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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Águas cristalinas-Alexandre Soledade

22-        Quinta - Evangelho - Lc 12,49-53

Bom dia!

Ôh verdade que dói! Sabemos o que é certo, mas por que é que não fazemos?

Existem problemas que se iniciam dentro de nós mesmos, mas não conseguimos (ou não queremos) identificá-los. Repito, sabemos qual seria a melhor medida, mas não conseguimos seguir. Imaginemos esse exemplo:

“Trabalho, estudo, vivo em comunidade, mas não consigo me relacionar adequadamente com pessoas que me cercam; Não me permito me mostrar por completo (sem máscaras) para os outros; Não consigo ouvir ou aceitar opiniões e sentimentos diferentes do meu, pois me sinto mais seguro (a) quando minhas opiniões, desejos, expectativas, percepções, sentimentos e emoções prevalecem; sou um (a) líder nato (a), pois exerço controle sobre mim e/ou sobre os outros…”.

Será que é difícil conhecer alguém assim? Talvez não na totalidade do texto, mas todos nós temos um pouco dessa pessoa do exemplo acima. Não podemos confundir esses pensamentos com a idéia de pessoa com auto-estima. Não façamos isso! É muito comum e estimulado num cenário de bolsa de valores, capitalismo, vendas (…) onde é visto como “virtude”, mas no relacionamento interpessoal, na família, na sociedade, (…) essas “virtudes” mais afastam as pessoas do que agregam, e o que é pior, sabemos disso!

“(…) Mas, então, não sou eu que o faço, mas o pecado que em mim habita. Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo. Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas sim o pecado que em mim habita”. (Romanos 7, 18-20)

Temos outro tipo de pessoa (…).

“Tenho medo, não contenho a raiva, a frustração; minha esperança escoa como areia pelos dedos; não acredito mais nas pessoas; tenho problemas nos meus relacionamentos pessoais e profissional; tenho pena de mim mesmo, sou azarado e nas correções e exortação me ponho na defensiva”.

Como no exemplo anterior, temos também conhecimento de pessoas que também são assim, mas será que conseguimos ver que às vezes somos, em partes, parecidos com ele? Paulo disse (versículo acima) sobre o mal que mesmo não querendo fazer o fazia mesmo não desejando fazer. Fazemos sim muito mal as pessoas sem perceber, mas muito mais a nós mesmos que não notamos se não nos acontecer algo que mude ou interfira nessa triste rotina.

Imaginemos um lago bem calmo. Águas cristalinas, um espelho d’água. De repente vem aquele menino e joga uma pedra no meio do lago. A tranquilidade (ou marasmo) é quebrada por aquelas ondas que surgiram do impacto da pedra com a água. Temos problemas quando não conseguimos esperar o tempo e entender que as ondas passarão. Sofremos também quando alimento o menino para continuar lançando pedras… Parece que me acostumei com a tristeza.

“(…) Vossos preceitos são minhas delícias, meus conselheiros são as vossas leis. Prostrada no pó está minha alma, restituí-me a vida conforme vossa promessa. Eu vos exponho a minha vida, para que me atendais: ensinai-me as vossas leis. Mostrai-me o caminho de vossos preceitos, e meditarei em vossas maravilhas. Chora de tristeza a minha alma; reconfortai-me segundo vossa promessa. Afastai-me do caminho da mentira, e fazei-me fiel à vossa lei”. (Salmo 118, 24-29)

Temos também mais duas pessoas: Uma que não sabe como esta e outra que finge não saber. E são essas que realmente me preocupam, pois acabam não se deixando curar mesmo tendo o remédio em casa, na comunidade, no trabalho…

Talvez seja essa ultima pessoa que Jesus tenha duramente chamado de hipócrita, mas esse hipócrita, no contexto da nossa reflexão podemos chamar de medroso.

Sabemos o que fazer para sermos mais felizes. Encaremos os problemas! Não sejamos vítimas de nós mesmos.

Um imenso abraço fraterno.


 

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