TERÇA - 3 de Dezembro de 2013 -
Evangelho - Lc 10,21-24
Eu te louvo, Pai, porque te revelaste
aos pequeninos.
Este Evangelho nos mostra que Deus gosta
das pessoas simples e humildes. Toda a Bíblia fala do amor predileto de Deus
pelos pequenos e pobres.
Jesus mesmo era assim: “Tomai sobre vós
o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e
encontrareis descanso para vós” (Mt 11,29).
Quando Jesus fazia um grande portento,
mostrando a sua divindade, pedia aos discípulos que não divulgassem. Isso
porque ele era humilde e não queria se destacar sobre as pessoas com quem
convivia. Seu desejo era ser considerado gente simples, comum e do povo.
E ele nos aconselha a fazer o mesmo:
“Quando fores convidado para uma festa, vai sentar-te no último lugar. Quando
chegar então aquele que te convidou, ele te dirá: ‘amigo, vem para um lugar
melhor!’ Será uma honra para ti, à vista de todos os convidados. Pois todo
aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado” (Lc
14,10-11).
“Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da
terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as
revelastes aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.”
Em seguida, Jesus fala: “Ninguém conhece
o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Isso para
mostrar que, se ele ocultar dos orgulhosos os mistérios sagrados, os orgulhosos
não têm outro meio de ficar sabendo.
“Felizes os olhos que vêem o que vós
vedes...” É um convite de Jesus a não inveja de grandes e famosos personagens,
do passado ou do presente. Conhecer a Jesus e segui-lo é a melhor parte, a
melhor riqueza, a felicidade completa. E tanto o conhecimento como a fé em
Jesus são dados aos pequenos e humildes.
“O céu é o meu trono... Mas eu olho para
o pobrezinho de alma abatida que treme ao ouvir minha palavra” (Is 66,1-2).
“Não tenhais medo, pequeno rebanho, pois
foi do agrado do vosso Pai dar a vós o Reino. Vendei vossos bens e dai esmola.
Fazei para vós bolsas que não se estragam, um tesouro no céu que não se acabe;
ali o ladrão não chega nem o traça corrói” (Lc 12,32-34).
Certa vez, um homem recebeu a notícia de
que acabava de ser nomeado mandarim. Mandarim era um espécie de ministro dos
antigos reinos orientais; um dos cargos mais importantes do reino.
O homem ficou super feliz. Agora sim,
pensou ele, serei um grande homem aqui no reino. Preciso então providenciar
logo uma roupa adequada, que faça jus à minha nova posição e à minha dignidade.
Foi ao alfaiate mais famoso do reino e
lhe pediu que fizesse para ele o manto próprio de mandarim.
O alfaiate tirou todas as medidas,
cuidadosamente, depois perguntou ao cliente: “Há quanto tempo o senhor é
mandarim?” O homem estranhou a pergunta e disse: “O que tem a ver isso com o
manto?”
O alfaiate explicou: “Acontece que um
mandarim recém nomeado fica tão deslumbrado com o cargo que mantém a cabeça
altiva, ergue o nariz e estufa o peito. Por isso tenho de fazer a parte da frente
do manto maior que a de trás.
Agora, anos mais tarde, quando ele está
ocupado com o seu trabalho e cansado devido aos transtornos advindos do cargo,
ele fica mais sensato e costuma olhar para frente, a fim de ver o que vem na
sua direção e o que precisa ser feito. Aí eu costuro o manto de modo que as
partes da frente e de trás tenham o mesmo comprimento.
Mais tarde, depois que o seu corpo está
curvado pelos anos de trabalho e ele está mais humilde devido às humilhações
que recebeu, então eu faço o manto de forma que as costas fiquem mais longas
que a frente.
Por isso que eu preciso saber do senhor
há quanto tempo está neste cargo”.
O novo mandarim saiu da alfaiataria
pensando menos no manto e mais na responsabilidade que ia assumir.
“Deus resiste aos soberbos, mas concede
a graça aos humildes” (Tg 4,6). Ninguém é mais que ninguém. Para Deus, todos os
serviços têm a mesma dignidade. O prefeito da cidade não está do lixeiro; o que
vale é o amor e a dedicação que colocamos em nossos serviços.
Maria Santíssima, na Anunciação se
considerou serva do Senhor. No magnificat, admirou-se de Deus ter olhado para
ela, uma pessoa tão humilde. Em toda a sua vida, nunca procurou lugares de
honra e destaque; a sua alegria era servir. Que ela nos ajude a ser simples e
humildes!
Eu te louvo, Pai, porque te revelaste
aos pequeninos.
Pe. Queiroz
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