18/07/2015
Tempo Comum -
Anos Ímpares - XV Semana - Sábado
Lectio
Primeira leitura: Êxodo 12, 37-42
Naqueles dias, 37os filhos de Israel partiram
de Ramessés para Sucot, cerca de seiscentos mil a pé, só os homens fortes, sem
contar as crianças. 38Também uma turba numerosa partiu com eles, juntamente com
ovelhas, bois e gado em grande quantidade. 39Eles cozeram a farinha amassada
com que tinham saído do Egipto em bolos sem fermento, pois não tinha fermento.
Tinham, na verdade, sido expulsos do Egipto, e não puderam demorar-se; nem
sequer fizeram provisões para eles. 40A estadia dos filhos de Israel que
residiram no Egipto foi de quatrocentos e trinta anos. 41No final dos
quatrocentos e trinta anos, precisamente naquele dia, saíram todos os exércitos
do Senhor da terra do Egipto. 42Aquela foi uma noite de vigília para o Senhor,
quando Ele os fez sair da terra do Egipto. Esta noite do Senhor será de vigília
para todos os filhos de Israel nas suas gerações.
Com um relato breve e sem plasticidade, a
leitura de hoje descreve a saída de Israel do Egipto. Na primeira etapa, «cerca
de seiscentos mil a pé, só os homens fortes, sem contar as crianças» é a
caminhada de Ramessés a Sucot (v. 37). É um número obviamente exagerado. Mas os
orientais gostam de hipérboles. No nosso caso, o número elevado realça a
importância do acontecimento.
O v. 39 alude à «farinha amassado», ao pão ázimo, explicando a razão porque não foi levedado: a pressa com que a partida teve de ser realizada. O v. 40 refere o número de anos que os Hebreus passaram no Egipto: «quatrocentos e trinta anos». Como não se trata de um número simbólico, podemos dar-lhe crédito, o que nos permite adivinhar a cronologia da estadia e colocar a partida do Egipto no tempo do faraó Merneftá, em meados do século XIII a. C., com a chegada a Canaã por volta do ano 1.200 a. C. Mas, o que mais interessa ao autor não é a questão histórica, mas a teológica: o êxodo é, acima de tudo, acção de Deus em favor do seu povo: «Aquela foi uma noite de vigília para o Senhor, quando Ele os fez sair da terra do Egipto» (v. 42 a). Por isso, a noite da páscoa hebraica é uma noite de acção de graças e de louvor a Deus libertador: «Esta noite do Senhor será de vigília para todos os filhos de Israel nas suas gerações» (v. 42b)
O v. 39 alude à «farinha amassado», ao pão ázimo, explicando a razão porque não foi levedado: a pressa com que a partida teve de ser realizada. O v. 40 refere o número de anos que os Hebreus passaram no Egipto: «quatrocentos e trinta anos». Como não se trata de um número simbólico, podemos dar-lhe crédito, o que nos permite adivinhar a cronologia da estadia e colocar a partida do Egipto no tempo do faraó Merneftá, em meados do século XIII a. C., com a chegada a Canaã por volta do ano 1.200 a. C. Mas, o que mais interessa ao autor não é a questão histórica, mas a teológica: o êxodo é, acima de tudo, acção de Deus em favor do seu povo: «Aquela foi uma noite de vigília para o Senhor, quando Ele os fez sair da terra do Egipto» (v. 42 a). Por isso, a noite da páscoa hebraica é uma noite de acção de graças e de louvor a Deus libertador: «Esta noite do Senhor será de vigília para todos os filhos de Israel nas suas gerações» (v. 42b)
Evangelho: Mateus 12, 14-21
Naquele tempo, 14os fariseus, saindo dali,
reuniram-se em conselho contra Jesus, a fim de o matarem. - 15Quando soube
disso, Jesus afastou-se dali. Muitos seguiram-no e Ele curou-os a todos,
16ordenando-lhes que o não dessem a conhecer. 17Assim se cumpriu o que fora
anunciado pelo profeta Isaías: 18Aqui está o meu servo, que escolhi, o meu
amado, em quem a minha alma se deleita. Derramarei sobre Ele o meu espírito, e
Ele anunciará a minha vontade aos povos. 19Não discutirá nem bradará, e ninguém
ouvirá nas praças a sua voz. 20Não há-de quebrar a cana fendida, nem apagar a
mecha que fumega, até conduzir a minha vontade à vitória. 21E, no seu nome,
hão-de esperar os povos!
