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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Eram como ovelhas sem pastor-Padre Antonio Queiroz

07 - Fevereiro-- Sábado - Evangelho - Mc 6,30-34

Eram como ovelhas sem pastor.
Este Evangelho narra apenas um pedacinho da vida de Jesus com os Apóstolos. Os Apóstolos acabavam de chegar de um trabalho de evangelização, e Jesus os convidou para irem com ele a um lugar deserto e afastado, a fim de descansar. Esse “retiro” não é só para descanso, mas é também para uma confraternização. “Como é bom os irmãos viverem juntos!” (Sl 133,1).
O grupo mostra uma grande disponibilidade, pois foram para se afastar do povo, e acolheram tão bem o povo que, ao saber para onde eles iam, foi para lá e chegou antes deles. O grupo não só acolheu, mas evangelizou, que é o que o povo queria e precisava. Por isso não se desgrudavam de Jesus.
Esse novo grupo que surgiu na terra, fundado por Jesus, hoje se chama Igreja. O grupo possui um atrativo enorme, que não se perde nem diminui com o tempo. Continua sendo uma boa nova, uma notícia alegre, que é a tradução de Evangelho. O grupo tem a missão de construir na terra o Reino de Deus, que é a melhor de se viver. Tudo obra da graça de Deus, da qual nós cristãos somos instrumentos.
Quando se anuncia o Reino de Deus, a graça vem junto, para ajudar as pessoas a entendê-lo e a vivê-lo, tornando-se uma pessoa nova e construindo um mundo novo. Por isso que as pessoas ainda hoje recebem como novidade e acolhem com entusiasmo, fazendo até longas caminhadas.
Fora desse Reino, não há outro caminho de salvação, pois ele trás consigo uma força que liberta e faz feliz. Basta vermos os três sacramentos de iniciação cristã: o batismo cria uma nova família, onde todos vivem como irmãos e não estão sujeitos às explorações do mundo pecador; a crisma fortalece, tornando fácil o que é difícil. A Eucaristia revigora, dá ânimo, coragem, disposição e traz principalmente amor.
Temos ainda a confissão, pela qual Deus nos perdoa todo e qualquer pecado, tirando da pessoa o peso das culpas passadas.
É por isso que nós também vamos atrás de Cristo e da Comunidade cristã. Não só vamos atrás, mas nos engajamos nela, tornando-nos seus agentes e instrumentos, para que ela se expanda e atinja toda a sociedade.
Nós agradecemos ao Espírito Santo, que Jesus nos mandou logo que subiu para o Céu, e continua “renovando a face da terra”.
E o Evangelho destaca que a primeira preocupação de Jesus foi com os Apóstolos, indo descansar com eles. Toda Comunidade cristã quer muito bem aos seus líderes: coordenadores, catequistas, ministros de Eucaristia, leitores, pastorais sociais etc. Quer bem e se preocupa com o descanso e o sustento deles, a fim de que nada lhes falte. É impossível um apostolado fecundo sem estas pausas restauradoras, junto com o Mestre. São pausas que recuperam as forças físicas e espirituais; pausas de oração, de meditação tranquila em contato com a natureza que nos fala de Deus.
“Havia, de fato, tanta gente chagando e saindo que não tinham tempo nem para comer.” Foi por isso que os familiares de Jesus se assustaram com sua vida (Cf Mc 3,21). Ele consumia-se pelo povo e também experimentava os limites da capacidade humana. É esta fé que nos leva a ir além do nosso tempo e capacidades, pelo Reino de Deus. Entretanto, a nossa marca não é o ativismo e sim o amor, a Deus e aos irmãos e irmãs. Nós pedimos: “Senhor, convida-nos para irmos convosco a um lugar à parte! Lá assumiremos nosso destino, abandonando-nos a vós e à vossa obra!”
Santa Teresa D’Ávila foi uma freira espanhola dinâmica, que construiu dezenas de conventos de freiras. Um dia, ela estava construindo um novo convento, chegou um homem para ela e disse: “Iii Irmã, pare com isso! O povo daqui não tem dinheiro. Ainda mais neste tempo de crise! A senhora não vai conseguir construir nunca este convento”.
Ela respondeu: “Dez Pesetas, mais a graça de Deus, dá um convento”. E ela conseguiu daquele homem dez Pesetas, moeda espanhola que corresponde hoje a dez Reais. Logo o convento ficou pronto. A colaboração humana, mais a graça de Deus, operam maravilhas e transformam o mundo.
Eram como ovelhas sem pastor.


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