Daniel 2,31-45 – “o reino
que permanecerá para sempre”
O sonho do rei interpretado por Daniel nos remete a uma reflexão sobre a
nossa existência humana sujeita a mudanças e transformações. O jovem Daniel nos
revela com bastante clareza que Deus está na retaguarda de todos os eventos
humanos e que nenhuma “pedra” cairá sem que Ele o tenha permitido. Às vezes
pensamos que os fatos que estão acontecendo no mundo ocorrem
exclusivamente pela vontade do homem, no entanto, percebemos que há um
propósito de Deus para cada episódio que constatamos aqui na terra. Nenhum
reino, nenhum poder humano está seguro e completamente impenetrável. Os homens
passam e a história continua com outros. Na interpretação do sonho, Daniel
identifica Nabucodonosor como a “cabeça de ouro”, a quem Deus havia concedido
todo o poder, inclusive o de levar consigo o povo de Israel para o exílio
na Babilônia. Mesmo assim, ele prenuncia a extinção do seu grande reino e a
chegada de um reino inferior ao dele, exatamente o rei que libertaria o povo de
Deus do exílio, Ciro, rei da Pérsia. Por aí, nós temos consciência da
transitoriedade da nossa vida como também a nossa insegurança em relação a
status, condição social, poderio econômico, fama, sucesso, etc.. O último reino
a que Daniel se refere é justamente o reino que veio para acontecer e permanecer
para sempre, o reino de Deus. “No tempo desses reinos, o Deus
do céu suscitará um reino que nunca será destruído, um reino que não passará a
outro povo; antes, esmagará e aniquilará todos esses reinos, e ele permanecerá
para sempre.” É o reino dos céus que tem como Rei Jesus Cristo, Seu
Filho Unigênito. Deus está no controle dos eventos da história
humana. O nascimento e a queda de impérios ocorrem como se estivessem
acontecendo pela vontade do homem, mas Daniel nos revela claramente que Deus
está por trás de todos os eventos humanos. Nada acontece sem que Deus já tenha
consentido ou tenha impedido, pois o Seu poder é exclusivo e soberano e a Sua
onisciência extrapola a nossa capacidade de compreensão. Portanto, tenhamos
prudência ao enaltecer e lisonjear os “reis da terra”, isto é, aqueles que têm
o comando provisório das rédeas do poder, porque, como a palha miúda das eiras, no verão, que o vento varre sem
deixar vestígios, eles desaparecem. O reino que nunca acaba é o
reino de Deus, porque é eterno e está dentro do nosso coração. Em todas as
circunstâncias da nossa vida Ele nos acompanhará. Seja na pobreza, na riqueza,
na alegria ou tristeza e até na morte do nosso corpo, ele seguirá junto da
nossa alma. – Você tem desejos de
ser uma pessoa poderosa e conhecida? - Você faz alguma distinção entre o
rei e o empregado do rei?- Você acredita que Deus tem as rédeas e o governo de
todos os acontecimentos? – A sua vida é consagrada a Deus? – Você tem algum
ídolo? Você costuma lisonjear os homens?
Salmo – Daniel 3, 57-61 – “Louvai-o e exaltai-o
pelos séculos sem fim!
É justo que, as obras, os céus, os anjos, as chuvas e as potências
louvem o Senhor, porque tudo a Ele pertence. O louvor de Daniel e seus
companheiros na fornalha ardente é um reflexo de todos os sentimentos que
trazemos dentro do nosso coração quando experimentamos o Seu livramento.
Se Deus é o Senhor de tudo e de todos, quem mais nos poderá salvar? Os reis da
terra fazem jus ao nosso respeito e obediência à sua autoridade, porém nenhum
deles merece ter o nosso coração e a nossa exaltação. Que o nosso louvor
permaneça pelos séculos sem fim!
Evangelho – Lucas 21,5-11 – “Dias
virão em que não ficará pedra sobre pedra.”
Com estas palavras, Jesus quis mostrar às pessoas que admiravam o Templo
pela sua beleza exterior tendo uma visão superficial do mundo e das coisas que
as atraíam, que o material que enfeita o Templo e até mesmo, aquele que o
construiu pode ser facilmente destruído. “O sinal das coisas que estão
para acontecer”, nós o percebemos, justamente pelas “coisas que
já estão acontecendo”, no mundo, em nós e nas pessoas ao nosso redor. Jesus
Cristo não nos prometeu nenhum sinal especial para nos livrar dos
acontecimentos que tiram a normalidade da nossa vida, porém, ele nos adverte
para que estejamos atentos (as) em relação às coisas que têm significado para
nós. O valor que as coisas têm é inerente à maneira como nós as
enxergamos, ou seja, elas valem para nós conforme a nossa visão interior e
subjetiva. O que é valioso para um poderá não ser para o outro dependendo do
amadurecimento de cada um em relação ao valor das coisas criadas. Os
sinais de hoje nos servem de alerta, não para que fiquemos apavorados, mas para
que estejamos vigilantes. Guerras, revoluções, terremotos, fome, peste, miséria,
dissensões, separações, homicídios, uns se voltando contra os outros, etc,
etc.. Porém, apesar de atentos, necessitamos de serenidade e prudência para
atravessar esse campo minado e não podemos nos apavorar. O nosso
testemunho deve ser de confiança absoluta nas palavras de Jesus: “é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo
o fim”. Enquanto as coisas acontecem e enquanto não chega o
fim, ainda temos chance para uma mudança radical na nossa mentalidade medíocre
que valoriza somente o que é atrativo e nos encanta. Os grandes sinais
que serão vistos no céu já se manifestam dentro de nós quando entramos em
comunhão com Deus, e, pelo poder do Espírito Santo, acolhemos os ensinamentos
de Jesus e temos intimidade com Ele. A Palavra de Jesus nos recomenda a que não
sejamos enganados (as) dando ouvido aos “arautos” do terror, portanto,
escutemos atentamente ao que o Senhor nos revela e façamos tudo de acordo com o
que Ele nos disser. - Você se apavora
diante dos boatos em relação aos acontecimentos ruins?- Qual é o sinal que o
Senhor tem manifestado para você?- Jesus tem lhe falado de conversão, de
mudança de mentalidade? – Você tem dado ouvido, isto é, tem seguido, ao que Ele
tem lhe manda fazer?
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