DOMINGO - 22 de Dezembro de 2013 -
Evangelho - Mt 1,18-24
Jesus nascerá de Maria, prometida em
casamento a José, filho de Davi.
Neste Evangelho, nós vemos que foi pela
paternidade legal de José que Jesus entrou na linhagem davídica, cumprindo-se a
profecia de Jeremias, que está na primeira Leitura da Missa de hoje: “Farei
nascer um descendente de Davi; reinará como rei e será sábio, fará valer a
justiça e a retidão na terra. Naqueles dias, Judá será salvo e Israel viverá
tranqüilo; este é o nome com que o chamarão: ‘Senhor, nossa justiça’” (Jr
23,5-6).
Ontem começamos a nossa preparação
próxima para o Natal. Agora a nossa atenção para o protagonista da festa,
Jesus, que é o aniversariante. A preocupação é mostrar que Jesus veio do alto:
“Ela conceberá pela ação do Espírito Santo”, disse o anjo a José.
Como conciliar “veio do alto” com
“descendente de Davi”? O Evangelho de hoje responde a essa pergunta. Foi
através da descendência legal de Davi.
José e Maria estavam já prometidos em matrimônio;
e aconteceu que, antes de viverem juntos, ela esperava um filho. Os esponsais,
que precediam o casamento tinham entre os judeus a categoria de um compromisso
matrimonial firmado. Daí a linguagem do anjo: “Maria, tua esposa”.
Tudo indica que Maria tinha contado tudo
a José. A dúvida dele não era a respeito de Maria, mas em relação a si mesmo:
qual é o seu papel nesse mistério? Ele não queria atrapalhar, ficando com Maria
e assim passando a idéia de que é o pai da criança. Por isso, decidiu abandonar
Maria. Mas o anjo esclarece tudo: “Não tenhas medo de receber Maria como tua
esposa... e tu lhe darás o nome de Jesus”. Pela lei judaica, quem dá o nome
para a criança é o seu pai perante a Lei. A palavra Jesus significa “Deus
salva”, ou “Salvador”.
Se José rompesse o matrimônio sem fugir
em segredo, teria apenas duas saídas, perante as leis do país: 1) Dizer que ele
era o pai da criança, o que seria uma mentira e atrapalharia o plano de Deus.
2) Dizer que não era o pai da criança, o que levaria Maria a ser condenado como
adúltera. – O anjo veio mostrar-lhe uma terceira saída: perante a lei ele é o
pai, mas só perante a lei, não de fato.
“José, Filho de Davi, não tenhas medo de
receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo.”
Esta é a revelação principal, e o dado de fé, que está no Evangelho de hoje.
É assim que S. José se liga com a
dinastia messiânica: não só por razão de genealogia, mas, e sobretudo, pelo
dinamismo da obediência da sua fé, que o impulsiona a aceitar uma missão
obscura e sem brilho especial, mas muito importante nos planos de Deus sobre a
salvação humana.
Sem ceder à tentação do abandono, o
justo José entrou na radiante obscuridade do mistério de Deus. A sua estatura
humana agiganta-se a partir da fé que o animou. No advento, ele sobressai como
modelo bíblico de fé.
A vida de cada um de nós é vocação,
projeto e prova de Deus. E deve ser também resposta incondicional a ele, mesmo
na obscuridade da fé, confiando em Deus.
José e Maria tiveram um enorme respeito
pela criança, mesmo antes de nascer, porque era Filho de Deus. Todos nós, pela
Encarnação, somos também filhos e filhas de Deus. Tocar na pessoa humana é
tocar no coração de Deus. Principalmente se ainda não nasceu e está dentro da
mãe, pois está completamente indefesa.
A Antífona do Ó de hoje é: “Ó Adonai,
guia da casa de Israel, que aparecestes a Moisés na sarça ardente e lhe destes
vossa lei sobre o Sinai: vinde salvar-nos com o braço poderoso!”
Certa vez, no dia do Natal, um menino
entrou na igreja e foi direto ao presépio. Lá, ele disse ao Menino Jesus:
“Desculpe, Jesus, hoje é o seu aniversário e eu não trouxe nenhum presente!”
Jesus, então, resolveu conversar com ele. Disse assim: “Mas eu gostaria que
você me desse três presentes!” “Como, se eu não tenho?” respondeu o menino.
“Tem sim” – disse Jesus – “O primeiro presente que eu quero é o último desenho
que você fez na escola”. “Iii, Jesus! Bem aquele? Ninguém gostou dele, e a
professora deu nota zero!” “Por isso mesmo” – disse Jesus – “Quero que você me
dê tudo aquilo que os outros não gostaram, e também o que deixa você triste ou
frustrado. Outro presente que eu quero é o seu prato”. “Eu o quebrei” –
interrompeu o garoto. “Justamente por isso” – continuou Jesus – “Vou
consertá-lo. Eu conserto tudo o que quebra em sua vida. E a última coisa que
quero de presente é a resposta que você deu para sua mãe, quando lhe perguntou
pelo prato”. Nessa hora, a criança pôs a mão do lado da boca e falou baixinho:
“Eu menti para ela!” “Eu sei” – respondeu Jesus – “Mas eu quero que você traga
sempre para mim o que em você está errado: maldades, mentiras, preguiça... Não
quero que você carregue essas coisas. Quero libertar você, a partir de hoje, de
tudo o que pesa em você. Combinado? O meu aniversário é um dia especial para
fazermos um trato: quero que você tenha a minha alegria, a minha paz, a minha
verdade, a minha vida plena, e o meu amor, para cada dia do ano que vai
começar.” Nesta hora, o garoto sorriu e falou emocionado: “Obrigado, Jesus.
Assim eu terei não só um ano novo, mas a vida toda muito feliz”.
Essa história descreve a pura verdade. O
melhor presente que damos a Jesus são os nossos pecados, pois para isso que ele
veio, para libertar-nos desses pesos. Você já se confessou no advento?
Que aprendamos de Maria e José, entre
tantas outras virtudes: 1) O respeito ao plano de Deus. 2) Proteger a vida
humana antes de nascer. 3) Não julgar ninguém. 4) Proteger as pessoas que vivem
mais perto de Deus. 5) A dedicação ao trabalho. 6) Obedecer a Deus, mesmo não
entendendo. Todos os personagens do advento – Jesus, Maria, João Batista e o
profeta Isaías – obedeceram a Deus, mesmo sem entender direito. Não só eles,
mas todos os que dão o passo da fé e querem ser continuadores de Cristo no meio
da humanidade.
Jesus nascerá de Maria, prometida em
casamento a José, filho de Davi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário