Domingo, 15 de novembro de 2020.
Evangelho de Mt 25, 14-30.
A liturgia deste 33º Domingo do Tempo Comum
contínua nos falando sobre a vigilância. A parábola contada por Jesus apresenta-nos
a realidade do Juízo Final. Na semana passada, a parábola
das dez virgens descrevia o julgamento das virgens imprudentes,
que não se prepararam para o encontro com o Esposo. No próximo domingo, Solenidade
de Cristo Rei, ouviremos a sentença do Filho do Homem, que se
assenta no trono para acolher as ovelhas e apartar os cabritos (cf. Mt 25,31-46). Jesus
indica-nos o que podemos fazer para evitar a condenação eterna, contando-nos a
parábola dos talentos. Vimos na parábola das dez virgens que, sem o
óleo da caridade, de nada valem as boas obras, por maiores que elas
sejam. A “parábola dos talentos”
nos aponta para a necessidade de se multiplicar a caridade, multiplicar os dons
gratuitos que recebemos de Deus.
Jesus contou: um homem que, partindo de viagem para o estrangeiro,
chamou os seus próprios servos e entregou-lhes os seus bens. A um deu cinco
talentos, a outro, dois, a outro, um, de acordo com a capacidade de administrar
sua fortuna. Depois de muito tempo, ele voltou e foi ajustar as contas com
eles. Elogiou e recompensou os que fizeram render os talentos a eles confiados
e repreendeu e castigou o que não fez render o único talento recebido. O homem
da parábola representa o próprio Cristo, os servos são os discípulos e os
talentos são os dons que Jesus lhes confiou.
O significado dessa
parábola é claro. Nós somos os servos; os talentos são as condições com que
Deus dotou cada um de nós como: a inteligência, a capacidade de amar, de fazer
os outros felizes, os bens temporais…; o tempo da ausência do patrão é a vida;
o regresso inesperado, a morte; a prestação de contas, o juízo; entrar no gozo
do Senhor, o Céu. Não somos donos, mas administradores de uns bens dos quais
teremos de prestar contas. Jesus espera de cada um de nós que multipliquemos a
sua Palavra, que vivamos e ensinemos os valores do Reino de Deus, que é Ele
mesmo, presente e vivo no meio de nós.
Nós precisamos viver preparados enquanto o Senhor não vem, devemos
fazer o bem sem olhar a quem. Vamos viver acordados, vigilantes, não alienados,
desatentos. Não podemos viver na comodidade, vamos anunciar o Evangelho de
Jesus, os valores do Reino com o nosso modo de viver, agir, falar, enfim com o
nosso testemunho.
A parábola dos talentos é um convite para refletirmos bem sobre a nossa atitude diante dos dons, da
responsabilidade e da missão que cada um de nós recebeu de Deus no nosso
batismo. Não existe ninguém neste mundo que não tenha dom! Interessante que Jesus não o deu
igual para todos, deu conforme a capacidade de cada um. Deus nos presenteia com dons diferentes para atender às necessidades da comunidade, para
nós colocarmos a serviço dos irmãos, da Igreja, do Reino de Deus.
Jesus não vai cobrar aquilo que
Ele não nos deu. Mas isso não significa que não devemos nos esforçar para multiplicar,
usar bem o que ganhamos porque somos responsáveis pelos dons que
recebemos de Deus, por isso devemos multiplicá-los e não enterrá-los.
Como é bom e como é admirável ver cada um colocar
à disposição dos outros o talento que tem! A Palavra de Deus hoje está
justamente nos dizendo isto: quanto mais investirmos no dom que temos, tanto
mais o nosso dom cresce, se torna fecundo e produz mais frutos. Como ocorre com
quem tem o dom de falar, de pregar, de cantar e de cuidar do outro. Algum dom todos
nós temos, é preciso descobri-lo e colocá-lo a serviço dos irmãos e do Reino de
Deus.
Ao contrário, quantos acham que não têm nenhum
dom, não fazem nada para descobrir e fazê-lo multiplicar. Ninguém precisa
invejar ninguém, cada um tem a sua capacidade. Ao invés de ficarmos olhando
para o talento do outro, vamos cuidar mais do nosso, a graça de Deus vem em
nosso auxílio para que o nosso dom se torne cada vez mais fecundo, para que ele
produza cada vez mais frutos de bondade, de amor, paciência, justiça..., onde
quer que nós estejamos.
Não sejamos um operário preguiçoso da messe, inerte,
irresponsável, que não multiplica o dom
que recebemos de Deus! A nossa vida é breve! Por isso temos que aproveitá-la
até o último instante para crescer no amor e no serviço a Deus. Sejamos
vigilantes com o dom que o Senhor nos deu por herança. Jesus quer nos ensinar a
usar muito bem os dons que recebemos.
Todos nós temos
dom para alguma coisa, ou quem sabe temos muitos dons para muitas coisas,
apenas precisamos sair do comodismo. Existem pessoas que gostam apenas de serem
servidas e cuidadas, elas querem apenas que os outros olhem para elas, mas não
são capazes de sair de si, de lutar, de correr atrás e de dar um pouco de si
aos demais.
Vamos nos esforçar para fazer o melhor e dar o
melhor de nós para que o Reino de Deus aconteça com os dons que o Senhor
confiou a nós. O importante é fazer render, valorizar todos os dons que
recebemos do Senhor. Não é a quantidade, o número de dons, mas a
responsabilidade em multiplicar, dar muitos frutos para que o Reino de Deus
cresça e todos cheguem à salvação eterna.
No fim de nossa vida, o que desejamos ouvir?
“Servo bom e fiel... vem participar da minha alegria...” ou “servo mau e
preguiçoso... servo inútil... joguem-no fora... na escuridão... onde haverá
choro e ranger de dente?”
A escolha é nossa! Está em nossas mãos!
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Sábias palavras amo ler os textos da senhora
ResponderExcluirUdi, ótimo texto!
ResponderExcluirVamos usar nossos talentos e dons para olhar e se possível ajudar o outro!! 🙏🙏
Beijos De sua prima Ana Maria
Ana Maria Ramia
ResponderExcluir14/11/20
Obrigada irmãs amadas! Evangelizar é preciso! 🙏🙏🙏🙏🙏
ResponderExcluirEu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo, Adélio Francisco) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
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