SEGUNDA - 30 de Junho de 2014 - Evangelho - Mt 8,18-22
Bom dia! “(…) Jesus respondeu: – As raposas têm
as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos. Mas o Filho do Homem não tem onde
descansar”
Talvez essa frase tenha gerado um
tremendo impacto naquele homem que interpelava Jesus pelo caminho. Era como
Jesus dissesse a ele “QUER ME SEGUIR? EU SÓ TENHO DESSE MUNDO O QUE VÊS!”. O
outro faz um pedido comum a nós. Ele dizia, na nossa forma de vivenciar a
realidade, “ME DEIXA RESOLVER MINHA VIDA AÍ EU VOLTO”. Jesus apresenta
alternativa. Era como se o Senhor dissesse: ”POR QUE SE PREOCUPA COM QUE JÁ
PASSOU E VEM PARA A VIDA?”.
Em outro momento (outro evangelho) da
pregação de Jesus, O senhor diz aos que o seguem que carreguem sua cruz e o
sigam e que o fardo é leve, portanto não mentiu para ninguém. Não disse que não
havia fardo, não afirmou que teríamos todos os bens da terra com apregoam os
irmãos da teologia da prosperidade… Ser leve não quer dizer fácil.
“(…) O seguimento de Jesus traz consigo
uma série de implicações e exige de todos nós muito mais do que o entusiasmo ou
a boa vontade. Exige disposição de deixar muita coisa para trás, inclusive o
conforto, os costumes, a cultura e até mesmo os grandes valores que norteiam a
nossa vida. Seguir Jesus significa ter a disposição de sempre ir em frente,
sempre ir além, sempre buscar o novo para que a boa nova aconteça, é uma vida
marcada sempre por novos desafios, é sempre atravessar o lago e buscar a outra
margem do lago onde novas pessoas esperam para serem evangelizadas. Seguir
Jesus significa colocar a obra evangelizadora acima de tudo”. (reflexão
proposta pelo site da CNBB)
A leveza surgia e surge da fé, pois até
as montanhas se atirariam no mar se nossa fé superasse em tamanho o grão de
mostarda. Jesus apresenta ao homem da narrativa de hoje e também a nós, o que
de fato lhe interessa: AS PESSOAS
A cada um, Deus apresenta uma missão
específica, mas todos têm um mesmo chamado. É preciso ter claro que nem todos
terão a missão de ser pai ou mãe; tão pouco seremos missionários, padres,
irmãs, ministros, catequistas, (…) se não for a nossa vocação. Temos algo em
comum: o chamado único a VIVER.
Para alguns viver é fugir do mundo,
viver a clausura, a solidão; outros vivem cercados de gente, catequizando,
conversando, se relacionando [...]; precisamos aprender a respeitar esse
convite. Bobo é aquele que acredita que Deus não sabe por onde andam suas
ovelhas e como vivem o convite que Ele os fez.
“(…) E aquele que examina os corações
sabe qual é a intenção do Espírito, pois é de acordo com Deus que ele intercede
em favor dos santos. Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a
Deus, daqueles que são chamados segundo o seu desígnio”. (Romanos 8, 27-28)
Quando Jesus sugere, aos nossos olhos,
que o que mais tem de precioso esta ao seu redor, me faz ter uma grande
reflexão: INDEPENDENTEMENTE DA SUA MISSÃO, QUAL É A IMPORTANCIA QUE DOU AO QUE
ESTA AO MEU REDOR?
Quando decido voltar para o que já
morreu, declaro a Deus o que de fato meu coração e meu pensamento acreditam ser
o mais importante: EU!! Não falo aqui de parentes, amigos ou família, mas
quando me apego aquilo que um dia fui em detrimento ao que me espera.
Pedro é um dado momento declara: Pra
onde iremos se Tu tens palavra de vida eterna. Muitos poderiam dizer que o
correto é ficar o dia inteiro na igreja. Claro que não! Voltaríamos à estaca
zero. Confinados só pensamos em nós. Reparemos pelos que pagam por seus crimes
nos presídios, será que alguém lá tem tempo de pensar na dor do vizinho de
cela?
A igreja não é nada sem as pessoas e tão
pouco somos algo sem o nosso criador, mas Ele não habita somente na igreja,
pois Ele esta nas pessoas. Se só O encontro na igreja é porque não estamos
vivendo a semana como se fosse o domingo como sugeriu Santo Inácio de
Antioquia. Se no meu trabalho, na minha escola, no lazer não levo Deus, como
posso dizer: “(…) Mestre, estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar
aonde o senhor for!”.
Espelhemo-nos nos bons irmãos mulçumanos
que vivem, trabalham, se relacionam, mas que na hora certa, param TUDO que
estão fazendo e se voltam para sua fé. Sim, admirar o que é bonito é muito
válido. Todos sabem e reconheceram os portadores da fé, sejam eles mulçumanos,
judeus ou cristãos.
Se morremos para o que é velho, ao
ressurgir a cada dia, busquemos o que realmente vale a pena. Trocar Deus pelo
dinheiro, pelas coisas que podemos comprar, pelo luxo ou status é permanecer
agarrado ao que já morreu.
“(…) Se, portanto, ressuscitastes com
Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de
Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra“. (Colossenses 3,
1-2)
Não confundamos conforto com vaidade!
Um imenso abraço fraterno!
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