02º Domingo do Advento - Ano B
6 Dezembro 2020
ANO B
2º DOMINGO DO ADVENTO
Tema do 2º Domingo do Advento
A liturgia do segundo domingo de Advento
constitui um veemente apelo ao reencontro do homem com Deus, à conversão. Por
sua parte, Deus está sempre disposto a oferecer ao homem um mundo novo de liberdade,
de justiça e de paz; mas esse mundo só se tornará uma realidade quando o homem
aceitar reformar o seu coração, abrindo-o aos valores de Deus.
Na primeira leitura, um profeta anónimo da época do Exílio garante aos exilados
a fidelidade de Jahwéh e a sua vontade de conduzir o Povo - através de um
caminho fácil e direito - em direcção à terra da liberdade e da paz. Ao Povo,
por sua vez, é pedido que dispa os seus hábitos de comodismo, de egoísmo e de
auto-suficiência e aceite, outra vez, confrontar-se com os desafios de Deus.
No Evangelho, João Baptista convida os seus contemporâneos (e, claro, os homens
de todas as épocas) a acolher o Messias libertador. A missão do Messias - diz
João - será oferecer a todos os homens esse Espírito de Deus que gera vida nova
e permite ao homem viver numa dinâmica de amor e de liberdade. No entanto, só
poderá estar aberto à proposta do Messias quem tiver percorrido um autêntico
caminho de conversão, de transformação, de mudança de vida e de mentalidade.
A segunda leitura aponta para a parusia, a segunda vinda de Jesus. Convida-nos
à vigilância - isto é, a vivermos dia a dia de acordo com os ensinamentos de
Jesus, empenhando-nos na transformação do mundo e na construção do Reino. Se os
crentes pautarem a sua vida por esta dinâmica de contínua conversão,
encontrarão no final da sua caminhada terrena "os novos céus e a nova
terra onde habita a justiça".
LEITURA I - Is 40,1-5.9-11
Leitura do Livro de Isaías
Consolai, consolai o meu povo, diz o
vosso Deus.
Falai ao coração de Jerusalém e dizei-lhe em alta voz
que terminaram os seus trabalhos
e está perdoada a sua culpa,
porque recebeu da mão do Senhor
duplo castigo por todos os seus pecados.
Uma voz clama:
«Preparai no deserto o caminho do Senhor,
abri na estepe uma estrada para o nosso Deus.
Sejam alteados todos os vales
e abatidos os montes e as colinas;
endireitem-se os caminhos tortuosos
e aplanem-se as veredas escarpadas.
Então se manifestará a glória do Senhor
e todo o homem verá a sua magnificência,
porque a boca do Senhor falou».
Sobe ao alto dum monte, arauto de Sião!
Grita com voz forte, arauto de Jerusalém!
Levanta sem temor a tua voz e diz às cidades de Judá:
«Eis o vosso Deus.
O Senhor Deus vem com poder,
o seu braço dominará.
Com Ele vem o seu prémio,
precede-O a sua recompensa.
Como um pastor apascentará o seu rebanho
e reunirá os animais dispersos;
tomará os cordeiros em seus braços,
conduzirá as ovelhas ao seu descanso».
AMBIENTE
O nosso texto pertence ao "Livro da
Consolação" do Deutero-Isaías (cf. Is 40-55). "Deutero-Isaías" é
um nome convencional com que os biblistas designam um profeta anónimo da escola
de Isaías que, provavelmente, cumpriu a sua missão profética na Babilónia,
entre os exilados judeus (embora alguns situem a sua actividade profética em Jerusalém).
Estamos na fase final do Exílio, entre 550 e 539 a.C.
O tempo do Deutero-Isaías é uma época peculiar, com problemas muito próprios.
Muitos dos exilados estão frustrados e desorientados, sem entender porque é que
Deus permitiu o drama da derrota e do Exílio... Outros estão instalados e
acomodados e já não pensam em regressar à sua terra nem esperam nada de Deus.
Na fase final desta época, as notícias das vitórias de Ciro, o persa, sobre os
babilónios, fazem esperar um rápido desmoronar do império babilónico e a
libertação dos judeus exilados... Mas, se essa libertação chegar - perguntam os
exilados - a quem é que deve ser atribuída: a Jahwéh, ou aos deuses persas? Se
é a Jahwéh, porque é que Ele escolheu um estrangeiro e não um membro do Povo de
Deus para realizar a obra maravilhosa da libertação? No caso de a libertação
acontecer, valerá a pena arriscar o regresso e enfrentar as dificuldades do
recomeço? Haverá, ainda, um futuro para esse Povo de Deus que parece ter sido
abandonado por Jahwéh?
