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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Hoje, nasceu para vós um Salvador. Pe. Queiroz

TERÇA- 24 de Dezembro de 2013 -Evangelho - Lc 1,67-79

O sol que nasce do alto nos visitará.
Temos neste Evangelho o belíssimo cântico de Zacarias, chamado Benedictus, que ele cantou após o nascimento do filho João Batista. É um hino à fidelidade de Deus às suas promessas. Este cântico, assim como o magnificat, a Igreja repete todos os dias, nas Laudes e Vésperas respectivamente.
A primeira parte é um hino de ação de graças a Deus pela redenção iniciada. E a segunda parte é uma visão esperançosa do futuro, graças à intervenção do precursor, que abre caminho para o Messias.
O Benedictus começa dizendo: “Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo”. A redenção foi o maior presente que a humanidade recebeu. Hoje, tantos séculos depois, podemos repetir essa mesma explosão de alegria que teve Zacarias, pois a redenção é uma fonte inesgotável. Cristo veio para ficar conosco.
“Fez aparecer para nós a força da salvação.” Deus é maior que as forças do mal que querem nos levar à perdição.
“Como tinha prometido”. Deus cumpre as promessas que faz. Ele não tem pressa porque quem tem todo o poder na mão não tem pressa. A pressa é ligada à insegurança de quem não tem todo o poder.
“Para salvar-nos dos nossos inimigos.” Todos temos inimigos. São os que nos prejudicam ou querem levar-nos para o mal. Até nós, sem querer, podemos ser inimigos de alguma pessoa. Mas nenhum inimigo, da terra ou do outro mundo, isto é, o demônio, tem poder sobre nós, graças ao batismo que recebemos, pelo qual Deus nos visitou e libertou. Jesus nos deu todos os meios para nos libertarmos dos inimigos, sejam eles quais forem. Cabe a nós usar esses meios. Um deles é a Santa Igreja, que é a vida em Comunidade.
“Para que, sem temor e libertos das mãos dos nossos inimigos, nós o sirvamos, com santidade e justiça.” Santidade é viver bem com Deus. Justiça é viver bem com o próximo. E isso “sem temor”. Precisamos libertar-nos do medo, pois ele é o primeiro obstáculo que entrava na caminhada.
“Nós o sirvamos... em sua presença todos os dias da nossa vida.” Mesmo que a nossa vida dure noventa, cem ou mais anos, vamos servir a Deus todos os dias sem cansaço nem desânimo. A Bíblia está cheia de exemplos de idosos que serviram a Deus até o fim. Por exemplo, os profetas Simeão e Ana (Lc 2,25-38).
Em seguida, Zacarias se volta para seu filho: “E tu, menino, serás profeta do Altíssimo, pois irás adiante do Senhor para preparar-lhe os caminhos”. Também nós somos chamados a preparar os caminhos do Senhor.
Mas Zacarias volta a falar do Verbo encarnado: “Graças à misericordiosa compaixão do nosso Deus, o sol que nasce do alto nos visitará”. Jesus é como o sol que vence as trevas da noite e ilumina toda a terra. Que bom se saíssemos da sombra e nos deixássemos iluminar e aquecer por esse sol!
“Para iluminar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte.” Ao vermos as luzes do Natal brilhando em toda parte, lembremo-nos de que somos portadores da luz de Cristo, especialmente para iluminar os que jazem nas trevas e sombras da morte.
Nós devíamos ser como aquelas tomadas fosforescentes. Elas recebem a luz durante o dia e a guardam. À noite, elas brilham para que as pessoas possam vê-las mesmo no escuro.
Natal é a festa da esperança. O nascimento de Jesus foi e é uma nova esperança: a nossa vida e o mundo têm conserto, porque Deus veio visitar o seu povo.
“E dirigir nossos passos no caminho da paz.” Nós queremos ter paz e ser instrumentos de paz.
Vamos olhar o nascimento de Jesus assim, com os olhos de Zacarias. Mas sem cair na fraqueza dele, tendo dúvidas a respeito da ação divina.
Certa vez, um rapaz estava caindo num barranco e se agarrou às raízes de uma árvore. Em cima do barranco havia um leão querendo devorá-lo.O leão rosnava e mostrava os dentes. Embaixo, prontas para engoli-lo quando caísse, estavam nada menos que seis onças.
Ele erguia a cabeça, via o leão; abaixava a cabeça, via as onças miando e de olhos fitos nele. Em determinado momento, ele olhou para o lado e viu um morango vermelho, madurinho e cheiroso. Com grande esforço, conseguiu apanhar o morango, levou-o à boca e se deliciou com o seu sabor doce e suculento. Foi um grande prazer comer aquele morango tão gostoso.
Agora você me pergunta: E o leão? Dane-se! Esqueça o leão e as onças e coma os morangos, pois Deus visitou e redimiu o seu povo. Deus veio nos visitar, vamos soltar-nos em suas mãos!
Que Maria Santíssima, Zacarias, Isabel e João Batista intercedam por nós, para que celebremos bem o nascimento de Jesus.
O sol que nasce do alto nos visitará.

