Domingo, 18 de outubro de 2015.
Evangelho de São Mc 10, 35-45.
Jesus está a caminho de Jerusalém e continua instruindo seus
discípulos sobre o sentido e consequências do seu messianismo, o que significa
seguir Jesus. Mais uma vez aparece a ignorância de seus discípulos, que não
haviam entendido o verdadeiro significado do Reino de Deus. Presos à
mentalidade humana, pensavam o Reino de Deus, como o reino da Terra.
Jesus já lhes dissera, agora anuncia pela terceira vez, que em
Jerusalém, Ele irá sofrer, morrer, ressuscitar. No entanto eles não acreditavam
que isso pudesse acontecer com Jesus, com Ele nada aconteceria de ruim.
Jesus caminha firme e à
frente, sabendo que iria enfrentar os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei. Os discípulos tinham um conceito muito humano
do Reino de Cristo, conceito que leva a uma ambição muito comum nas pessoas. Nesse
contexto, Tiago e João fazem um pedido a Jesus, que na mentalidade humana deles
seria irrecusável: “sentar-se um à direita e outro à esquerda quando Jesus
estivesse na sua glória”.
O que os dois estavam pedindo, são os dois mais elevados postos de
honra, como os juízes de Israel. Provavelmente Tiago e João eram do partido dos
zelotas que esperavam a salvação como uma situação de força, de poder e de
glória, tornando-se os principais colaboradores do próprio rei, ou entendendo a
expressão “na tua glória”, isto é, no céu, estavam pedindo postos importantes e
de honra.
Jesus estava falando com os discípulos de sua humilhação, de seu
sofrimento, de derrota, de fracasso, de sua morte. E os dois vêm com outro
discurso. Jesus os corrige: “vocês não sabem o que estão pedindo”. “Vocês podem
beber o cálice que devo beber?” O cálice que Jesus vai beber é o cálice amargo
do sacrifício e da morte.
Na Bíblia era comum utilizar a palavra cálice tanto para indicar a
alegria como para a tristeza. Nos banquetes o dono da casa oferecia sua taça
aos principais convidados. Por isso Jesus pergunta se João e Tiago, que desejam
estar ao seu lado, poderão beber desse vinho poderoso, que ele beberá: o cálice
das humilhações, das perseguições e das dores da paixão? E o batismo, que é
sinônimo de mergulho na desgraça, símbolo de imersão (“submergir”), na paixão e
morte de Jesus (Rm6,3).O Mestre vai beber esse cálice e ser batizado com esse
Batismo.
Eles responderam que sim, pensando somente nos postos importantes
que estavam imaginando na sua triste ignorância. Jesus aproveita a ocasião para
instruir os discípulos sobre o tema do poder e do serviço. Os governantes e os
poderosos utilizam o poder para abusar e oprimir o povo. Pelo contrário, Jesus
institui o serviço como requisito fundamental para os animadores e dirigentes
cristãos, tanto no campo religioso quanto no político ou econômico.
Jesus como Deus sabia que os apóstolos teriam no futuro que beber o
cálice, mas só o Pai tem a competência para designar quem sentará à direita ou
à esquerda de Jesus.
Apesar de Jesus falar do sofrimento, de dor, de cruz, os discípulos
ainda julgavam que Jesus iria estabelecer em Jerusalém um grande reino
terrestre. Continuavam ignorantes, pensando em coisas passageiras, efêmeras
deste mundo. Ainda não tinham compreendido que a grandeza de quem segue a Jesus
consiste em servir o próximo.
É claro que Jesus sabia que depois de sua ressurreição e da vinda
do Espírito Santo, os discípulos dariam suas vidas, estariam dispostos a tudo.
Sabia o quanto eles iriam sofrer por amor do Cristo crucificado, por isso que Jesus
suportava a ignorância e a fraqueza deles. Mas lembra-lhes que o discípulo que
O quiser seguir não deve se preocupar com a conquista dos primeiros lugares. É
o Pai que vai julgar, na medida da generosidade e do amor de cada um.
Quem deseja compartilhar da glória de Cristo deve compartilhar
também de suas dores e sofrimentos. Ser glorificado com Cristo supõe sofrer
antes com Ele e a glória será proporcional ao sacrifício aceito por amor.
Assim como os apóstolos, também nós muitas vezes nos esquecemos
disso, ficamos entusiasmados com a ideia de sermos colaboradores na obra da
redenção, mas esquecemos de que a colaboração exige participação nos
sofrimentos e nas dores.
Os outros apóstolos se irritam com o pedido dos dois irmãos, porque
todos queriam ocupar um lugar de destaque, como muitos de nós hoje. Jesus
permite que se manifeste esse defeito para lhes transmitir um ensinamento: a
única maneira de conseguir os primeiros lugares é desejar os últimos lugares. O
caminho da grandeza é a humildade. A maneira de se sobressair é o serviço ao
próximo. Se nos humilhamos com sinceridade, Deus nos exalta.
Você encontra meios de servir o próximo? Como comunidade, o que
vocês fazem pelo próximo?
Um grande abraço em Cristo!
Maria de Lourdes
Maria de Lourdes; que Deus abençoe a você e a todos colaboradores deste SIT que só nos tem ajudado. Um grande abraço.
ResponderExcluirMaria de Lourdes; que Deus abençoe a você e a todos colaboradores deste SIT que só nos tem ajudado. Um grande abraço.
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