O Deutero-Isaías aparece neste contexto. A sua mensagem destina-se a consolar
os exilados (os capítulos 40-55 do Livro do Profeta Isaías chamam-se,
precisamente, "Livro da Consolação") e apontar-lhes novas razões para
ter esperança. O profeta começa por anunciar a iminência da libertação e por
comparar a saída da Babilónia ao antigo êxodo, quando Deus libertou o seu Povo
da escravidão do Egipto (cf. Is 40-48)... Ciro é apresentado como "o
escolhido de Jahwéh", o instrumento de Deus na libertação de Judá. Na
segunda parte do livro, o profeta anuncia a reconstrução de Jerusalém, essa
cidade que a guerra reduziu a cinzas, mas à qual Deus vai fazer regressar a
alegria e a paz sem fim (cf. Is 49-55).
A primeira leitura deste domingo apresenta-nos, precisamente, o prólogo do "Livro
da Consolação".
MENSAGEM
O profeta é, pois, enviado por Deus a
anunciar "ao coração de Jerusalém" que a "consolação" do
Senhor está próxima (vers. 1). A imagem do "falar ao coração" sugere
a relação de amor entre Jahwéh e o seu Povo, entre o amado e a amada... Deus
"fala ao coração" do seu Povo, com amor e ternura, a fim de o
consolar.
Em que consiste essa "consolação"?
Consiste, em primeiro lugar, no anúncio do perdão de Deus (vers. 2). Os
exilados estavam convencidos de que a dolorosa experiência do Exílio era o
castigo para os pecados cometidos pelo Povo de Judá. Viviam angustiados,
afogados em sentimentos de culpa, sentindo-se em transgressão, indignos,
pecadores e afastados de Deus. Neste contexto, Deus diz-lhes: o tempo da
ruptura e do afastamento terminou e chegou o tempo do reencontro, o tempo de
refazer a comunhão e a Aliança.
O profeta utiliza, para expressar esta mensagem de perdão, duas imagens... A
primeira é uma imagem ligada ao universo militar: o tempo de serviço que o Povo
foi obrigado a cumprir já terminou (a palavra utilizada pelo profeta designa
com frequência, na língua hebraica, o tempo de vassalagem forçada, o tempo
obrigatório de serviço no exército); a segunda é uma imagem ligada ao universo
cultual: o castigo que o Povo sofreu foi aceite pelo Senhor, como se se
tratasse de um sacrifício de expiação (esses sacrifícios de expiação que a
liturgia de Israel tão bem conhecia e que serviam para refazer a comunhão com
Deus, depois do pecado do Povo).
Ainda neste enquadramento de "consolação", o autor do nosso texto
apresenta uma misteriosa voz que convida a preparar "no deserto o caminho
do Senhor", a abrir "na estepe uma estrada para o nosso Deus"
(vers. 3-5). O que é que isto significa?
O tema do deserto leva-nos, evidentemente, ao Êxodo... Recorda esse
acontecimento fundamental da história e da fé de Israel que foi a libertação do
Egipto e a viagem da terra da escravidão para a terra da liberdade (viagem que
não foi apenas o percorrer um determinado percurso geográfico mas foi sobretudo
uma viagem espiritual, durante a qual o Povo fez uma experiência de encontro
com Deus, amadureceu a sua fé e passou de uma mentalidade de egoísmo e de
escravidão para uma mentalidade de comunhão e de liberdade).
A referência ao caminho pelo deserto sugere claramente que Deus prepara um Novo
Êxodo para o seu Povo. O profeta anuncia aos exilados que Deus vai traçar um
caminho fácil, direito, glorioso, triunfal, pelo qual os exilados irão passar
da terra da escravidão à terra da liberdade, numa espécie de "reedição
melhorada" do antigo Êxodo. Trata-se de um "caminho" geográfico,
ou de um caminho espiritual? Provavelmente, o profeta não distingue uma coisa
da outra... Ele quererá dizer aos exilados que Deus vai tornar fácil esse
percurso geográfico que eles devem percorrer, alimentando-os, salvando-os dos
perigos, ajudando-os a vencer a fadiga da caminhada; mas, sobretudo, o profeta
quererá dizer aos exilados que Deus lhes vai oferecer, outra vez, a
possibilidade de uma "caminhada espiritual", durante a qual eles
poderão fazer uma nova experiência do amor e da bondade de Deus e redescobrir
os caminhos da comunhão e da aliança. Naturalmente, é preciso que os exilados
preparem o espírito para acolher esta nova possibilidade que Deus oferece,
aceitem confiar em Deus, aceitem o desafio de retornar à Aliança, aceitem
renunciar à escravidão para correr o risco da liberdade.
