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domingo, 1 de maio de 2016

A Igreja Mistérica e a Igreja institucional-Diac José da Cruz

SEGUNDA FEIRA DO TEMPO PASCAL 02/05/2016
1ª Leitura Atos 16, 1-15
Salmo 149,4 a “Porque o Senhor ama o seu povo”
Evangelho João 15, 26-16, 4 a

Dizia-me um aluno da minha classe de Teologia Pastoral para leigos, quando eu falava sobre a História da Igreja e essa tensão entre a Igreja Mistérica e a Igreja institucional: “Nós não podemos fazer a parte que é do Espírito Santo, e Ele também não vai fazer a nossa”.
Achei isso fantástico, não sei como ele deduziu isso, ou ouviu alguém dizer, mas pelo jeito assimilou esse ensinamento como membro de uma comunidade. Fantástico! É isso mesmo... Quando deixamos para o Espírito Santo certas tarefas e incumbências que o Pai nos deu, enquanto missão, não estamos sendo cristãos fervorosos, mas apenas cristãos omissos, e quando queremos e insistimos em fazer algo que compete única e exclusivamente ao Espírito Santo, estamos voltando as origens do Gênesis, tentando ser Deus em sua essência, o mesmo pecado de Adão e Eva.
Talvez o leitor comente consigo mesmo: “ Graças a Deus nunca fiz isso...”. Esse é um pecado que todos nós cometemos. Por exemplo, os irmãos e irmãs da comunidade não são e nunca o serão, do jeito que nós queremos: convertidos, virtuosos, atitudes e pensamentos sempre em harmonia com o que NÓS pensamos e fazemos. Pronto! Aí estamos nós, querendo dar uma de Espírito Santo para mudar aquela pessoa.
Por outro lado, pensemos: como é difícil conviver com pessoas diferentes de nós, algumas são até irritantes, intransigentes, e até mesmo insuportáveis! Eis aí algo que compete a nós, mas que precisamos do Espírito Santo para nos tornar flexíveis e maleáveis. Nos dois casos é o Espírito que age, porém no segundo, que é a questão da flexibilidade e docilidade para com os outros, temos que fazer a nossa parte, esforçando-nos para controlar nossos instintos egoístas e egocêntristas. No primeiro caso nada temos a fazer, pois é o Espírito Santo que vai agir, que vai trabalhar no coração e na vida daquele irmão insuportável, e o Espírito Santo tem um jeitinho especial, personalizado, para renovar cada um de nós, pois ele trabalha a partir daquilo que somos, por uma razão bem simples: Deus nos ama desse jeito, não exige que sejamos do jeito dele, diferente do modo como tratamos as pessoas.
Há neste evangelho uma realidade que motiva a nossa reflexão, a comunidade Judaica, que contém em si o Cristianismo enquanto uma seita, está sempre em conflito com essa. Qual a razão desse conflito, que no ano 90 irá culminar com a expulsão dos cristãos das sinagogas? É simples, a referência do Cristão, única e verdadeira é o Cristo Jesus e Deus Pai que o enviou, e que eles conhecem, não porque ouviu dizer, mas porque conviveram com ele, todos os da Era Apostólica, tiveram esse privilégio, que não foi só dos apóstolos, mas devemos lembrar que uma multidão de homens e mulheres se tornaram discípulos de Jesus. Já os da Comunidade Judaica conhecem apenas o Pai, o Deus da Antiga Aliança, mas não têm o coração fervoroso por causa de Jesus, já que a única referência que têm sobre Deus é a Lei de Moisés.  (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – cruzsm@uol.com.br )



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