25 de Novembro - Evangelho - Lc 21,1-4
Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas.
Este Evangelho narra a cena da viúva oferecendo a Deus duas moedinhas de pouquíssimo valor, ao lado de pessoas ricas que ofereciam grandes quantias. Jesus explica que ela ofereceu mais do que todos, porque ela deu tudo quanto tinha para viver, enquanto os ricos ofereciam o que lhes sobrava.
Atrás do mesmo gesto, nós temos dois procedimentos bem diferentes:
- A viúva ofereceu tudo quanto tinha para viver, mas nem pensou nisso. Quem se dirigia pelo amor a Deus, não se preocupa muito consigo mesmo, porque sabe que Deus é Pai e cuida dos seus filhos e filhas. E a segurança oferecida pelo amor a Deus é muito maior do que a oferecida pelo dinheiro.
- As pessoas ricas ofereciam aquilo que lhes sobrava. Isso significa que elas colocavam a sua segurança no dinheiro, e calcularam antes, a fim de só oferecer a Deus o que não lhes ia fazer falta. Em outras palavras, elas davam a Deus o supérfluo. Por isso que os ricos são ricos.
E o resultado estamos vendo no dia-a-dia: pessoas morrendo de fome ao lado de supermercados abarrotados de alimentos; pessoas sem atendimento médico ao lado de hospitais de luxo cheios de leitos vazios, e de médicos e enfermeiras sem fazer nada...
Por outro lado, vemos esta mesma sociedade tentando resolver o problema da violência e não conseguindo, tentando resolver o problema das drogas e não conseguindo...
Podemos nos perguntar: A viúva foi imprudente? É certo alguém fazer isso que ela fez, dar tudo o que possui para viver? É certo ajudarmos um necessitado, usando para isso um tempo não livre, ou um bem do qual vamos precisar?
Aquela outra viúva, a de Sarepta (1Rs 17,8-17), deixou para nós um exemplo parecido: deu tudo o que tinha para matar a fome de um peregrino, e depois e nada lhe faltou.
A parábola do bom samaritano (Lc 10,25-37) também vai na mesma linha. O samaritano não calculou nada, quando desceu do seu cavalo e socorreu o ferido que viu na beira da estrada.
Todo gesto de amor verdadeiro inclui a doação da nossa vida. Do contrário, é egoísmo disfarçado em amor. Até um simples dar uma moeda ao mendigo que nos pede na rua, só será amor verdadeiro se estiver embutido no gesto uma entrega total de nós mesmos ao serviço daquele mendigo, se isto for necessário para fazê-lo feliz.
Na quinta-feira santa, Jesus apresentou esse novo jeito de amar, como o seu mandamento. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seu amigo”. Ele deu o exemplo, morrendo por nós.
Aquela viúva certamente tinha alegria, ao passo que os outros estavam tensos e tristes. É o que acontece quando seguimos e quando não seguimos o plano de Deus.
Havia, certa vez, um homem que era inseguro e vivia com medo de tudo e de todos. Não conseguia mais nem sair na rua. Então contratou seguranças particulares. No começo apenas um por período, depois dois, três... chegou a formar um exército de seguranças, mas o seu medo continuava. Ainda mais que algumas pessoas riam dele quando passava na rua, cercado de tantos seguranças.
Mas agora, o que fazer? Mandar esses seguranças embora? Se com eles o problema não se resolveu, imagine sem eles! E o homem continuou insegura, cercado de guardas por todos os lados.
A segurança que o dinheiro e a riqueza nos oferecem, é frágil, tem os pés de barro e pode cair e se quebrar a qualquer hora. Já a segurança baseada na confiança em Deus, aquela que tinha a viúva, é sólida e nos faz andar pela vida, até enfrentando perigos, de cabeça erguida e felizes.
Também Maria Santíssima, quando foi ajudar Santa Isabel, não calculou muito. Se tivesse calculado, certamente não teria ficado três meses na casa da prima, já que ela também estava grávida, e do próprio Messias. Também na cruz, Maria não calculou muito, pois correu risco, ficando ali de pé, junto do Filho, de ser também condenada por ser mãe do “criminoso” e o apoiar. Que Nossa Senhora nos ajude a imitarmos a viúva que Jesus nos apresentou como modelo.
Viu também uma pobre viúva que depositou duas pequenas moedas.
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