Na terceira parte, o nosso texto coloca-nos diante de uma nova cena... Um
"mensageiro" (em grego: um "evangelista") eleva a sua voz
sobre uma alta montanha e proclama uma "boa notícia" a Jerusalém e às
outras cidades de Judá: o Deus poderoso do Êxodo ("vem com poder, o seu
braço dominará") conduz pessoalmente o seu Povo de regresso à Terra
Prometida... Ele é o Pastor que reúne o seu rebanho, que o apascenta, que cuida
das ovelhas mais frágeis e as conduz "ao seu descanso", que oferece
de novo ao seu Povo a vida e a fecundidade. A referência às ovelhas mais fracas
e às ovelhas recém-nascidas (objecto de um especial cuidado de Deus, o Pastor)
sublinha o amor, a ternura e a solicitude de Jahwéh pelo seu Povo. Trata-se,
sem dúvida, de uma mensagem de "consolação" destinada a acordar nos
exilados a fé e a esperança.
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão, considerar as seguintes
linhas:
• A mensagem de "consolação"
que a primeira leitura nos apresenta anuncia a esse povo amargurado, desiludido
e frustrado que Deus não o abandonou nem esqueceu e que vai actuar no sentido
de oferecer-lhe de novo a vida e a liberdade. Esta mensagem representa um
extraordinário "capital de esperança", oferecido ao Povo de Deus de
todas as épocas e lugares... Hoje, sentimo-nos esmagados e frustrados porque a
violência e o terrorismo marcam com sangue e sofrimento a vida de tantos dos
nossos irmãos, ou porque os pobres e os fracos são esquecidos e colocados à
margem da história, ou porque parece que a sociedade global se constrói com
egoísmo, com indiferença e com exclusão... O profeta garante-nos que Deus -
esse Deus que é eternamente fiel aos compromissos que assumiu para com os seus
filhos - não está alheado da nossa história, que Ele continua a vir ao nosso
encontro e a oferecer-Se para nos conduzir com amor e solicitude ao encontro da
verdadeira vida e da verdadeira liberdade.
• A mensagem do profeta é
particularmente questionadora para esses exilados que já não pensavam em
regressar à sua terra nem se esforçavam minimamente por escutar os apelos e os
desafios de Deus. Instalados e acomodados, eles haviam perdido a capacidade de
arriscar e a vontade de começar um novo caminho com Deus. A mesma mensagem
interpela todos os homens e mulheres que vivem acomodados nos seus espaços
seguros e protegidos ou resignados a uma vida banal, vazia, cinzenta, insípida,
e convida-os a abrir o coração à novidade de Deus. È preciso correr riscos,
aceitar despojar-se do egoísmo, do comodismo, do materialismo, da escravidão
dos bens, dos preconceitos para percorrer, com Deus, esse caminho de regresso à
vida nova da liberdade.
• Em concreto, o que é que nos impede de
percorrer o caminho que Deus nos propõe e de nascer para uma vida mais livre e
mais feliz? Os bens materiais? A posição social? O comodismo? O medo? O Advento
é o tempo favorável para limparmos os caminhos da nossa vida, de forma a que
Deus possa nascer em nós e, através de nós, libertar o mundo... Quais são os
vales que precisam de ser alteados, os montes que precisam de ser abatidos, os
caminhos que precisam de ser endireitados para que Deus possa vir ao nosso encontro?
• A figura profética do Deutero-Isaías
recorda-nos que é através dos seus mensageiros que Deus continua a oferecer ao
mundo e aos homens a vida, a esperança, a liberdade, a salvação. Sentimo-nos
sinais vivos de Deus e testemunhas da sua proposta libertadora diante dos
nossos irmãos, ou preferimos esconder-nos atrás de uma vida egoísta, cómoda,
instalada, sem compromissos?
SALMO RESPONSORIAL - Salmo 84 (85)
Refrão 1: Mostrai-nos o vosso amor e
dai-nos a vossa salvação.
Refrão 2: Mostrai-nos, Senhor, a vossa
misericórdia.
Escutemos o que diz o Senhor:
Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis.
A sua salvação está perto dos que O temem
e a sua glória habitará na nossa terra.
Encontraram-se a misericórdia e a
fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra
e a justiça descerá do Céu.
O Senhor dará ainda o que é bom
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos.
LEITURA II - 2 Pedro 3,8-14
Leitura da Segunda Epístola de São Pedro
Há uma coisa, caríssimos, que não deveis
esquecer:
um dia diante do Senhor é como mil anos
e mil anos como um dia.
