TERÇA FEIRA DA XIII SEMANA DO TC 01/07/2014
1ª Leitura Amós 3, 1-8; 4, 11-12
Salmo 5,9ª “Conduzi-me pelas sendas da justiça”
Evangelho Mateus 8, 23-27
Já vem de antiga tradição essa imagem da nossa Igreja representada
por um barco, certamente por conta da Vocação dos quatro primeiros discípulos
que eram pescadores. O fato é que muitos cristãos de todos os tempos, de
maneira equivocada viram neste barco da Igreja um possante Transatlântico no
qual velejamos seguros e livres de todos os perigos. Contrariando os que pensam
assim, mal Jesus e seus discípulos subiram em uma barca, como está escrito no
evangelho de hoje, desencadeou-se sobre o mar uma tempestade tão grande que as
ondas cobriam a barca.
O Cristianismo nunca velejou e nem irá velejar por águas serenas,
quietas e calmas. Diríamos em uma linguagem de hoje que velejar na Barca de
Pedro é a mais pura adrenalina. Nunca se sabe de onde vem o perigo, ás vezes
até de dentro do próprio barco. A Igreja primitiva enfrentou tantas tempestades
que ás vezes parecia impossível a sua sobrevivência. Tempos tenebrosos vieram
adiante, na Idade Média, na Idade Moderna, conflitos, escândalos, intensas
perseguições, Ideologias totalmente contrárias ao Espírito do Evangelho. Muita
gente desanimada e descrente pula da barca na hora dos temporais. Há ainda os
desconfiados que querem viajar com o Pé em duas canoas, em uma tentativa de
agradar aos dois Senhores.
Mas onde está Jesus, nosso Comandante do Barco da Igreja? Não está
na hora Dele manifestar a sua Glória e fazer da sua Igreja um Possante
Transatlântico? Por não vê-lo, por não percebê-lo, por não senti-lo, aumenta a
cada dia os desertores. O evangelho descreve o grande final da História da
Humanidade, momento em que Jesus Cristo, o Verbo Encarnado, o Filho de Deus que
se fez nosso companheiro de navegação, nosso irmão de estrada, este que nos
alimentou com o seu Corpo e Sangue, nos orientou com a sua Palavra suscitando em
cada temporal a forte e doce esperança em nosso coração. Ele mesmo! Que nunca abandonou a nossa
Igreja.
Ele olhará para as terríveis Forças do Mal, estas que hoje parecem
nos esmagar de todos os lados, essas que hoje parecem até ter invadido a nossa
frágil barquinha para arrastá-la ao profundo abismo. E irá dar o solene e
definitivo “Cala a Boca”, e as forças do Mal, na mesma hora estarão totalmente
e efetivamente vencidas e dominadas. Jesus é como aquele atleta do nosso time,
que aparentemente estava sendo derrotado pelas Forças do Mal, e que ao marcar o
gol da vitória, corre para o lado da torcida contrária que até então gritava,
julgando-se vitoriosa, e com o dedo indicador nos lábios ordena “Silêncio,
calem a boca”.
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