05 de julho- Evangelho - Mt 9,14-17
João Batista, cujo ministério tinha por finalidade preparar o povo para
a chegada do Messias, tinha discípulos que ainda haviam ficado com ele durante
o princípio do ministério do Senhor Jesus. Eles observavam os discípulos do Messias, alguns dos quais também haviam
sido de João, e vieram perguntar porque eles não jejuavam como os de João e os
fariseus faziam? Era uma crítica, pois o ritual do jejum representava muito
para eles.
Para compreendermos melhor o que se passou naquela ocasião, devemos
lembrar que João Batista fora ainda um profeta do Velho Testamento, e ele e os
seus discípulos ainda estavam presos à lei de Moisés, com seus preceitos e
rituais. Ele apresentara o Messias, e foi Este que deu início a uma nova era,
ou dispensação, introduzindo o Novo Testamento entre Deus e a humanidade com a
propiciação feita com o Seu sangue.
O curto ministério do Messias aqui na terra foi um intervalo durante o
qual Ele anunciou o início do Seu reino e preparou os Seus discípulos para a
nova dispensação.
Os “filhos das bodas” mencionados na resposta são uma expressão
idiomática da época significando os convidados a um casamento. O jejum entre os
judeus era um ato de abnegação devido a tristeza e contrição. Assim como os
convidados não podem demonstrar tristeza na presença de um noivo no seu
casamento, também não era próprio para os discípulos demonstrarem tristeza
enquanto o seu Salvador estivesse junto com eles.
Mas haveria ocasião para jejum quando Ele voltasse para o céu,
completada a obra de redenção que viera fazer, quando então estaria fisicamente
ausente dos seus discípulos.
Não existe um mandamento para jejuar como havia no Velho Testamento. O
jejum é encontrado junto com a oração na igreja primitiva, em ocasiões em que a
direção de Deus era pedida para a tomada de grandes decisões. Também, nas
versões mais antigas, aparece com a oração em 1 Coríntios 4:5. É um ato de
abnegação diante de Deus, aprovado aqui pelo Senhor Jesus.
Em
seguida o Senhor usa duas ilustrações para mostrar a mudança da dispensação do
Velho Testamento para a do Novo Testamento, e para ensinar que os seus
princípios não devem ser misturados: Ninguém usa um retalho de pano
novo para remendar uma roupa velha; pois o remendo novo encolhe e rasga a roupa
velha, aumentando o buraco. Ninguém põe vinho novo em odres velhos. Se alguém
fizer isso, os odres rebentam, o vinho se perde, e os odres ficam estragados.
Pelo contrário, o vinho novo é posto em odres novos, e assim não se perdem nem
os odres nem o vinho
A utilidade do Velho Testamento, com a lei de Moisés, estava no fim, e o
Senhor Jesus não veio para lhe dar continuidade mediante alguns remendos pois
estes só podiam piorar a sua situação. O Velho Testamento não podia conter o
Evangelho da salvação unicamente mediante a fé na obra redentora de Cristo.
O Senhor Jesus veio para introduzir uma veste totalmente nova, um vinho
completamente novo, para substituir de uma só vez o que existia naquela época.
O apóstolo João abrevia isso assim “a lei foi dada por Moisés; a graça e a
verdade vieram por Jesus Cristo”.
Pelo jejum devemos proclamar que temos fome de Deus e significar que só
encontramos sentido para nós na verdadeira liberdade face a tudo que é terreno
e material. O nosso coração só encontra felicidade quando repousa em Deus.
Pai dá-me suficiente bom senso para reconhecer o que corresponde ao
projeto de Jesus, sem querer misturá-lo com esquemas incompatíveis com a
novidade do Reino.
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