Domingo, 22 de novembro de 2020.
Evangelho de Mt 25, 31-46.
Celebrar Cristo Rei do universo significa a universalidade da
salvação. Deus quer a salvação para todos seus filhos porque ama e perdoa todos
incondicionalmente. O amor incondicional de Deus deve ser revelado a todos os
povos, culturas, nações quando isso acontecer, Cristo será, de fato, soberano,
o Rei em nossas vidas.
A Solenidade de Cristo Rei encerra o ano litúrgico, por isso a
celebração desse dia é uma grande profissão de fé no Senhor da história que
caminha com seu povo.
“No dia que celebramos a sua realeza, Jesus nos convida a olhar
para seus “irmãos menores”, impedidos de uma vida digna por causa das injustiças
e opressões que tornam nossa sociedade cada vez mais desigual. A realeza de
Cristo não estará completa enquanto seus “irmãos menores” não tiverem liberdade
e vida. A mudança dessa realidade depende da sensibilidade, solidariedade e
serviço dos que decidiram seguir o Mestre da Justiça”. (Pe. José Bortolini).
Mais uma vez Jesus usa de parábola para falar do Reino de Deus. Ele
emprega a figura de ovelhas e cabritos. As ovelhas são mansas e pacíficas,
representam as pessoas boas e os cabritos como são irrequietos e violentos,
simbolizam os maus.
Jesus se refere ao Reino que está preparado desde a criação do
mundo, esse Reino significa a saída das trevas para a luz, da escravidão para a
liberdade dos filhos de Deus, do trabalho para o descanso eterno, da guerra
para a paz, da morte para a vida, da luta para o triunfo, da prova para a
recompensa, do vale de lágrimas para a felicidade sem fim, do exílio para a
pátria, da terra para o céu. Quem vai merecer tudo isso são os bons, todos que
amam e servem fielmente a Deus e morrem em sua graça, isto é, sem pecado
mortal.
São Paulo em sua carta 1Cor2,9 diz citando Isaías: “Nem o olho viu,
nem o ouvido ouviu, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus
preparou para aqueles que o amam”. Eles ficarão admirados quando o Senhor
disser: “vinde benditos do meu Pai”, pois ignoram ter ajudado o Filho do Homem
na pessoa dos empobrecidos. Mas o que Jesus nos ensina sempre que é preciso
enxergar o rosto de d’Ele nos nossos irmãos menores. Jesus se identifica com
nossos irmãos, daí surge o valor da caridade, porque o amor verdadeiro é
manifestado no serviço prestado ao próximo. Bem aventurados os que enxergam a
face de Cristo no pobre que passa fome ou sede, no pobre encarcerado,
hospitalizado, no pobre desprovido de roupa e de afeição.
Jesus se refere aos maus, aqueles que não servem a Deus, vão
merecer o inferno. Não é Deus quem condena ao inferno. É o homem que recusa a
amizade de Deus. O inferno é a privação de Deus. Faltando Deus, falta tudo, não
há nenhum bem. Aqui na terra temos a presença de Deus, em tudo vemos Deus, na
beleza das flores, na harmonia das cores, no ar que respiramos, na água que
fertiliza a terra sedenta e mata a nossa sede... Mas no inferno não, há a
privação de Deus, esse é o maior sofrimento, pois sem Deus nos falta tudo. Aqui
podemos nos referir ao “livre arbítrio”, depende apenas do ser humano escolher
Deus ou rejeitá-Lo. Recusar o amor e o perdão de Deus é um ato absolutamente
voluntário, a pessoa é que decide, escolhe como viver, de acordo com os
ensinamentos de Jesus ou contra eles.
Deus não quer a condenação de ninguém. Deus não condena ninguém, é
a pessoa que se condena quando vive no pecado, no desamor. Ao morrer o pecador
sente-se na necessidade de se separar de Deus, pois diante de Deus não pode
haver nada manchado, tudo tem que ser puro, alvo. É a própria pessoa que
procura a maldição e a condenação por seu modo de proceder.
O maior tormento do inferno não é o fogo, é a pena que está
incluída nestas palavras: “Afastai-vos de mim...” A separação eterna de Deus...
Agora, que não podemos conhecer Deus tal como Ele é, e que não podemos nos dar
conta da necessidade que temos dele, não conseguimos compreender o que
significam estas palavras e o quanto é terrível a separação eterna.
Não podemos duvidar da existência do céu e do inferno, Deus revelou
isso muitas vezes, prometendo aos bons a vida eterna e ameaçando os maus com a
perdição eterna. Sem dúvida o inferno é um mistério e fica mais complicado
ainda, quando muitos o fantasiam com sua ignorância. O céu é, antes de tudo,
uma graça. É também uma herança que nos é dada como filhos adotivos, coerdeiros
com Cristo (Rm 8,17), é também um prêmio ou recompensa de nossas boas obras.
Diante dos textos tão claros da Escritura, não se pode negar a existência da
glória eterna e do inferno.
“Hoje poderíamos
atualizar as palavras de Jesus da seguinte forma: malditos todos aqueles que
reduzem a religião somente a dogmas e ritos e não ensinam que religião
verdadeira é partilhar a vida. Estes estão em conluio com todos aqueles que
empobrecem e arrebatam os direitos fundamentais de seus irmãos, porque estão
contra a única lei do Reino: o amor”. (Revista Vida Pastoral nº336)
Tudo o que fizermos ao próximo, imagem de Deus, aparecerá no último
dia. O que fizermos de bom, grande será nossa recompensa. Fiquemos vigilantes e
preparemo-nos para aquele dia, porque ele virá.
Que o Cristo Rei do universo nos ajude a participar da sua missão
sacerdotal, profética e de rei-pastor que é o serviço aos irmãos. Jesus, rei
que serve na humildade e no amor ajude-nos a seguir suas pegadas. Que Jesus o
bom pastor não deixe faltar nada a nós e aos nossos irmãos. Deus seja louvado!
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Profunda reflexão!!! Sem Deus tudo é o caos! Sem chance de uma vida digna e edificante!!!
ResponderExcluirA fé remove montanhas!!!
Reflexão maravilhosa um grande aprendizado, a senhora tem o dom da palavra que Deus abençoe
ResponderExcluirAna Maria Durante Ramia
ResponderExcluirUdi, querida, realmente você escreve muito bem!
Texto maravilhoso, sem fé realmente tudo fica mais difícil!
Beijos
Amém! Amadas! Tudo por Jesus! Deus lhes abençoe!
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