07 - Fevereiro-- Sábado - Evangelho
- Mc 6,30-34
Eram
como ovelhas sem pastor.
Este
Evangelho narra apenas um pedacinho da vida de Jesus com os Apóstolos. Os
Apóstolos acabavam de chegar de um trabalho de evangelização, e Jesus os
convidou para irem com ele a um lugar deserto e afastado, a fim de descansar.
Esse “retiro” não é só para descanso, mas é também para uma confraternização.
“Como é bom os irmãos viverem juntos!” (Sl 133,1).
O
grupo mostra uma grande disponibilidade, pois foram para se afastar do povo, e
acolheram tão bem o povo que, ao saber para onde eles iam, foi para lá e chegou
antes deles. O grupo não só acolheu, mas evangelizou, que é o que o povo queria
e precisava. Por isso não se desgrudavam de Jesus.
Esse
novo grupo que surgiu na terra, fundado por Jesus, hoje se chama Igreja. O
grupo possui um atrativo enorme, que não se perde nem diminui com o tempo.
Continua sendo uma boa nova, uma notícia alegre, que é a tradução de Evangelho.
O grupo tem a missão de construir na terra o Reino de Deus, que é a melhor de
se viver. Tudo obra da graça de Deus, da qual nós cristãos somos instrumentos.
Quando
se anuncia o Reino de Deus, a graça vem junto, para ajudar as pessoas a
entendê-lo e a vivê-lo, tornando-se uma pessoa nova e construindo um mundo
novo. Por isso que as pessoas ainda hoje recebem como novidade e acolhem com
entusiasmo, fazendo até longas caminhadas.
Fora
desse Reino, não há outro caminho de salvação, pois ele trás consigo uma força
que liberta e faz feliz. Basta vermos os três sacramentos de iniciação cristã:
o batismo cria uma nova família, onde todos vivem como irmãos e não estão
sujeitos às explorações do mundo pecador; a crisma fortalece, tornando fácil o
que é difícil. A Eucaristia revigora, dá ânimo, coragem, disposição e traz
principalmente amor.
Temos
ainda a confissão, pela qual Deus nos perdoa todo e qualquer pecado, tirando da
pessoa o peso das culpas passadas.
É
por isso que nós também vamos atrás de Cristo e da Comunidade cristã. Não só
vamos atrás, mas nos engajamos nela, tornando-nos seus agentes e instrumentos,
para que ela se expanda e atinja toda a sociedade.
Nós
agradecemos ao Espírito Santo, que Jesus nos mandou logo que subiu para o Céu,
e continua “renovando a face da terra”.
E
o Evangelho destaca que a primeira preocupação de Jesus foi com os Apóstolos,
indo descansar com eles. Toda Comunidade cristã quer muito bem aos seus
líderes: coordenadores, catequistas, ministros de Eucaristia, leitores,
pastorais sociais etc. Quer bem e se preocupa com o descanso e o sustento
deles, a fim de que nada lhes falte. É impossível um apostolado fecundo sem
estas pausas restauradoras, junto com o Mestre. São pausas que recuperam as
forças físicas e espirituais; pausas de oração, de meditação tranquila em
contato com a natureza que nos fala de Deus.
“Havia,
de fato, tanta gente chagando e saindo que não tinham tempo nem para comer.”
Foi por isso que os familiares de Jesus se assustaram com sua vida (Cf Mc
3,21). Ele consumia-se pelo povo e também experimentava os limites da
capacidade humana. É esta fé que nos leva a ir além do nosso tempo e
capacidades, pelo Reino de Deus. Entretanto, a nossa marca não é o ativismo e
sim o amor, a Deus e aos irmãos e irmãs. Nós pedimos: “Senhor, convida-nos para
irmos convosco a um lugar à parte! Lá assumiremos nosso destino,
abandonando-nos a vós e à vossa obra!”
Santa
Teresa D’Ávila foi uma freira espanhola dinâmica, que construiu dezenas de
conventos de freiras. Um dia, ela estava construindo um novo convento, chegou
um homem para ela e disse: “Iii Irmã, pare com isso! O povo daqui não tem
dinheiro. Ainda mais neste tempo de crise! A senhora não vai conseguir
construir nunca este convento”.
Ela
respondeu: “Dez Pesetas, mais a graça de Deus, dá um convento”. E ela conseguiu
daquele homem dez Pesetas, moeda espanhola que corresponde hoje a dez Reais.
Logo o convento ficou pronto. A colaboração humana, mais a graça de Deus,
operam maravilhas e transformam o mundo.
Eram
como ovelhas sem pastor.
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