07- Segunda - Evangelho - Lc 6,6-11
A hipocrisia é a atitude do sistema religioso representado pelos escribas e fariseus, os quais se fecham em seu prestígio e poder, julgando-se justos e desprezando o povo humilde. Jesus critica severamente os escribas e fariseus porque eles desprezavam os preceitos mais importantes da lei, que era: a justiça, a misericórdia, a fidelidade. A hipocrisia dos fariseus e escribas com relação à religiosidade era algo que eles não conseguiam disfarçar, não obstante a sua falsa aparência de santos. Eles se fecham para não perder prestígio e poder, julgando-se justos e perfeitos desprezavam o povo humilde e excluído da sociedade. Jesus que enxerga além das aparências daqueles falsos santos denuncia toda a sua falsidade. Por outro lado, Jesus, no estilo profético, contradisse a religião da Lei que oprime e humilha o povo com suas inumeráveis observâncias, favorecendo aqueles que subjugavam o povo em nome de Deus. E estes mandatários ou representantes da elite religiosa procuram manter as aparências, porém falta o essencial, que é a acolhida da pessoa de Jesus, e o seu plano de salvação com seu amor misericordioso, libertador e vivificante.
Jesus
é duro em suas advertências chegando a chamar os fariseus de cegos e de
hipócritas que limpam o exterior dos seus corpos enquanto por dentro continuava
sujo de pecados. Ele penetra no coração dos homens e com muita sabedoria e
propriedade Ele denuncia o que há de escondido por debaixo das aparências.
Assim como Ele falava para os mestres da lei e para os fariseus, chamando-os de
“hipócritas”, Ele também poderá estar dirigindo-se a qualquer um de nós que nos
enaltecemos em vista das nossas “boas ações”. Nós também como os antigos,
podemos estar pagando o dízimo de todos os nossos proventos e até promovendo o
bem comum, no entanto, ao mesmo tempo, podemos estar agindo como guias cegos,
se as nossas atitudes não estiverem edificando a ninguém. Se estivermos fazendo
o bem apenas para aparecer e chamar a atenção estão nos faltando os
ensinamentos mais importantes, que são a justiça, a misericórdia e a
fidelidade. Isto acontece quando nós aproveitamos os momentos em que todos
tomam conhecimento das nossas boas obras em campanhas que têm como objetivo
somente a nossa promoção pessoal. Os que se preocupam com isso são os fariseus
e hipócritas. Que a semente e o veneno dos fariseus hipócritas bem como dos
escribas não caiam em nossos corações a ponto de uma vez germinando sufoque,
envenene e mate a boa nova que recebemos de Jesus. Procuremos, pois, viver o
que nós ensinamos, pregamos e aparentamos ser perante a comunidade cristã! Pois
não nos esqueçamos que Deus que vê tudo vai um dia nos julgar.
A
partir daqui é fundamental que tanto o nosso exterior quanto o interior
apareçam sem manchas e não como os doutores da Lei, cujo exterior aparecia sem
manchas, todavia o seu interior estava cheio de maldade. Jesus nos adverte
enquanto é tempo num outro texto: “limpa primeiro o copo por dentro, para que
também por fora fique limpo”. Podemos enganar a todos, mas não enganamos a Deus
que sonda o nosso coração e conhece o que há de mais camuflado dentro de nós. A
justiça, a misericórdia e a fidelidade, portanto, se constituem em atos
concretos de amor. Somos chamados a fazer o bem, mas tudo com sentido e, por
amor!
Meu
irmão, minha irmã: Será que Jesus no evangelho de hoje está dizendo alguma
coisa para nós? Será que nós também julgamos os outros por fazer isso ou aquilo
no dia do domingo sem nos perguntarmos o porque o fazem? Ou será que nós
procuramos manter uma aparência de santos, de quem observa todos os mandamentos
de Jesus, e tudo mais, porém, na realidade, não passamos de pecadores maiores
que aqueles que ao ver as nossas aparências de justos se sentem pequeninos em
relação a nós?
Resumindo
diríamos que o núcleo desta narrativa é a contestação da observância religiosa
do repouso sabático, imposta pela Lei de Israel. Esta contestação se insere no
conjunto de outros quatro gestos de Jesus que atentam contra a ordem legal. Ele
liberta o povo da lei da impureza, da culpabilidade do pecado, da exclusão do
convívio social e das observâncias do jejum. Entrando em uma sinagoga, Jesus se
depara com o homem com a mão atrofiada, recuado, sentado no chão, marginalizado
e excluído. Sabe que os chefes religiosos, escribas e fariseus o observam e
querem condená-lo. Não se intimida e, ostensivamente, toma a iniciativa
provocadora. Diz àquele homem marginalizado que se levante e o chama para o
lugar central. Jesus opta pelo caminho do bem e da vida, e liberta o homem de
seu defeito excludente. Os chefes religiosos optam pelo caminho da morte ao
planejar como eliminar Jesus e por isso ficaram muito furiosos.
Pai
abre minha mente para compreender tua santa vontade a fim de conformar minha
vida com ela. E livra-me de qualquer tipo de preconceito e sobre tudo de
hipocrisia.
Linda reflexão.
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