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Novembro 2020
Tempo Comum - Anos Pares
XXXII Semana - Segunda-feira
Lectio
Primeira leitura: Tito 1, 1-9
Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, em ordem à fé dos eleitos de
Deus e ao conhecimento da verdade, que conduz à piedade, 2na esperança da vida
eterna, prometida desde os tempos antigos pelo Deus que não mente 3e que, no
devido tempo, manifestou a sua palavra, pela pregação que me foi confiada por
mandato de Deus, nosso Salvador: 4a Tito, meu verdadeiro filho, pela fé comum,
a graça e a paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Salvador.
5Deixei-te em Creta, para acabares de organizar o que ainda falta e para
colocares presbíteros em cada cidade, de acordo com as minhas instruções. 6Cada
um deles deve ser irrepreensível, marido de uma só mulher, com filhos crentes,
e não acusados de vida leviana ou de insubordinação. 7Porque é preciso que o
bispo, como administrador de Deus, seja irrepreensível, não arrogante, nem
colérico, nem dado ao vinho, à violência ou ao lucro desonesto; 8mas, antes,
hospitaleiro, amigo do bem, prudente, justo, piedoso, continente, 9firmemente
enraizado na doutrina da palavra digna de fé, de modo que seja capaz de exortar
com sãos ensinamentos e de refutar os contraditores.
A carta a Tito é uma das chamadas «cartas pastorais». Tito é um dos
colaboradores do Apóstolo. Ao confiar-lhe uma comunidade, faz-lhe algumas
recomendações baseadas no evento de Jesus Morto e Ressuscitado. Fala-lhe «da
verdade, que conduz à piedade» (v. 1) e da «esperança da vida eterna» (v. 2).
A tarefa de Tito será formar os crentes para que se enamorem da verdade
revelada e pregada e, desse modo, fortaleçam o vínculo da fé e do amor que os
liga na comunidade e a Cristo. É nisso que consiste a administração que Deus
pede aos seus servidores. O serviço da Palavra, a pregação apostólica, é o
fundamental serviço à comunidade. Sem esse serviço não nascem novas comunidades
cristãs. O responsável pela comunidade deve ter excepcionais qualidades quanto
ao estilo de vida e de acção; deve ser fiel à doutrina e generoso no serviço.
Pastor e fiéis hão-de estar à escuta, submetidos à doutrina-verdade contida nas
Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Testamento.
Evangelho: Lucas 17, 1-6
Naquele tempo: 1Disse, depois, aos discípulos: «É inevitável que haja
escândalos; mas ai daquele que os causa! 2Melhor seria para ele que lhe atassem
ao pescoço uma pedra de moinho e o lançassem ao mar, do que escandalizar um só
destes pequeninos. 3Tende cuidado convosco!Se o teu irmão te ofender,
repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. 4Se te ofender sete vezes ao
dia e sete vezes te vier dizer: 'Arrependo-me', perdoa-lhe.» 5Os Apóstolos
disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé.» 6O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé
como um grão de mostarda, diríeis a essa amoreira: 'Arranca-te daí e planta-te
no mar', e ela havia de obedecer-vos.»
Lucas apresenta-nos três temas da pregação de Jesus: o escândalo, o perdão, a
fé. É preciso considerá-los de modo unitário.
O discípulo deve ter a preocupação de não provocar escândalo, que leve alguém a
afastar-se do caminho iniciado. Trata-se do caminho evangélico. Por isso, Jesus
lança um dos seus «ai». O Mestre não pode aceitar o comportamento de quem põe
em risco a sua salvação e compromete a dos outros, sobretudo a dos «pequenos»
(v. 2). Se é preciso evitar o escândalo, também é preciso conceder o perdão a
todos, a todo o custo (vv. 3-4). O perdão é sinal de verdadeiro amor. É no perdão
que se revela o amor de Deus para connosco. Jesus, que é a incarnação histórica
do amor de Deus, também oferece o perdão àqueles que dele precisam.
Ao terminar o ensinamento, Jesus elogia a fé que, ainda que seja pequena, pode
mostrar toda a sua força, mesmo com um milagre. Os discípulos pedem um aumento
da sua fé. Jesus responde-lhes falando da eficácia de uma fé genuína (v. 6).
Meditatio
A palavra de Deus, hoje, leva-nos a centrar a atenção em três tipos de pessoas:
os pequenos, o irmão, os apóstolos. Ao mesmo tempo leva-nos a descobrir uma
espiritualidade evangélica capaz de iluminar toda a nossa vida.
Os pequenos mereceram uma especial atenção de Jesus. Foram os destinatários
privilegiados dos seus ensinamentos e personificam sacramentalmente a sua presença
no meio de nós. Não podemos escandalizá-los! Devem também merecer o nosso
especial cuidado e o nosso serviço.
O irmão, de que nos fala o evangelho, não é uma simples abstracção. É alguém de
carne e osso, talvez mesmo um pecador cheio de arrependimento. Como Jesus,
também nós devemos oferecer-lhe o perdão e a possibilidade de restabelecer uma
relação serena e harmoniosa.