O Senhor não tardará em cumprir a sua promessa,
como pensam alguns.
Mas usa de paciência para convosco
e não quer que ninguém pereça,
mas que todos possam arrepender-se.
Entretanto, o dia do Senhor virá como um ladrão:
nesse dia, os céus desaparecerão com fragor,
os elementos dissolver-se-ão nas chamas
e a terra será consumida com todas as obras que nela existem.
Uma vez que todas as coisas serão assim dissolvidas,
como deve ser santa a vossa vida e grande a vossa piedade,
esperando e apressando a vinda do dia de Deus,
em que os céus se dissolverão em chamas
e os elementos se fundirão no ardor do fogo!
Nós esperamos, segundo a promessa do Senhor,
os novos céus e a nova terra,
onde habitará a justiça.
Portanto, caríssimos, enquanto esperais tudo isto,
empenhai-vos, sem pecado nem motivo algum de censura,
para que o Senhor vos encontre na paz.
AMBIENTE
A Segunda Carta de Pedro apresenta todas
as características de uma "carta testamento", como se o autor,
sentindo aproximar-se a morte, quisesse transmitir uma última e decisiva
mensagem a um grupo de pessoas a quem se sente particularmente ligado
(habitualmente, familiares, amigos ou discípulos).
Em concreto, o autor da Segunda Carta de Pedro dirige o seu
"testamento" aos irmãos da sua comunidade cristã e convida-os a
conservarem-se fiéis aos ensinamentos recebidos, evitando deixarem-se confundir
pelas doutrinas dos alguns falsos mestres. Os crentes devem esforçar-se,
segundo este "testamento", por preparar adequadamente a segunda vinda
de Jesus Cristo, sem se deixarem manipular por doutrinas contrárias ao
Evangelho e ao ensinamento recebido da tradição apostólica.
O autor apresenta-se a si próprio como Simão Pedro, servidor e apóstolo de
Jesus Cristo (cf. 2 Ped 1,1), testemunha da transfiguração (cf. 2 Pe 1,16); no
entanto, é praticamente consensual entre os estudiosos da Bíblia que este
escrito é bem posterior ao apóstolo Pedro. Tudo indica que o autor desta carta
não pertenceu à primeira geração cristã; contudo, é um judeo-cristão com sólida
formação helénica e que conhece bem a vida e a catequese do apóstolo Pedro.
Alguns autores costumam situar a redacção desta carta por volta do ano 125.
MENSAGEM
O texto que hoje nos é proposto
apresenta duas partes, embora estreitamente ligadas uma à outra pelo tema da
parusia (a "segunda vinda" do Senhor Jesus, no final dos tempos). A
primeira integra uma reflexão (cf. 2 Pe 3,1-10) sobre o "dia do Senhor";
a segunda integra uma exortação (cf. 2 Pe 3,11-16) aos cristãos no sentido de
levarem uma vida santa.
Os cristãos dos primeiros tempos estavam convencidos da iminência da chegada de
Jesus para eliminar definitivamente o mal e para instaurar definitivamente o
Reino de Deus. No entanto, o tempo passava e a segunda vinda do Senhor não
acontecia. Os crentes estavam decepcionados e eram objecto da irrisão dos
adversários. É neste contexto que a leitura de hoje nos situa... O autor
explica sumariamente aos membros da sua comunidade cristã as razões pelas quais
o Senhor ainda não veio... A primeira é que Deus não está dependente do tempo,
como nós que vivemos na história ("um dia diante do Senhor é como mil anos
e mil anos como um dia" - vers. 8); a segunda é que Deus é paciente e
pretende prorrogar o tempo da história para dar a todos a oportunidade de
acolherem a salvação que Ele oferece (vers. 9). De resto, não é possível
definir o momento exacto da segunda vinda de Jesus: será algo inesperado e
surpreendente, que os crentes devem esperar vigilantes e preparados.
O que é que significa estar vigilante e preparado? O nosso autor responde a
esta questão na segunda parte do nosso texto (vers. 11-14). Os crentes devem
viver uma vida consentânea com a vocação a que foram chamados - isto é, uma
vida irrepreensível, "santa" (isto é, ao serviço de Deus), cheia de
"piedade", "sem pecado nem motivo algum de censura". Essa
conduta apressará, na opinião do autor da carta, a segunda vinda do Senhor e,
consequentemente, a concretização da promessa desses "novos céus e nova
terra onde habitará a justiça".
