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terça-feira, 17 de junho de 2014

A nossa Igreja representada por um barco-Diac. José da Cruz

TERÇA FEIRA DA XIII SEMANA DO TC 01/07/2014
1ª Leitura Amós 3, 1-8; 4, 11-12
Salmo 5,9ª “Conduzi-me pelas sendas da justiça”
Evangelho Mateus 8, 23-27

Já vem de antiga tradição essa imagem da nossa Igreja representada por um barco, certamente por conta da Vocação dos quatro primeiros discípulos que eram pescadores. O fato é que muitos cristãos de todos os tempos, de maneira equivocada viram neste barco da Igreja um possante Transatlântico no qual velejamos seguros e livres de todos os perigos. Contrariando os que pensam assim, mal Jesus e seus discípulos subiram em uma barca, como está escrito no evangelho de hoje, desencadeou-se sobre o mar uma tempestade tão grande que as ondas cobriam a barca.
O Cristianismo nunca velejou e nem irá velejar por águas serenas, quietas e calmas. Diríamos em uma linguagem de hoje que velejar na Barca de Pedro é a mais pura adrenalina. Nunca se sabe de onde vem o perigo, ás vezes até de dentro do próprio barco. A Igreja primitiva enfrentou tantas tempestades que ás vezes parecia impossível a sua sobrevivência. Tempos tenebrosos vieram adiante, na Idade Média, na Idade Moderna, conflitos, escândalos, intensas perseguições, Ideologias totalmente contrárias ao Espírito do Evangelho. Muita gente desanimada e descrente pula da barca na hora dos temporais. Há ainda os desconfiados que querem viajar com o Pé em duas canoas, em uma tentativa de agradar aos dois Senhores.
Mas onde está Jesus, nosso Comandante do Barco da Igreja? Não está na hora Dele manifestar a sua Glória e fazer da sua Igreja um Possante Transatlântico? Por não vê-lo, por não percebê-lo, por não senti-lo, aumenta a cada dia os desertores. O evangelho descreve o grande final da História da Humanidade, momento em que Jesus Cristo, o Verbo Encarnado, o Filho de Deus que se fez nosso companheiro de navegação, nosso irmão de estrada, este que nos alimentou com o seu Corpo e Sangue, nos orientou com a sua Palavra suscitando em cada temporal a forte e doce esperança em nosso coração.  Ele mesmo! Que nunca abandonou a nossa Igreja.
Ele olhará para as terríveis Forças do Mal, estas que hoje parecem nos esmagar de todos os lados, essas que hoje parecem até ter invadido a nossa frágil barquinha para arrastá-la ao profundo abismo. E irá dar o solene e definitivo “Cala a Boca”, e as forças do Mal, na mesma hora estarão totalmente e efetivamente vencidas e dominadas. Jesus é como aquele atleta do nosso time, que aparentemente estava sendo derrotado pelas Forças do Mal, e que ao marcar o gol da vitória, corre para o lado da torcida contrária que até então gritava, julgando-se vitoriosa, e com o dedo indicador nos lábios ordena “Silêncio, calem a boca”.


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