Domingo, 6 de novembro de 2016.
Evangelho de Mt 5, 1-12.
Neste dia em que a Igreja celebra a solenidade de todos os Santos, deve crescer em nossos corações o desejo de alcançarmos tão grande
graça, a Santidade. Deus é misericordioso, conhece a nossa fraqueza, mas está
sempre pronto a nos perdoar, a fechar os seus olhos para as nossas fragilidades
e nos conceder o perdão.
Todos nós pelo batismo fomos
chamados a ser santos, portanto a Igreja ao celebrar “Todos os Santos”, nos
leva a refletir como estamos vivendo essa vocação a que fomos chamados. Pelo
batismo somos marcados com o sinal de Deus. O batismo marca o cristão com uma
marca que não se apaga, indelével, somos de Deus, pertencemos a Ele. O batismo
nos consagra a uma missão, a missão profética de Cristo; a missão de participar
do seu reinado e do seu sacerdócio; a missão de sermos santos como nosso Pai
celeste é santo. Deus fez as parte dele, cada um de nós deve fazer a sua.
O Evangelho de hoje fala das
bem aventuranças que é o caminho para a santidade e como devemos fazer para
atingi-las. As bem-aventuranças faz parte do grande sermão da montanha.
Certo dia, vendo a multidão,
Jesus sobe a montanha, que simbolicamente é o lugar de Deus. Ele recorda o
Monte Sinai, onde Deus deu à Moisés os 10 mandamentos e onde foi selada a Aliança com o povo hebreu que saiu da escravidão egípcia.
Subindo ao monte, Jesus nos parece um novo Moisés, promulgador da nova lei, no
novo Sinai. É a nova constituição do povo de Deus. Jesus deixa bem claro que não veio modificar
a lei, mas sim aperfeiçoá-la.
O Sermão da Montanha é um sermão revolucionário. É uma inversão dos
valores tradicionais. Os hebreus cultivavam a convicção de que prosperidade
material, o sucesso eram sinais de bênçãos de Deus; a pobreza, a doença, a
esterilidade eram sinais de maldição.
Jesus constata a realidade do povo que o segue: pobres, aflitos,
mansos, famintos, necessitados inclusive de santidade, Ele percebe os esforços
que fazem para mudar a situação, conhece as dificuldades e as perseguições que
enfrentam para criar a nova sociedade, e os proclama felizes, depositários do
Projeto de Deus. É preciso um mundo melhor, e esse mundo só será melhor se as
pessoas forem melhores.
A sociedade que vivemos é baseada na riqueza que explora e no poder que oprime. Nesta
sociedade as palavras: honestidade, moral, verdade, respeito, justiça e amor,
perderam o seu sentido original. O Ter tem mais valor, que o Ser.
Tudo isso nos traz angústia, porque estamos lutando na contra mão. À
vista disso, somos tentados a desanimar e, às vezes, até deixar tudo. Mas, vale
a pena continuar. A sociedade é um grande desafio para nós, cristãos amantes da
justiça e do amor.
Qual a atitude de Jesus diante disso?
O que Jesus valoriza? As palavras que Ele proferiu no Sermão da Montanha há
mais de 2.000 anos vêm de encontro a essa angústia e são válidas hoje e sempre,
porque são palavras de vida eterna. Devemos ler, reler e meditar as
Bem-aventuranças para não deixar morrer em nós o desejo de ser santos, de
evangelizar e transformar a sociedade...
As Bem-aventuranças são
propostas de santidade, e Jesus chama de bem-aventurados os pobres e humildes.
Agora os bem-aventurados não são mais os ricos deste mundo, os saciados, os
favorecidos, mas os que têm fome e choram, os pobres e perseguidos.
O que nos diz as
Bem-aventuranças hoje?
As Bem-aventuranças ensinam o
caminho da santidade. Se trocarmos a palavra “bem-aventurados”, por “são
santos”, Santo é aquele que é feliz.
Assim o convite à santidade é um convite à felicidade. A vida de santidade é
possível, pois, Deus nunca nos convida a realizar o impossível, inatingível. As
coisas impossíveis, só a Ele pertencem. A santidade está nas pequenas coisas do
dia-a-dia, em realizar as coisas da melhor maneira possível, não basta fazer
por fazer, mas é preciso fazer bem feito. Santa Terezinha
viveu a santidade nas pequeninas coisas, no entanto ela é Santa, doutora da
Igreja.
“São santos” os pobres em
espírito, os pobres, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de
justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz, os
perseguidos por causa da justiça.
Todos estes estão no caminho da
santidade, todos que tem espírito de pobre, que dependem de Deus, que não são
orgulhosos, mas humildes; os que se afligem com o sofrimento alheio e faz tudo
o que pode para aliviar a dor do próximo; estão no caminho da santidade, os
mansos, os que não agem com violência, mas têm paciência, mansidão, temperança;
estão no caminho da santidade aqueles que são justos, que buscam uma vida
melhor para todos, e lutam pela justiça,
pois a justiça do mundo é falha, mas a
de Deus é perfeita; estão no caminho da santidade os misericordiosos que usam
de misericórdia com seu próximo; estão no caminho da santidade os que tem
coração puro, pois são os que só vêm e fazem o bem, porque Deus está sempre com
eles, não tem maldade; estão no caminho da santidade os que promovem a paz,
porque estão mostrando que são filhos de Deus; estão no caminho da santidade os
que sofrem perseguição por causa da Palavra, porque estão plantando o Reino dos
Céus e por isso sofrem injúrias, perseguições, calúnias e todo tipo de mal,
esses cristãos missionários são dignos de ser chamados de santos e terão sua
grande recompensa nos céus.
Essa é a proposta de Jesus, não
é fácil, mas é possível com a graça de Deus. O caminho da santidade nem sempre
é fácil, exige uma luta diária e uma perseverança na fé em Cristo. Resta nos esforçarmos
para sermos santos, como nos pede Jesus: “Sede santos, como meu Pai do Céu é
santo!”
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Maria de Lourdes; bela reflexão. Deus te iluminará sempre como sempre te iluminou até aqui. Um grande abraço.
ResponderExcluirParabéns bela reflexão
ResponderExcluirBela reflexão ,Parabéns
Rosely Braga de Souza Bela reflexão .muito me ajudou ,Parabéns
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