Os apóstolos, na singularidade da sua missão, estão conscientes de que ainda
carecem de aumentar a sua fé para chegarem a uma plena sintonia com o Mestre.
Vistas assim, todas estas pessoas são modelos para nós, sempre carecidos de
purificar a fé que nos foi dada. Por pequena ou grande que seja, a fé liberta
sempre uma força superior a qualquer capacidade humana. É verdadeiramente miraculosa,
não tanto porque possa realizar coisas extraordinárias, mas porque põe em acto
o poder divino.
A "Palavra", mas sobretudo a "partilha do Pão" (Cst 17) são
um convite diário, eucarístico para nós, dehonianos, a sermos pão bom, partido
pelos irmãos, de modo especial para os mais fracos e carenciados: «os pequenos
e os que sofrem» (Cst 18).
«Deveis lavar os pés uns aos outros» (Jo 13, 14). É um convite a servirmos os
irmãos, tal como Cristo fez, de modo heróico, até ao dom da vida (cf. Jo 15,
13), até Se tornar alimento e bebida para nós (cf. Cst 17). Neste amor de
Cristo - por nós, e com que amamos os irmãos -encontramos a certeza de alcançar
a fraternidade humana e a força de lutar por ela (cf. Cst 18).
«Como o Pai Me enviou - diz Jesus - Também Eu vos envio a vós. Depois de ter
dito isto, soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo» (Jo 20,
21-22). O Espírito que Ele deu aos apóstolos levou-os ao mais elevado grau de
fé e encheu-os de força para a missão. Esse mesmo Espírito nos foi dado para caminharmos
na fé e no amor, para ser em nós força de missão e de serviço (e não de
domínio) aos irmãos: «como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas
para servir» (Mt 20, 28); «Eu estou no meio de vós como quem serve» (Lc 22, 27)
e, depois do lava-pés: «Dei-vos o exemplo, para que façais como Eu fiz...
Sabendo estas coisas, sereis felizes se as puserdes em prática» (
Jo 13, 15.17).
Oratio
Senhor, Pai santo, derrama sobre nós o teu Espírito, que ilumine a nossa
responsabilidade e a nossa consciência, nos faça crescer na fé e no amor, e
progredir espiritualmente. Não deixes que fechemos os olhos, e não nos deixemos
iluminar pelo Espírito, permanecendo na ilusão de sermos bons. Faz-nos conhecer
a verdade, desapegar-nos do mal e confiar na tua misericórdia. Revela-nos o teu
coração de Pai, disposto a perdoar, não sete, mas setenta vezes sete.
Ensina-nos a perdoar, não só aos outros, mas também a nós mesmos. Ensina-nos a
aceitar-nos, com humildade e confiança, tal como Tu mesmo nos aceitas para atingirmos
a plena maturidade humana e espiritual. Que a graça, nem sempre agradável, mas
preciosa de nos conhecermos a nós mesmos, nos dispunha a acolher a tua
misericórdia e a tornar-nos instrumentos dela para os outros. Amen.
Contemplatio
«O meu Pai e eu, diz o Senhor, somos assim glorificados». É, de facto, o amor
divino pelos homens que é imitado e continuado. A nossa união fraterna faz a
alegria de Deus nosso Pai. Ela faz também a nossa força e a nossa consolação.
As obras da caridade fraterna são também um poderoso meio de apostolado e o
instrumento da conversão dos povos. O mundo vê que nos amamos e fica emocionado.
Esta caridade tem tido os seus inumeráveis mártires, que têm fecundado a Igreja
e enchido o céu. Todos aqueles que sacrificaram a sua vida nos trabalhos e nos
perigos do apostolado sob todas as suas formas são mártires da caridade.
Enfrentaram as fadigas, as doenças, as dificuldades do clima, a hostilidade dos
infiéis para irem em socorro dos que sofrem ou que estão nas trevas da
idolatria. Era o espírito da caridade que os conduzia.
Dando-nos o seu preceito novo, Nosso Senhor dá-nos, no Espírito Santo, a graça
de o cumprirmos.
Se correspondermos a este espírito de caridade, havemos de praticar entre nós a
doçura, a paciência, a benevolência. As obras de misericórdia ser-nos-ão caras
e fáceis. Teremos gosto em tomar conta dos pequenos, dos pobres, dos
ignorantes, daqueles que sofrem. Havemos de nos recordar da palavra do bom
Mestre: «O que fazeis aos pequenos e aos deserdados, tenho como feito por mim».
Se tivermos uma caridade ardente e abundante, levá-la-emos até ao sacrifício.
Despojar-nos-emos, afadigar-nos-emos para socorrer o nosso próximo, e, se for
preciso, daremos a nossa vida por ele como Nosso Senhor a deu por nós. (Leão
Dehon, OSP 3, p. 419s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Senhor, Aumenta a nossa fé» (cf. Lc17, 5).
| Fernando Fonseca, scj |
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo, Adélio Francisco) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
ResponderExcluirObrigado Senhor, obrigado Dehonianos!!!
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