26 de Novembro - Evangelho - Lc 21,5-11
Não ficará pedra sobre pedra.
Este Evangelho conta que, aproveitando alguns comentários sobre a beleza
do Templo de Jerusalém, Jesus lembra que este Templo será destruído: “Vós
admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra”. De
fato, trinta anos após este discurso, o exército romano invadiu Jerusalém e
destruiu completamente o Templo. O Templo será destruído porque não aceitou o
enviado de Deus, o Messias.
Mas o sentido que Jesus quis dar vai além do Templo; atinge tudo o que
pertence a este mundo. Tudo o que é da terra é passageiro. Não podemos nos
apegar demais às coisas deste mundo, dando valor absoluto ao que é relativo, ou
considerando definitivo o que é provisório. Quanta imprudência cometemos por
nos esquecermos de que esta vida passa!
“Mas não será logo o fim.” Jesus quer dizer também que a destruição de
Jerusalém e do Templo não será ainda o fim dos tempos. Isso porque muitos
judeus associavam a destruição da Cidade Santa e principalmente do Templo, com
o fim dos tempos. A vida vai continuar, diz ele, e os seus discípulos ainda
deverão continuar cumprindo a sua missão, sem perder a esperança. A nossa
esperança deve ser ilimitada e humilde. Não vamos marcar tempo para Deus agir,
nem determinar o modo para ele agir. Ele sabe melhor que nós o momento certo de
interferir na História humana e como fazer isso.
A aparente demora de Deus não significa que ele está nos abandonando.
Pelo contrário, é sinal de paciência dele, esperando a nossa conversão. Ele
espera que a humanidade vá amadurecendo, ao enfrentar problemas cada vez mais
complexos.
“Quando ouvirdes falar em guerras e revoluções.” As guerras e a
destruição da natureza são uma herança do pecado, e não sinal do fim dos
tempos.
“Não fiqueis apavorados.” No fundo, o que Jesus quis com esse discurso
foi dar-nos paz, em meio às turbulências do mundo.
“Cuidado para não serdes enganados.” Em meio às crises, sempre surgem
falsos profetas dizendo: “Sou eu”, ou: “O tempo está próximo”. Jesus alerta:
“Não sigais essa gente!” antes do ano 2000, havia os milenaristas que diziam:
“De um passará, mas dois não chegará”. Depois que isso não aconteceu, sempre
surgem adventistas que querem marcar datas para o fim dos tempos.
O Templo de Jerusalém, na sua primeira construção feita pelo rei
Salomão, tinha colunas de alabastro, firmes como o granito, mas tão
transparentes em sua pureza que a própria luz lhes transpassava. Algumas dessas
colunas foram transportadas para a Itália e estão hoje na catedral de S.
Marcos, em Veneza.
“Vós, como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio
santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus” (1Pd
2,5). Que nós sejamos como aqueles colunas de alabastro, sustentando a nossa
família e a nossa Comunidade cristã. Que sejamos fortes na fé, alegres na
esperança, dinâmicos no amor e transparentes na verdade.
Maria Santíssima é, entre os santos, como uma pedra de brilhante. Ela
nunca deu ouvido a falsos profetas, pois conhecia profundamente a Lei de Deus e
a seguia. Mãe de Jesus e nossa, rogai por nós!
Não ficará pedra sobre pedra.
Padre Queiroz
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