ACTUALIZAÇÃO
Considerar, para a reflexão e
actualização, os seguintes elementos:
• A certeza da ressurreição garante-nos
que Deus tem um projecto de salvação e de vida para cada homem; e que esse
projecto está a realizar-se continuamente em nós, até à sua concretização
plena, quando nos encontrarmos definitivamente com Deus. A nossa vida presente
não é, pois, um drama absurdo, sem sentido e sem finalidade; é uma caminhada tranquila,
confiante em direcção a esse desabrochar pleno, a essa vida total em que se
revelará o Homem Novo.
• A questão fundamental que os cristãos
devem pôr, a propósito da segunda vinda do Senhor, não é a questão da data, mas
é a questão de como esperar e preparar esse momento. O autor do nosso texto
deixa claro que o que é preciso é estar vigilante. "Estar vigilante"
não significa ficar a olhar para o céu à espera do Senhor, esquecendo e
negligenciando as questões do mundo e os problemas dos homens; mas significa
viver, no dia a dia, de acordo com os ensinamentos de Jesus, empenhando-se na
transformação do mundo e na construção do Reino.
• A certeza da segunda vinda do Senhor
dá aos crentes uma perspectiva diferente da vida, do seu sentido e da sua finalidade...
Para os não crentes, a vida encerra-se dentro dos limites estreitos deste mundo
e, por isso, só interessam os valores deste mundo; para os crentes, a
verdadeira vida, a vida em plenitude, está para além dos horizontes da história
e, por isso, é preciso viver de acordo com os valores eternos, os valores de
Deus. Assim, na perspectiva dos crentes, não são os valores efémeros, os
valores deste mundo (o dinheiro, o poder, os êxitos humanos) que devem
constituir a prioridade e que devem dominar a existência, mas sim os valores de
Deus. Quais são os valores que eu considero prioritários e que condicionam as
minhas opções?
• A certeza da segunda vinda do Senhor
aponta também no sentido da esperança. Os cristãos esperam, em serena
expectativa, a salvação que já receberam antecipadamente com a morte de Cristo,
mas que irá consumar-se no "dia do Senhor". Os crentes são, pois,
homens e mulheres de esperança, abertos ao futuro - um futuro a conquistar, já
nesta terra, com fé e com amor, mas sobretudo um futuro a esperar, como dom de
Deus.
ALELUIA - Lc 3,4.6
Aleluia. Aleluia.
Preparai o caminho do Senhor, endireitai
as suas veredas
e toda a criatura verá a salvação de Deus.
EVANGELHO - Mc 1,1-8
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo São Marcos
Princípio do Evangelho de Jesus Cristo,
Filho de Deus.
Está escrito no profeta Isaías:
«Vou enviar à tua frente o meu mensageiro,
que preparará o teu caminho.
Uma voz clama no deserto:
'Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as suas veredas'».
Apareceu João Baptista no deserto
a proclamar um baptismo de penitência
para remissão dos pecados.
Acorria a ele toda a gente da região da Judeia
e todos os habitantes de Jerusalém
e eram baptizados por ele no rio Jordão,
confessando os seus pecados.
João vestia-se de pêlos de camelo,
com um cinto de cabedal em volta dos rins,
e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
E, na sua pregação, dizia:
«Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu,
diante do qual eu não sou digno de me inclinar
para desatar as correias das suas sandálias.
Eu baptizo-vos na água,
mas Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo».
AMBIENTE
O Evangelho segundo Marcos parece ter
sido o primeiro dos Evangelhos a ser redigido, certamente antes do ano 70. A
crítica do texto sugere que se trata de uma obra destinada a uma comunidade
maioritariamente composta por cristãos vindos directamente do paganismo,
provavelmente a comunidade cristã de Roma.
O final da década de 60 é uma época difícil para os cristãos em geral e para os
cristãos da cidade de Roma em particular. Por volta do ano 66, o imperador Nero
organizou uma terrível perseguição contra os cristãos da capital do império.
Pedro e Paulo foram mortos nesta altura, juntamente com um número considerável
de outros cristãos. A fidelidade no seguimento de Jesus comportava o risco
contínuo de ver-se desprezado, perseguido e maltratado.
Nesta situação de perseguição e de crise, era necessário afirmar a fé em Jesus
Cristo. Como? Marcos percebeu que era preciso entender correctamente a
identidade de Jesus. Se a comunidade descobrisse em Jesus o Filho de Deus que
veio ao mundo ao encontro dos homens para lhes transmitir a Boa Nova da
salvação, era muito mais fácil manter a fidelidade, mesmo num contexto adverso
de perseguição e de sofrimento. O Evangelho segundo Marcos vai nascer, pois,
com a preocupação de apresentar aos crentes - de forma clara - a verdadeira
identidade de Jesus.