Jesus atreveu-se a pôr em causa o absoluto da
lei sobre o repouso sabático. Isso só não Lhe custou a vida, porque, ao saber
que os seus adversários tinham decidido matá-lo, saiu dali, continuando noutros
lugares a sua actividade taumatúrgica e missionária. Os milagres narrados por
Mateus, logo depois da cura, ao sábado, do homem que tinha a mão paralisada (Mt
12, 10ss.), provam a autenticidade do amor misericordioso de Deus, que Jesus
veio anunciar, e que é o centro e o sentido do seu ministério. Mateus vê
realizada em Jesus a profecia de Is 42, 1-4, onde é apresentada a figura do
Servo de Javé. Escolhido e enviado por Deus, que o encheu do seu Espírito, o
Servo realizará a missão de dar a conhecer a todos os povos a verdadeira
relação entre Deus e os homens. O estilo do Servo, manso e humilde, alheio a
conflitos e a barulhos, atento a valorizar toda a possibilidade de vida,
realiza-se totalmente em Jesus «manso e humilde de coração» (Mt 11, 29), e que
pede silêncio sobre as suas obras (cf. Mt 12, 16).
Mateus, mais uma vez, acentua que, em Jesus se realizam as esperanças judaicas, ajuda a interpretar o evento-Jesus, a compreender-lhe o significado, e apresenta-O como modelo de obediência à palavra do Pai.
Mateus, mais uma vez, acentua que, em Jesus se realizam as esperanças judaicas, ajuda a interpretar o evento-Jesus, a compreender-lhe o significado, e apresenta-O como modelo de obediência à palavra do Pai.
Meditatio
A Sagrada Escritura é extremamente rica e
plena de doutrina. Essa riqueza e plenitude é síntese de tudo quanto foi
escrito nos livros sagrados, síntese de profecia e de cumprimento, de passado e
de futuro, de história e de vida, de fé e de Espírito Santo. A síntese
perfeitamente realizada é Cristo Jesus, Aquele que incarna e resume, na sua
vida e na sua mensagem, todo o ideal da Palavra de Deus e todas as realidades
da história dos homens, com as suas esperanças mais profundas.
Cristo, anunciado nas profecias, nas promessas e nas figuras do Antigo Testamento, completa toda a mensagem com a sua vinda e a sua missão: «Nele todas as promessas de Deus se tornaram «sim» e é por isso que, graças a Ele, nós podemos dizer o «ámen» para glória de Deus» (2 Cor 1, 20). «Cristo é o fim da Lei», escreve Paulo aos Romanos (10, 4).
O evangelho apresenta-nos, hoje, Cristo como servo manso e humilde de coração. É o humilde Filho de Deus que, diante dos fariseus que tramam contra Ele, «a fim de o matarem» (v. 14), não entra em luta, mas se afasta. É o humilde Filho de Deus que a todos cura. Ele é, na verdade, o servo de Deus que não resiste com violência, mas com mansidão, o servo de quem Isaías disse: «O Espírito do Senhor está sobre mim,porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor». No texto evangélico que hoje escutamos, Isaías fala, duas vezes, de «povos», isto é, de pagãos, de todas as nações: «anunciará a minha vontade aos povos» (v. 18); «no seu nome, hão-de esperar os povos!» (v. 21). Nota-se claramente a intenção de Deus, que quer estender a todo o mundo a sua caridade, o seu amor forte e humilde. Assim se explica também a primeira leitura. Deus escolheu e formou um povo, depois de o libertar das mãos dos pagãos. Mas, todos os privilégios concedidos a esse povo, - «a adopção filial, a glória, as alianças, a lei, o culto, as promessas» (Rm 9, 4) - lhe foram dados para a salvação de todos os povos. Todos os dons, todas as graças que o Senhor nos concede são para utilidade comum: “Cada um viva segundo a graça recebida, pondo-a ao serviço dos outros” (1 Pe 4, 10). Os talentos são para fazer render para bem de todos. Os que não forem feitos render tornam-se títulos de condenação: «A esse servo inútil, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes» (Mt 25, 30).
