31/10/2015 - Lc 14,1.7-11
Quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado.
Jesus notou que, nas festas, as pessoas ocupavam os primeiros
lugares. Então contou a parábola dos convidados ao banquete, ensinando que,
nos banquetes de festa, ocupemos os últimos lugares.
Essa humildade tem a ver com o banquete no Reino de Deus, que é para
os humildes, como cantou Maria no magnificat: “derrubou do trono os
poderosos e elevou os humildes”. A simplicidade e a humildade constituem
uma opção básica do discípulo que vive na fraternidade do Reino.
Humildade provém do latim “humilis”, que por sua vez deriva de
“húmus” = terra. Humildade é estar ao nível do solo e se mover sem sair
dali. “A humildade é a verdade” (Sta. Teresa). Ela é a verdade “somos pó e
ao pó voltaremos”.
“Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não vale nada. Quem me
glorifica é meu Pai” (Jo 8,54).
“Quem quiser ser o primeiro entre vós, seja o escravo de todos” (Mc
10,43).
“Aprendei de mim que sou manso e humilde coração, e encontrareis
descanso” (Mt 11,29).
“Haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no Cristo Jesus... Ele
humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte – e morte de cruz!” (Fl
2,5-8). Quantos problemas e pecados acontecem, por falta de humildade!
“Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes” (Tg
4,6).
Há humildes passivos e humildes ativos. Passivos são os que são
humilhados pelos outros, mas sem que busquem o rebaixamento. Ativos são os
que se fazem humildes por opção pessoal, como o convidado que se senta no
último lugar. E há também o humildade de anzol: sabendo que o povo gosta de
pessoas humildes, a pessoa se humilha só para obter honras e glórias.
A humildade sincera é indispensável para a vida em Comunidade.
Havia, certa vez, um homem que era bom, e muito humilde. Ele gostava
de fazer o bem para as pessoas, mas não queria de modo algum chamar a
atenção para si mesmo.
Um dia, seu Anjo da Guarda lhe apareceu e disse: “Deus quer que você
seja um instrumento dele para distribuir o seu amor às pessoas. O Senhor me
mandou perguntar-lhe de que jeito você quer distribuir as bênçãos de Deus.
Quer o dom da palavra? O dom de escritor? Um dom artístico?...
O homem pensou... e disse ao anjo: “Eu tenho medo de, recebendo
esses dons que você citou, o povo começar a atribuir a mim os benefícios e
deixar Deus de lado. Tenho medo também de eu me envaidecer e pensar que eu
é que sou o tal. Por isso, diga ao Senhor que eu gostaria que ele
abençoasse a minha sombra. Porque, como a sombra fica atrás de mim, as
pessoas que receberão as bênçãos não verão o meu rosto nem eu verei o rosto
delas nem saberei que benefícios receberam.
E assim aconteceu. Quando aquele homem passava, a sua sombra, atrás
dele, atraía as melhores graças para o povo: saúde, inteligência, paz,
conversão dos pecadores, emprego, reconciliação etc.
E ninguém ficou sabendo que esses benefícios vinham através da
sombra daquele homem. E nem o homem via, pois ele já havia passado.
Vamos também procurar fazer o bem, mas com humildade, atribuindo
tudo a Deus.
Maria Santíssima era uma pessoa humilde. Ela nunca se promoveu a si
mesma. E, quando se referiu a si mesma, chamou-se de escrava: “Eis aqui a
escrava do Senhor”. Que Nossa Senhora nos ajude a ser cada vez mais
humildes.
Quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado.
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