Lc 2,1-14 (Missa da noite, Solenidade do Natal)

Hoje, nasceu para vós um Salvador.
Com muita alegria, celebramos nesta noite o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Evangelho narra como foi o nascimento de Jesus. Chama a nossa atenção a situação de pobreza em que Maria deu à luz. Todos nós tivemos uma cama ou um berço onde fomos colocados quando nascemos. Jesus teve de ser colocado numa manjedoura, isto é, num coxo de animais. Admira-nos também a beleza com que os anjos deram a notícia aos pastores.
“Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados.” Essas palavras dos anjos expressam bem os nossos sentimentos nesta noite. Damos glória a Deus e pedimos a paz para a terra, especialmente para os homens e mulheres mais queridos de Deus.
Nós nunca conseguimos entender o tamanho do amor de Deus por nós, manifestado no Natal. Somos felizes, porque Deus nos abraçou e fez um eterno pacto de amor conosco. “De tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único” (Jo 3,16).
Com o pecado original, quem ofendeu a Deus e separou-se dele foi o homem. Entretanto, Deus não esperou que o homem o procurasse, mas ele mesmo o procurou, através de seu Filho. Deus deu o primeiro passo. Cabe a nós corresponder a esse gesto. “Nós amamos, porque Deus nos amou primeiro” (1Jo 4,19).
“O que é o homem, Senhor, para que o ames tanto assim? O que o ser humano tem em si, que conseguiu fascinar-te desse jeito?” (Sl 8,5). Por isso que a festa do Natal é tão bonita. É uma eterna explosão de alegria e de gratidão a Deus.
Antes, as pessoas se perguntavam: Por que a dor? Por que a humilhação? Qual é o sentido do sofrimento?... No Natal temos as respostas. Deus, tornando-se homem, humilhou-se, sentiu dor e passou pelos mais diversos sofrimentos, para dizer que o amor é maior que tudo isso. Ele veio dizer que não estamos sozinhos nas intempéries da vida. “Se conhecesses do Dom de Deus!” (Jo 4,10).
Pelo batismo, fomos inseridos em Cristo, participamos da sua missão e conseqüentemente dos seus sofrimentos, perseguições e humilhações, pela redenção do mundo. Infelizmente, o presente que é Jesus ainda não chegou a milhões de pessoas, simplesmente porque não há pessoas disponíveis em levá-lo!
“Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador...” Vamos atender ao apelo do anjo, vencer o medo e nos deixar contagiar por essa alegria do Natal.
O Verbo eterno, vindo à terra, não só recuperou tudo o que o ser humano tinha perdido pelo pecado, mas o enriqueceu muito mais. Agora temos em nós a natureza divina e somos filhos e filhas de Deus!
Entretanto, a recusa à Luz continua. A recusa de abrir o coração para Jesus vir e nascer, continua. Por isso que todos os anos repetimos a festa do Natal. Cada ano estamos numa situação diferente, e é nesta nova situação que Jesus quer nascer. Assim, a festa do Natal todos os anos se torna real e não algo repetitivo. Jesus bate de novo à nossa porta e pede entrada.
O advento teve a finalidade de nos preparar para este Natal vivo e atualizado. Precisamos nivelar os morros, tapar os buracos e endireitar as curvas, diz Isaías, um dos profetas do advento. As luzes que vemos brilhar em toda parte nesta noite vêm nos convidar a ser também luz de Deus no mundo. Assim, não somos meros espectadores da festa do Natal, mas nos inserimos nela para acolher novamente o Salvador.
Certa vez, uma família estava preparando a ceia de Natal, e a filhinha de nove anos pediu se podia convidar uma amiguinha. Os pais permitiram. Na hora da festa, a menina apareceu. Foi aquele espanto, porque era uma menina de rua, bem pobre e mal vestida. Todos ali vestidos com roupas de luxo, e a pobrezinha no meio deles. A filha foi uma verdadeira profetiza.
Que Maria Santíssima e S. José nos ajudem a corresponder a esse amor de Deus, tendo um coração novo, igual ao de Jesus. Que sejamos também envolvidos por aquela luz que veio aos pastores, e nos tornemos estrelas, como aquela que guiou os reis magos.
Hoje, nasceu para vós um Salvador.

Pe. Queiroz

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