Cristo, anunciado nas profecias, nas promessas e nas figuras do Antigo Testamento, completa toda a mensagem com a sua vinda e a sua missão: «Nele todas as promessas de Deus se tornaram «sim» e é por isso que, graças a Ele, nós podemos dizer o «ámen» para glória de Deus» (2 Cor 1, 20). «Cristo é o fim da Lei», escreve Paulo aos Romanos (10, 4).
O evangelho apresenta-nos, hoje, Cristo como servo manso e humilde de coração. É o humilde Filho de Deus que, diante dos fariseus que tramam contra Ele, «a fim de o matarem» (v. 14), não entra em luta, mas se afasta. É o humilde Filho de Deus que a todos cura. Ele é, na verdade, o servo de Deus que não resiste com violência, mas com mansidão, o servo de quem Isaías disse: «O Espírito do Senhor está sobre mim,porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável da parte do Senhor». No texto evangélico que hoje escutamos, Isaías fala, duas vezes, de «povos», isto é, de pagãos, de todas as nações: «anunciará a minha vontade aos povos» (v. 18); «no seu nome, hão-de esperar os povos!» (v. 21). Nota-se claramente a intenção de Deus, que quer estender a todo o mundo a sua caridade, o seu amor forte e humilde. Assim se explica também a primeira leitura. Deus escolheu e formou um povo, depois de o libertar das mãos dos pagãos. Mas, todos os privilégios concedidos a esse povo, - «a adopção filial, a glória, as alianças, a lei, o culto, as promessas» (Rm 9, 4) - lhe foram dados para a salvação de todos os povos. Todos os dons, todas as graças que o Senhor nos concede são para utilidade comum: “Cada um viva segundo a graça recebida, pondo-a ao serviço dos outros” (1 Pe 4, 10). Os talentos são para fazer render para bem de todos. Os que não forem feitos render tornam-se títulos de condenação: «A esse servo inútil, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes» (Mt 25, 30).
Oratio
Senhor Jesus, manso e humilde de coração,
quero aprender Contigo a manter-me calmo e serenoem todas as situações. Não me
pedes que Te imite no teu poder, na tua autoridade, nos teus milagres. Nem me
pedes que Te imite na oração, na entrega total, no zelo pela salvação do mundo.
Pedes, sim, que Te imite em algo mais fácil, mais íntimo, mais em confronto com
as minhas poucas forças e com a minha experiência: a mansidão e a humildade de
coração. Obrigado, Senhor. Torna-me manso e humilde de coração. Que sempre beba
do teu coração, pela simplicidade da minha vida, pela humildade das minhas
atitudes para Contigo e para com os irmãos. Amen.
Contemplatio
É mais fácil sentir a simplicidade do que
explicá-la. A inocência e a rectidão de coração são muitas vezes louvadas pela
Escritura. «Job não teve semelhante, porque era simples e recto (cf. Job 1). Um
homem simples segundo o espírito do Evangelho, é um homem que só tem uma
opinião, que só quer Deus e que o procura pela via mais direita. A
simplicidade, diz Cassiano, é um hábito da alma que a torna incapaz de qualquer
duplicidade. Uma alma simples não procura conciliar Deus e o mundo. Procura
fazer o que Deus quer, e é tudo. Que importa que os outros a considerem
singular! Tobias parecia singular quando evitava o contacto com os idólatras e
ia sozinho a Jerusalém prestar as suas homenagens ao verdadeiro Deus (Tb 1,6).
Daniel parecia singular quando no meio de uma corte idólatra, se voltava três
vezes por dia para o lado da cidade santa para oferecer as suas orações ao
Senhor (Dn 6,10). Todavia, fora das coisas de necessidade e de regra, a
simplicidade evita o extraordinário na vida exterior. Faz consistir a
verdadeira santidade sobretudo nas virtudes interiores: a doçura, a paciência,
a mortificação. Parece que os maiores santos amaram menos a prudência da
serpente do que a simplicidade da pomba. «Não sei, dizia S. Francisco de Sales,
o que me fez esta virtude da prudência: tenho dificuldade em amá-la, e se a amo
é apenas por força e por necessidade; sim, as pombas parecem-me mais amáveis, e
daria cem serpentes por uma pomba». S. Francisco de Sales tinha eminentemente o
espírito de infância tão recomendado por Nosso Senhor aos seus apóstolos. (Leão
Dehon, OSP 3, p. 47s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«N´Ele, hão-de esperar os povos!» (Mt 12, 21).
«N´Ele, hão-de esperar os povos!» (Mt 12, 21).
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