Sexta-feira, 16 de
Outubro de 2015
Romanos 4,1-8: Abraão acreditou em Deus
Salmo 31: Perdoa, Senhor, minha culpa e meu pecado
Lucas 12,1-7: Até o cabelo da vossa cabeça está
contado
1Enquanto isso, os homens se tinham reunido aos
milhares em torno de Jesus, de modo que se atropelavam uns aos outros. Jesus
começou a dizer a seus discípulos: Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é
a hipocrisia.2Porque não há nada oculto que não venha a descobrir-se, e nada há
escondido que não venha a ser conhecido.3Pois o que dissestes às escuras será
dito à luz; e o que falastes ao ouvido, nos quartos, será publicado de cima dos
telhados.4Digo-vos a vós, meus amigos: não tenhais medo daqueles que matam o
corpo e depois disto nada mais podem fazer.5Mostrar-vos-ei a quem deveis temer:
temei àquele que, depois de matar, tem poder de lançar no inferno; sim, eu vos
digo: temei a este.6Não se vendem cinco pardais por dois asses? E, entretanto,
nem um só deles passa despercebido diante de Deus.7Até os cabelos da vossa
cabeça estão todos contados. Não temais, pois. Mais valor tendes vós do que
numerosos pardais.
Comentário
A primeira advertência de Jesus contra a farsa dos
homens piedosos não se limita unicamente à sua desqualificação. Jesus propõe
outro modo de agir, que mais tarde identificaria a Igreja primitiva: o
ensinamento cristão, mesmo que nascido no anonimato da vida doméstica, com o
tempo se converte em fonte de inspiração para a multidão de pobres e impregna
toda uma cultura. A evangelização adquire assim o caráter de uma mensagem de
esperança que, mesmo desconhecida, se manifesta ao mundo de maneira
absolutamente surpreendente. A segunda advertência muda de tom e começa com a
expressão “meus amigos”, o que denota grande intimidade e afeto. Teresa de
Ávila insistia muito em que, como cristãos, nossa relação com Deus não pode ser
outra que a de uma amizade profunda e sincera: “Não é outra coisa que tratar de
amizade, estando muitas vezes a sós com quem sabemos que nos ama”. E nesse amor
não há mais temor que o de nos afastar de Deus, que é a maldade e o pecado,
nascidos da injustiça. A terceira advertência tem a ver com a estima do valor
da comunidade cristã e nossa própria autoestima. Estamos com frequência
tentados a desprezar os que partilham conosco a vida cristã, porque vemos neles
os mesmos pecados que detestamos em nós mesmos. Contudo, Deus nos ama a todos
tal como somos, e nos chama a viver o amor autêntico.
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