15 – QUINTA-Evangelho - Lc 11,47-54
Dando continuidade às denúncias da hipocrisia
dos fariseus e dos doutores da Lei, Lucas apresenta seis ais de advertência. Precisamos entender que no tempo de Jesus,
uma ala do farisaísmo tendia a inverter o valor das coisas. Davam muita
importância às coisas secundárias, enquanto as essenciais não recebiam a devida
atenção. O pagamento do dízimo, por exemplo, era uma exigência irrecusável, e
cumprida mesmo em relação às insignificantes hortaliças. Entretanto, os
fariseus não se preocupavam, minimamente, em praticar a justiça para com o
próximo e dedicar a Deus um amor verdadeiro.
A prática religiosa do dízimo era desta forma, esvaziada
de sentido. Ao pagá-lo, os fariseus pensavam estar sendo fiéis à vontade
divina. Todavia, enquanto cometiam injustiças contra o próximo, cultivavam a
vanglória e agiam como hipócritas acabando por desagradar a Deus.
Invalidava-se, deste modo, sua piedade exterior, à qual se entregavam apenas
para serem louvados pelos outros. O amor e a justiça ocupam o lugar central na
vida do discípulo do Reino. Nisto, ele se distingue dos fariseus.
Amor e justiça, quando postos em prática, revelam o mais
íntimo do ser humano. Outras práticas podem ser enganosas, revelando apenas uma
piedade aparente. De fato, podem ser uma máscara da hipocrisia humana e
esconder a maldade que a pessoa traz no coração. Por isso, em primeiro lugar, é
preciso praticar a justiça e o amor. Com este pano de fundo, as outras práticas
de piedade terão mais solidez.
Muitas vezes nos comportamos como fariseus, falamos muito
da verdade, mas não cumprimos esta verdade que é a palavra de Jesus em nossas
vidas. Muito pelo contrário, até criticamos aquele que a cumpre.
Precisamos muito da misericórdia de Deus em nossas vidas.
O amor de Deus se revela constantemente a nós e não conseguimos nos converter
verdadeiramente. Seremos hipócritas ou somos fracos na fé mesmo?
Onde está a constância na fé que tanto Jesus nos pede? A
vida já é tão dura e difícil para muitos e se não formos solidários com aqueles
que necessitam que tipo de espiritualidade estamos exercendo?
Encontramos ao longo da caminhada pessoas que
se mostram mestres em nos ensinar o que
seja correto praticar, porém são extremamente pobres em testemunhos e partilha
de vida. É o famoso ditado: Faça o que eu digo mas não faça
o que eu faço. Esta com certeza
não é a vontade de Deus a nosso respeito, o Evangelho de hoje nos faz um apelo
à conversão, superando todo tipo de hipocrisia.
Só seremos felizes de verdade se contribuirmos
verdadeiramente para a felicidade do outro.
Pai, que a compreensão de teu sábio plano de salvação
para a humanidade me leve a estar atento às palavras de Jesus, o qual me indica
o caminho para chegar a ti.
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