O texto que hoje nos é proposto é o prólogo ao Evangelho segundo Marcos. Nesse
prólogo, o autor enuncia as coordenadas fundamentais do seu Evangelho.
Trata-se, diz o título da obra, de apresentar uma "Boa Notícia"
("evangelho") aos crentes mergulhados na crise e na perseguição. Qual
é essa "Boa Notícia" que deve dar sentido ao sofrimento dos cristãos?
É que esse Jesus, à volta do qual se constrói a vida e a fé da Igreja, é o
Messias libertador ("o Cristo") e o Filho de Deus. Nestes dois
títulos fica definida, quer a missão específica, quer a identidade de Jesus.
MENSAGEM
O corpo central do nosso texto
apresenta-nos a missão de João Baptista (vers. 2-3), a sua pregação (vers. 4),
a reacção dos ouvintes (vers. 5), o seu estilo de vida (vers. 6) e o testemunho
de João sobre Jesus (vers. 7-8).
Qual é, pois, a missão de João? De acordo com o nosso texto, é ser o
"mensageiro" que prepara o caminho para o "Messias",
"Filho de Deus" (vers. 2). A propósito da apresentação da missão de
João, o autor apresenta uma citação que atribui ao Profeta Isaías mas que é, na
realidade, um conjunto de afirmações retiradas do Êxodo (cf. Ex 23,20), de
Isaías (cf. Is 40,3) e de Malaquias (cf. Mal 3,1): "Vou enviar à tua
frente o meu mensageiro, que preparará o teu caminho. Uma voz clama no deserto:
Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas". A acumulação de
citações tiradas da Torah e dos Profetas sugere que João é esse mensageiro de
Deus do qual falavam as promessas antigas, e que devia vir anunciar e preparar
o Povo de Deus para acolher a intervenção definitiva de Jahwéh na história dos
homens.
Em que consistia a pregação de João? João "apareceu no deserto a proclamar
um baptismo de penitência para remissão dos pecados" (vers. 4). De acordo
com a catequese judaica, o Messias só chegaria quando Israel fosse, na verdade,
a comunidade santa de Deus... Antes de o Messias chegar, o Povo devia, portanto,
realizar um caminho de purificação e de conversão, de forma a tornar-se um Povo
santo. O "baptismo de penitência" (literalmente, "baptismo de
conversão" - ou de "metanoia") proposto por João deve ser
entendido neste contexto e representa um convite à mudança radical de vida, de
comportamento, de mentalidade.
Este "baptismo" proposto por João não era, na verdade, uma novidade
insólita. O judaísmo conhecia ritos diversos de imersão na água. Era,
inclusive, um rito usado na integração dos "prosélitos" (os pagãos que
aderiam ao judaísmo) na comunidade do Povo de Deus. Na perspectiva de João,
provavelmente, este "baptismo" é um rito de iniciação à comunidade
messiânica: quem aceitava este "baptismo" passava a viver uma vida
nova e aceitava integrar a comunidade do Messias.
A pregação de João é feita "no deserto". O "deserto" é, no
contexto da catequese judaica, o lugar onde o Povo de Deus realizou uma
caminhada de purificação e de conversão. Foi no deserto que os israelitas
libertados do Egipto passaram de uma mentalidade de escravos a uma mentalidade
de homens livres, de uma mentalidade de egoísmo a uma mentalidade de partilha,
de uma atitude descomprometida a uma Aliança com Jahwéh, da desconfiança em
relação à proposta libertadora que Moisés lhes apresentou à confiança total num
Deus que cumpre as suas promessas e que é fonte de vida e de liberdade para o
seu Povo. A pregação de João lembrava aos israelitas a necessidade de voltar ao
"deserto" e de percorrer um caminho semelhante àquele que os
antepassados tinham percorrido.
Como é que os interlocutores de João reagiam às suas propostas? Marcos diz que
"acorria a Ele toda a gente da região da Judeia e todos os habitantes de
Jerusalém" para serem baptizados, confessando os seus pecados (vers. 5). A
afirmação de que "toda a gente" acorria ao apelo de João parece
manifestamente exagerada... Ao apresentar esta perspectiva ideal da forma como
a mensagem foi acolhida pelo Povo, Marcos está, provavelmente, a sugerir o
carácter decisivo e determinante da proposta que João faz: não é "mais
um" convite à conversão, mas é o último e definitivo apelo de Deus ao seu
Povo.
