IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA – SÁBADO28/06/2014
1ª Leitura Isaías 61, 9-11
Salmo18(19), 5 “Por toda terra se espelha sua voz”
Evangelho Lucas2, 41-51
O lugar privilegiado para darmos o nosso testemunho cristão é na
vida familiar onde os pais são os educadores e catequistas de seus filhos.
Infelizmente o quadro familiar é muito caótico porque a família é agredida
todos os dias de muitas formas, esvaziando-a de seus valores sagrados, de suas
virtudes que lhe dão a dignidade a cada membro, moldando um caráter cristão
despertando-lhes a consciência de que são filhos e filhas queridas de Deus.
Por isso o casal cristão recebe o Sacramento do matrimônio ao se
unirem um dia, sacramento quer dizer sinal do amor de Deus, porque a missão do
casal é despertar nos filhos o amor para o qual foram criados porque Deus nos
fez para o amor e somente na família é que podemos ter esse conhecimento.
A Sagrada Família vivia esse propósito, Maria e José educaram Jesus
desta maneira e ele aprendeu muito com seus pais, a revelação de que era Filho
de Deus foi acontecendo aos poucos, graças ao testemunho de seus pais. De
maneira muito equivocada pensamos que Jesus já sabia tudo e que seus pais eram
figuras meramente decorativas em sua vida. Isso não é verdade! Além do sustento
material do menino, Maria e José, como qualquer pai e mãe, tiveram de assumir a
formação religiosa de Jesus e o fizeram dentro do Judaísmo, que era a religião
que frequentavam, com todas as dificuldades próprias daquele tempo.
Talvez hoje, muitos pais achem praticamente impossíveleducar um
filho ou uma filha na fé, se a história da Salvação acontecesse hoje, José e
Maria, vivendo em nosso tempo, saberiam cumprir a missão de educar o filho
dentro dos princípios cristãos, para que ele descobrisse a sua identidade de
Filho de Deus.
Mas não foi assim tão simples muita coisa Maria e José não
entenderam, como esse susto que Jesus deu neles, aos 12 anos, por ocasião da
festa da páscoa, ao retornarem em comitiva como era comum naquele tempo, o
grupo dos homens e das mulheres em separado pelo caminho, José pensou que o
menino estivesse com a mãe, e esta pensou o mesmo. As crianças e adolescentes
caminhavam juntos durante o dia e só a noite é que vinham para perto dos
adultos.
Na noite do primeiro dia de caminhada deram pela sua ausência e
voltaram desesperados a Jerusalém onde depois de três dias o encontraram no
templo entre os Doutores da Lei, discutindo com eles, ensinando mas também
apreendendo, porque como qualquer criança, Jesus passou pela catequese.
Ocupar-se das coisas de Deus – foi a resposta até um pouco
“atravessada” que Jesus deu aos pais. Após os sacramentos da iniciação cristã,
se o testemunho dos pais for autêntico, a criança já terá descoberto em si
mesmo essa vocação para viver o amor na comunidade no serviço aos irmãos e
irmãs. No texto é bonito a firmeza da Virgem Maria, que não entrou na onda do
“Menino Prodígio”. Talvez até sentiu orgulho e alegria, Lucas escreve que ela
ficou admirada, mas imediatamente assumiu a sua missão e autoridade de Mãe “Eu
e teu pai te procurávamos aflitos”. Em outras palavras “O mocinho ficou aqui em
Jerusalém com ordem de quem? Quem lhe autorizou?”Jesus parece que recorreu á
sua missão querendo assim lembrar os pais que ele era um caso especial, como
aliás, ambos sabiam. O evangelista não
menciona mas Maria com certeza, como faria qualquer mãe, não arrefeceu na
disciplina e nos limites, tão necessários na formação de juma criança. “Está
bem meu filho, tudo bem que você estivesse aqui no templo, mas agora se levante
daí, vamos embora e nada de sumir de novo heim?”
O fato de Maria não entender certas coisas na sua relação com o
filho, não queria dizer que ele é que fosse tomar as rédeas da relação. Ao
contrário, impôs sua autoridade de Mãe e o levou de volta para casa. O texto
menciona que Jesus foi com eles e lhes era submisso. Será que aqui não está o
problema da nossa sociedade? No fato de Pai e Mãe ter perdido a sua autoridade
sobre os filhos?
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