4 de Novembro de 2015-Evangelho - Lc 14,25-33
Jesus instrui os discípulos,
apresentando as condições para seguí-lo. Diz que o seguimento deve ser decidido.
Jesus pede que odeie pais, mães, filhos e a própria vida. A palavra odiar
significa dar preferência, pois o hebraico não tem o verbo preferir. Jesus
explica que seguí-lo é mais importante. Mas não dispensa o amor à família e à
vida. Aliás, seguindo Jesus, vamos amar mais a família e cuidar melhor da vida,
pois vencemos os pecados que destroem a ambos. Ele que ensina o amor, não vai
propor o ódio como razão da vida.
Há outra condição para seguí-lo: pegar e carregar a cruz,
caminhando atrás dele. É um grande desafio. Ir atrás dele não é somente seguir
seus passos, mas viver como Ele viveu. Não se trata de sofrimento, mas de vida
entregue, por amor, para a redenção do mundo. Estamos com Ele nessa missão.
Para fazer isso, diz Jesus, é preciso calcular bem se vamos assumir com toda
radicalidade e perseverança.
Do contrário, vai ser como o rei que saiu para uma guerra e não
mediu a força do inimigo. Vai ter que se entregar e negociar a paz. Ou como o
outro que começou a construir uma torre e não calculou o quanto iria gastar e
não deu conta de continuar. Todo mundo vai debochar dele. É preciso calcular.
Do mesmo modo deve agir quem quer seguir Jesus: ver aonde Jesus vai e assumir
para valer. Nos tempos atuais sentimos dificuldades de cortar aquilo que impede
o seguimento de Jesus, por isso a fé se torna mesquinha e raquítica. Não posso
seguir Jesus somente até certo ponto. Não funciona. Não pode ser meu discípulo
diz Jesus.
O desapego que Jesus exige para seguí-lo é o mesmo que realizou
quando venceu as tentações do demônio. A proposta de Jesus mexe com as
estruturas da sociedade. Nós o entendemos quando lemos a carta de Paulo a
Filemon. É um bilhete particular que mostra como Paulo pede que Filemon aceite
de volta seu escravo, seu escravo fugitivo, Onésimo, não mais como um escravo,
mas como irmão querido, na fé, pois Paulo o convertera quando estava na prisão.
A escravatura era uma realidade. Paulo não pede que o liberte da escravidão,
mas que o faça irmão. Em nosso seguimento de Jesus, teremos que enfrentar as
necessidades sociais, mudando os homens em irmãos diante do Senhor.
Seguir significa pegar a cruz: “Quem não carrega sua cruz e não
caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo”. Isso não significa o
sofrimento, mas a totalidade da adesão ao amor.
Ser discípulo de Jesus é seguí-lo para uma vida nova e aceitar a
revolução que Ele quer fazer em nós desde o nosso desapego às pessoas, da
anuência à participação na sua cruz e do abandono de tudo o que temos de
material e de humano. O seguimento de Jesus implica na renúncia e no desapego
das nossas idéias e vontade própria, como também dos nossos bens, ídolos e
projetos. Jesus veio mostrar ao mundo uma nova maneira de ser valorizando o
homem na sua dignidade, libertando-o de tudo o que possa escravizá-lo e
dominá-lo. Para que nós possamos seguí-lo, nós precisamos nos sentir homens e
mulheres livres de nós mesmos. Muitas vezes nós, com a boca, professamos que
cremos em Jesus e que desejamos seguí-lo, porém, não fazemos o cálculo de que
isto implica em empreendermos uma guerra contra a nossa carne. Por isso, nós
fracassamos nos nossos propósitos. Nós precisamos ter convicção que a nossa
opção de cristãos e de cristãs se fundamenta na vivência da mensagem evangélica
do amor. Quem ama é livre das condições, é livre das circunstâncias, é livre
das pessoas. Ama, porque ama com o amor de Jesus.
A cruz é decorrente da nossa vivência do amor, porque amar nos
traz consequências. Não é fácil amar, nem tampouco é fácil assumir os encargos
que o amor nos propõe. Sentar-se para “calcular os gastos” e ou “examinar as
condições” é entregar-se à ação do Espírito Santo que é quem nos capacita a
deixarmos tudo e seguirmos a Jesus Cristo como discípulos seus. Assim sendo,
quando Jesus nos diz “se alguém vem a mim”, Ele quer nos dizer, se “você quer
me seguir você deverá viver a lei do amor; você terá que amar como eu amo;
viver como eu vivo; sofrer como eu sofro; pensar como eu penso.” A renúncia maior
há de ser do nosso jeito de olhar as coisas, de julgar e de encarar as pessoas,
de nos desapegar dos conceitos adquiridos durante a nossa caminhada de vida,
consequência da nossa criação, cultura etc. A renúncia a tudo que não combina
com o pensamento evangélico e o desapego das coisas e das pessoas, é, portanto,
o fundamento para que o reino dos céus viva em nós e Jesus seja o nosso Rei,
Senhor e Mestre. Do contrário, estaremos construindo na areia e nunca seremos
considerados discípulos e seguidores de Jesus.
Você tem muitos planos? Você já fez os cálculos, do que terá de
abdicar para que Jesus seja o seu Mestre? Você é uma pessoa muito arraigada às
suas idéias e pensamentos? Você tem procurado amar como Jesus amou? Você tem
assumido a sua cruz?
Pai, reforça minha disposição em ser discípulo de teu Reino,
afastando tudo quanto possa abalar a solidez de minha adesão a Ti e a teu Filho
Jesus.
BELA REFLEXÃO, AMEI.
ResponderExcluirANA MARIA NÃO TENHO FACEBVOR
OBRIDAGA