festa da Sagrada Família formada pelos
pais José e Maria, e o Menino Jesus. Se não compreendermos o contexto em que
São Mateus escreve e reflete com suas comunidades, teremos uma conclusão
errada, de que aquela Família era Sagrada e como tal gozava de todos os
benefícios Divinos pois a cada perigo eminente José é avisado em sonhos por um
anjo do Senhor que lhe dá a orientação segura do que e como fazer para escapar
desses perigos. E daí, o Cristão Pai de
Família de hoje vai apenas pensar: que bom se isso acontecesse comigo e minha
família. Mas não tenho a mesma Fé de José, Pai adotivo de Jesus, não fui
escolhido para uma missão tão bonita como a dele. E a reflexão desse pai de
família poderá terminar com uma invocação a São José e a Sagrada Família,
pedindo proteção Divina para os terríveis perigos que rondam nossas famílias
hoje.
Há na Bíblia um
recurso literário chamado Midraxe, eu não esvazia a reflexão, ao contrário a
torna mais rica e profunda. Mateus é Judeu e escreve para Judeus, suas
comunidades 50 anos após a Morte de Jesus, prevalece o Cristianismo Judaico
onde a Tradição da História de Israel é sempre colocada em relevo. O Deserto
fora uma experiência libertadora para o Povo de Deus da Antiga Aliança. José do
Egito, das Doze Tribos de Israel, Filho de Jacó, tinha o carisma do sonho, onde
Deus se revelava, e a ele pode ser atribuída a formação do Povo de Israel que é
gestado no Egito e de lá é chamado para voltar a Israel. José, Pai adotivo do
Menino Jesus, dá início a uma nova história, colaborando de maneira decisiva
para a Encarnação Divina, não mais no meio de um Povo em especial, mas de toda
a humanidade. Mateus coloca como base para a origem do Povo da Nova Aliança, a
mesma História do Povo da Antiga Aliança. E assim, seus conterrâneos poderiam
abrir o coração para acolher a Boa Nova.
Mas voltemos ao nosso
tempo, que reflexão fica para nós, sobre a Sagrada Família? Pois somos da
cultura ocidental, bem longe das relações familiares do Mundo Judaico, marcada
pela obediência, Fidelidade e acolhimento do outro. A carta Paulina da segunda
leitura tem seu foco na caridade em nossas relações, como vínculo da perfeição.
José, o esposo de
Maria e Pai adotivo de Jesus, é um Homem Justo que se move pela Fé no Deus
Vivo, que norteia todas as suas decisões. Cada passo, decisão ou escolha que
ele faz, enquanto Pai de Família, está sempre coerente com a sua Fé, por isso
Deus o inspira, porque ele está sempre aberto á sua Palavra e Revelação que
acontece no dia a dia. Nossas Famílias também são Sagradas, como a de Nazaré, O
patrimônio que Deus nos confia é a Vida, da qual a Família deve ser a primeira
guardiã. Em José, o Agir de Deus numa ação conjunta, é tão forte que ele
próprio, percebeu que o tirano Arquelau, Filho de Herodes, representava um
perigo para a Vida de Jesus e por isso vai morarem Nazaré, lugar de gente
simples, de onde Jesus sairá anunciando um Reino que se estendeu ao mundo
inteiro.
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