27- Terça - Evangelho - Lc 13,18-21
Jesus usava os exemplos mais simples possíveis, e em outra passagem chega a dizer que explicava essas coisas em parábolas a fim de confundir os doutores, justamente porque os doutores não tinham contato com coisas simples como plantar sementes, preparar massa de pão ou de bolo então eles tinham mais dificuldade de entender, e às vezes se confundiam.
Hoje, Ele se desafia. Com que poderei comparar o Reino dos Céus? Primeiro
Ele compara com o homem que lança uma semente de mostarda no seu jardim. A
semente gera uma árvore que os pássaros do céu fazem ninhos em seus galhos.
Qualquer pessoa simples daquela época sabia que a semente de mostarda é a menor
dentre todas as sementes, e que gera uma árvore enorme… E o que isso tem a ver
com o Reino dos Céus? Veja que comparação linda: o homem que atirou a semente é
o próprio Jesus; a semente é o Evangelho; o terreno é o nosso coração; e a
árvore que vai crescendo a partir daquela semente é a nossa vida, que é próprio
Reino dos Céus onde as aves do céu fazem ninho, ou seja, as crianças de todas
as idades vêm se aconchegar aonde as pessoas vêm colher frutos para saciar sua
fome de Deus onde tantos vêm descansar à sua sombra quando estão cansados… e mesmo
quando vem o lenhador e corta o seus galhos ou até o seu tronco, a árvore exala
perfume sobre o machado que a feriu, mas não morre antes de espalhar novas
sementes pelo mundo afora.
A
segunda comparação foi com o fermento que se mistura com 3 porções de farinha
até que tudo fique fermentado. Jesus entendia até de cozinha! Quem cozinha sabe
que não é só jogar o fermento e pronto… Existe todo um processo para fazer o
fermento penetrar na massa. E eu fico imaginando aquelas mulheres, quando iam
preparar o pão, fazendo as analogias a cada gesto durante a preparação do pão.
A farinha é o nosso ser, e o fermento é o Amor. Enquanto a massa vai sendo
misturada com o fermento, ela precisa ser batida, amassada, deformada e
remodelada, para que o fermento se misture e fique igualmente distribuído em
toda a massa, para que no momento de ir ao fogo, o pão resista ao calor e
cresça por igual. Nós também precisamos ser amassados, deformados e remodelados
para que o amor preencha todas as áreas da nossa vida. Enquanto houver áreas
sem fermento, aquela área deverá ser amassada e sofrer um pouco mais, até que o
fermento do amor entre nela. Tudo isso para que, no momento de ir ao fogo, o
nosso pão cresça por igual, sem áreas deformadas pela falta do fermento.
Você
deve ter observado que essa reflexão ficou grande, mas poderia ter ficado ainda
maior, pela beleza e riqueza deste Evangelho. Jesus também se desafiaria para
encontrar uma comparação interessante, com algo que você está habituado a ver
no seu cotidiano, só para fazer você entender o que é o Reino dos Céus, e
desejar, com todas as forças, fazer parte dele.
Senhor,
faça com que eu seja instrumento de seu Reino para que ele chegue à todas as
pessoas, sem exceção, mormente aos pobres e marginalizados.
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