João "vestia-se de pêlos de camelo, com um cinto de cabedal em volta dos
rins e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre". O estilo de vida
de João - sóbrio, desprendido, austero, simples - é um convite claro à renúncia
aos valores do mundo. É a aplicação prática dessa austeridade de vida e dessa
renovação de atitudes, de comportamentos e de mentalidade que João pede aos
seus conterrâneos. O estilo de vida de João corrobora a mensagem que ele
apresenta.
Além disso, o estilo de vida de João evoca o profeta Elias que, de acordo com 2
Re 1,8, se vestia "de peles" e "trazia um cinto de couro em
volta dos rins". O profeta Elias era, no universo da esperança judaica, o
profeta elevado para junto de Deus e destinado a aparecer de novo no meio dos
homens para anunciar a chegada iminente da era messiânica (cf. Mal 3,22-24). A
identificação física de João com Elias significa que a era messiânica chegou e
que João é o mensageiro esperado, cuja mensagem prepara a chegada do Messias
libertador.
O que é que João diz sobre esse Messias libertador, do qual ele é o arauto e o
mensageiro? João fala da "força" do Messias e define a sua missão
como "baptizar no Espírito". Tanto a fortaleza como o dom do Espírito
são prerrogativas do Messias, segundo a catequese profética (cf. Is 9,6; 11,2).
O Messias terá, portanto, a força de Deus e a sua missão será comunicar esse
Espírito de Deus, que transforma, renova e recria os corações dos homens.
Em resumo: João é o mensageiro, enviado por Deus para preparar os homens para a
chegada do Messias. A mensagem transmitida por João - com a palavra e com a
própria atitude de vida - é um apelo veemente à mudança de vida e de
mentalidade, a fim de que a proposta do Messias libertador encontre lugar no
coração dos homens. João deixa claro que a missão do Messias é comunicar o
Espírito que transforma o homem.
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão, considerar os seguintes
desenvolvimentos:
• Antes de mais, temos de considerar a
mensagem principal do nosso texto... João, o Baptista, afirma claramente que
preparar a vinda do Messias passa pela "metanoia" - isto é, por uma
transformação total do homem, por uma nova atitude de base, por uma outra
escala de valores, por uma radical mudança de pensamento, por uma postura vital
inteiramente nova, por um movimento radical que leve o homem a reequacionar a
sua vida e a colocar Deus no centro da sua existência e dos seus interesses.
Neste tempo de Advento, de preparação para a celebração do Natal do Senhor,
trata-se de uma proposta com sentido: preparar a vinda de Jesus exige de nós
uma transformação radical da nossa vida, dos nossos valores, da nossa
mentalidade... Em concreto, o que é que nos meus pensamentos, nos meus
comportamentos, na minha mentalidade, nos valores que dirigem a minha vida, é
egoísmo, orgulho e auto-suficiência e impede o nascimento de Jesus no meu
coração e na minha vida?
• Deus convida o homem à transformação e
à mudança através desses profetas a quem Ele chama e a quem confia a missão de
questionar o mundo e os homens. Estamos suficientemente atentos aos profetas
que questionam o nosso estilo de vida e os nossos valores? Damos crédito às
suas interpelações, ou consideramo-los figuras incomodativas, ultrapassadas e
dispensáveis? E nós, constituídos profetas desde o nosso baptismo, sentimo-nos
enviados por Deus a interpelar e a questionar o mundo e os nossos irmãos?
• O "estilo de vida" de João
constitui uma interpelação pelo menos tão forte como as suas palavras. É o
testemunho vivo de um homem que está consciente das prioridades e não dá
importância aos aspectos secundários da vida - como sejam a roupa "de
marca" ou a alimentação cuidada. A nossa vida também está marcada por
valores, nos quais apostamos e à volta dos quais construímos toda a nossa
existência... Quais são os valores fundamentais para mim, os valores que marcam
as minhas decisões e opções? São valores importantes, decisivos, eternos,
capazes de me dar vida e felicidade, ou são valores efémeros, particulares,
egoístas e geradores de dependência e escravidão? Como nos situamos frente a
valores e a um estilo de vida que contradiz, claramente, os valores do
Evangelho?
• Ao acentuar o carácter decisivo e
determinante do apelo de João, Marcos convida-nos a uma resposta objectiva,
franca, clara e decidida. Não podem existir meias tintas ou tentativas de
protelar a decisão... Estamos ou não dispostos a dizer "sim" aos
apelos de Deus? Estamos ou não dispostos a aceitar a sua proposta de
"metanoia"? Não chega dizer "talvez" ou "sim,
mas...". Deus espera uma resposta total, radical, decidida, inequívoca à
oferta de salvação que Ele faz. Isso significa uma renúncia decidida ao nosso
comodismo, à nossa preguiça, ao nosso egoísmo, à nossa auto-suficiência e um
embarcar decidido na aventura do Reino que Jesus, há mais de dois mil anos,
veio propor aos homens...
