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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Deus amou tanto o mundo que lhe deu seu Filho único - Claretianos


Domingo, 15 de junho de 2014
Santíssima Trindade
Santos do Dia:Abraão de Saint-Cyrgues (abade), Adelaide de La Cambre (virgem, monja), Bardo de Mainz (monge, bispo), Benilde de Córdova (mártir), Constantino de Beauvais (bispo), Domiciano e Adelino de Lobbes (monges), Dula de Zefiro (mártir), Edburga de Winchester (abadessa), Esíquio de Dorostorum (mártir), Germana Cousin (virgem), Isfrido de Ratzeburg (monge, bispo), Landelino de Lobbes (abade), Lívia, Leônidas e Eutrópia (mártires de Palmira, na Síria), Melano de Viviers (bispo), Orsísio de Tabenne (abade), Tatiano da Cilícia (mártir), Vouga de Lesneven (bispo).
Primeira leitura:Êxodo 34,4b-6.8-9
O Senhor desceu da nuvem e esteve perto dele. 
Salmo responsorial: Daniel 3,52.53.54-55.56 (R. 52b)
Que seja bendito vosso Santo nome.
Segunda leitura: 2 Corintios 13,11-13
A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós! 
Evangelho: João 3,16-18
Deus amou tanto o mundo que lhe deu seu Filho único.
A Bíblia revela, em uma palavra, quem é Deus: Deus é amor (1Jo 4,8). Amor pessoal (porque te ama como se somente a ti amasse), amor total (sem medida, porque a medida do amor é dar sem medida ou o amor sem medida), amor sacrificado (oblativvo, entregue e paciente), amor universal (inclusivo, não excludente), amor preferencial (se inclina mais para o necessitado).
As leituras de hoje revelam o perfil, o rosto ou a fisionomia de Deus. A leitura do Êxodo o revela como um Deus “compassivo e misericordioso, lento na cólera e rico em clemência e lealdade” (Ex 34,6); e isto imediatamente depois do episódio da adoração do bezerro de ouro (Ex 32). Como que querendo contrastar a infidelidade do povo e a fidelidade de Deus.
Paulo, na segunda leitura, mostra o mistério de um Deus Pai, Filho e Espírito Santo, mediante a saudação trinitária à assembléia: “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo esteja sempre convoco” (2Cor 13,13).
Finalmete o evangelho de hoje, tomado de João, é um desses pontos altos da literatura bíblica, que revelam uma luz especial: “Tanto Deus amou o mundo que lhe entregou seu Filho” (Jo 3,16).
Estes seriam como que os versículos fundamentais para nossa festa. Em primeiro lugar o Deus de Israel e de Jesus é um Deus inserido na história. O antigo e o novo Povo de Deus não chegaram à experiência de Deus, nem pela natureza (religiões naturalistas, tendentes a divinizar a criação), nem pela filosofia (a elocubração dos filósofos, que através das causas segundas, chegaram a uma primeira causa: Deus), mas pela história.
Daí que o credo de Israel e o da Igreja se definem como credos históricos. Impossível proclamar este Deus, deixando de lado os grandes acontecimentos salvíficos: que “nasceu de Maria, a virgem, que padeceu sob Pôncio Pilatos, que foi crucificado, morto e sepultado”, etc., são dados históricos pontuais. Deixar de lado a história seria desencarnar a fé, privá-la de sua sacramentalidade histórica. Um Deus desentendido da história não seria o Deus dos cristãos.
Em segundo lugar, nessa história, cheia de luzes e de sombras, porém guiada pela mão de Jave, vai avançando; o que os teólogos chamaram “a revelação progressiva”. Quando éramos crianças, tivemos uma experiência de Deus que foi amadurecendo pouco a pouco até nos tornarmos adultos... Trata-se de um princípio da pedagogia divina.
O mistério de Deus uno e trino é fruto desta experiência de revelação progressiva na história. Revelação que chega ao ponto alto, expressão de amadurecimento: Deus não é um ser ilhado, desconectado das realidades temporais, solitário. É um Deus comunitário, família, sociedade, fraternidade, etc. Por isso, como já dissemos, o ponto alto de toda a revelação bíblica é este: Deus é amor. E o amor nunca é solidão, isolamento, mas comunhão, proximidade, diálogo, aliança.
A natureza mesma de Deus é todo um projeto de vida que revela a natureza mesma da alma humana, criada à imagem e semelhança de Deus. Deste modo podemos entender como a mesma humanidade sente essa necessidade de aliança, ainda que em meio à pluralidade. Vivemos em uma casa comum, somos uma família (humana), temos as mesmas necessidades, os mesmo problemas. Deus nesta hora da história fala através desses sinais de um mundo em busca.
Em terceiro lugar, não precisamos quebrar a cabeça para tentar compreender (a partir de nossa lógica natural) um mistério que nos é dado por revelação e que somente pode ser aceito plenamente pela fé. A Deus ninguém jamais viu, somente o Filho que estava no seio do Pai, é quem no-lo deu a conhecer (Jo 1,18). A fé certamente passa do ouvido à mente, da mente ao coração, do coração à vida. Não se trata de um processa meramente racional.
Pois a razão necessita da razoabilidade da fé, ao reconhecer-se humilde diante do mistério de Deus. Com efeito, Deus revela estas coisas às pessoas simples, e as esconde aos sábios deste mundo. Esta é a lógica e a sabedoria do mistério de Deus, muito diferente e muito distante da lógica natural, marcada pelos egoísmos humanos. Deus entra mais facilmente no coração da criança do que no coração do adulto, no coração do humilde do que no coração do soberbo, no coração do fraco do que no coração do forte.
Estamos diante do maior mistério que nem olho viu, nem ouvido ouviu... Aproximemo-nos de Deus com adoração (o Pai)... dispostos a assumir seu projeto de fraternidade (o Filho)... com toda a profundidade de nosso ser (Espírito Santo).
Oração:  Ó Deus Trindade, a melhor comunidade, mistério eterno, insondável, que mal podemos balbuciar uma distante aproximação. Aviva em nós tua vida, da qual fazes partícipe cada uma de tuas criaturas, para que nos sintamos convocados a acrescentar a vida, impulsionados por essa corrente original e eterna de vida em comunhão que és: Trindade santa, Pai, Filho e Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.


Um comentário:

  1. Ótima reflexão, envolvendo todas as leituras e não somente o evangelho, parabéns mesmo.

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