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 2º DOMINGO DO ADVENTO
(adaptadas de "Signes d'aujourd'hui")
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 2º Domingo do Advento, procurar meditar
a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada
dia, por exemplo... Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da
Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos
eclesiais, numa comunidade religiosa... Aproveitar, sobretudo, a semana para
viver em pleno a Palavra de Deus.
2. DURANTE A CELEBRAÇÃO.
– O segundo domingo do Advento é, todos os anos, o de João Baptista. Convite a
"preparar o caminho do Senhor"... A nós que andamos quase sempre no
activismo, reflectimos imediatamente no que devemos "fazer" para
isso... Parece importante ter um sentido penitencial ao longo da celebração. Como
não se canta o Glória a Deus, o rito penitencial pode ser mais desenvolvido,
com um silêncio mais longo entre as várias invocações.
– O Senhor usa de paciência (segunda leitura), toma os cordeiros em seus braços
(primeira leitura). É um Deus cheio de ternura, que nos chama também à ternura.
É preciso que nos preparemos para preparar a sua vinda e, ao mesmo tempo, para
celebrar e anunciar que Ele é um Deus de amor e de ternura, próximo de cada um.
É no amor que Ele é todo-poderoso.
– É sempre para uma conversão (segunda leitura, Evangelho) que somos chamados:
conversão consentida no momento do nosso baptismo, conversão revivida em cada
dia, necessidade de nos virarmos para este Deus de amor para melhor O ver em
Jesus, seu rosto de amor e de ternura. Ao longo da celebração, isso poderá ser
sublinhado através das orações e admonições, através da homilia; ou, se uma
equipa preparou, pode-se distribuir uma folha que ajude a reflectir, a fazer o
ponto, que ajude a uma "exame de consciência" em vista do sacramento
da reconciliação.
3. PALAVRA DE VIDA.
Menos pedras... Mais carne... Podemo-nos ferir se formos contra as pedras no
caminho, ou se uma queda provocar um acidente. Podemos ferir o outro
atirando-lhe pedras. Ficamos feridos no mais profundo de nós mesmos se, em
lugar do coração, tivermos uma pedra. No seguimento dos profetas, João Baptista
veio convencer os seus contemporâneos a arrancar o seu coração se ele for de
pedra, para que um coração de carne aí seja colocado. No deserto ou na margem
do Jordão, ele pregava a conversão, isto é, a mudança total do coração por meio
de um regresso radical para Deus. Ele era sinal da parte de Deus baptizando na
água, gesto de purificação. Ele testemunhava com a sua total disponibilidade
para acolher o Enviado de Deus que baptizará no Espírito Santo. O caminho
estará pronto para que venha Aquele que falará ao coração do homem pedindo-lhe
para amar Deus seu Pai e os homens seus irmãos.
4. UM PONTO DE ATENÇÃO.
Preparemos o caminho do Senhor... Podemos preparar um painel de média dimensão
com a frase: "Preparemos o caminho do Senhor!". Esta frase é, de
certo modo, a mensagem dos textos de hoje: da oração da entrada ao Evangelho,
passando pela primeira leitura e pelo salmo. Este painel deve ser colocado em
lugar bem visível. A oração dos fiéis será composta por intenções que respondam
à questão: "Como preparar o caminho do Senhor hoje?" Esta questão
começa cada intenção e é seguida, em cada vez, do pedido: "Senhor,
ajuda-nos a..." No início de cada oração de intercessão, alguém pega no
painel e coloca-o diante da assembleia durante a oração.
5. PARA A SEMANA QUE SE SEGUE...
Dar espaço para o Senhor... A urgência é seguramente dar a Cristo todo o espaço
nas nossas vidas: limpar o terreno, em suma... Permitir que Ele nasça no íntimo
da nossa vida... O Advento pode ser um tempo de desapropriação, para melhor
encontrar Cristo. Ao longo desta segunda semana, é o apelo que nos é dirigido
por João Baptista: procurar libertar o espaço para o Senhor. Só assim
permitimos que Ele venha!
UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS
PROPOSTA PARA
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 - 1800-129 LISBOA - Portugal
Tel. 218540900 - Fax: 218540909
portugal@dehonianos.org - www.dehonianos.pt
Obrigado Senhor, obrigado Dehonianos!!!
ResponderExcluirEu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo, Adélio Francisco) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
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