REFLEXÃO DO
EVANGELHO DO DIA 17/08/2018
-Mateus 19,3-12
"MATRIMÔNIO
E DIVÓRCIO ".
Estamos quase no
final da Semana Nacional da Família. Quando falamos de "família" ,
logo pensamos no "MATRIMÔNIO". O matrimônio que é o contrato natural
entre o homem e a mulher para uma vida em comum na fecundidade, representa a
missão de colaborar com o Criador na transmissão da vida. Pela Bíblia é visto
como sinal, como "sacramentum " da união de Cristo com a sua Igreja.
São Paulo escreve aos cristãos de Éfeso : "Maridos, amai as vossas
mulheres, como Cristo ama a sua Igreja... É grande este mistério : refiro-me a
relação entre Cristo e a sua Igreja " (Ef 5,25.32 ). Quanto ao casamento
religioso para os cristãos, São Paulo reconhece bom o fato do homem se casar
com uma mulher, "desde que seja no Senhor "(1Cor 7,39).
As
Cartas de São Paulo Apóstolo, nos ajuda muito com relação ao Sacramento do
Matrimônio.
No
Evangelho da liturgia de hoje, nos fala que os fariseus aproximam-se de
Jesus para colocar-lhe um assunto espinhoso, com a intenção de colocá-lo à
prova. A questão posta foi: se o divórcio era lícito ou não, pois todos os
judeus admitiam o divórcio.
Alguns deles pensavam que o homem podia repudiar a sua mulher por qualquer
motivo (por exemplo, se não gostasse de cozinhar ), enquanto que outros
opinavam que deveria existir um motivo proporcionado.
A
proibição do divórcio é, eminentemente, uma defesa da mulher e uma recuperação
do desígnio de Deus, nele o homem e a mulher se unem como iguais para se
transformar num só ser.
As
discussões em torno do divórcio são mais antigas que o evangelho. Nos tempos de
Jesus, a discussão sobre o tema estava polarizada em duas escolas: uma, laxista
por excelência, admitia o divórcio por qualquer motivo: para despedir a mulher
e dar-lhe o libelo [documento] de repúdio era suficiente que tivesse deixado
queimar ou simplesmente enfumaçar a comida, segundo sua interpretação da lei
genérica, que autorizava o divórcio se o marido "descobrisse nela qualquer
coisa inconveniente" (Dr 24,1).
A outra
escola, rigorosa, entendia que a exceção do Deuteronômio se referia unicamente
ao caso de adultério. Os fariseus apresentam este assunto como pergunta
capciosa. Jesus sobe de uma lei positiva, concessão mais que imposição, para a
ordem primordial estabelecida por Deus (Gn 1,27;2,24;5,2).
Naquela sociedade,
dominada pelos homens, uma mulher repudiada devia retornar para a casa de seu
pai levando consigo a desonra que afetaria toda a sua família de origem. A
ameaça de divórcio era uma arma implacável para assegurar a submissão da mulher
a seu marido. Neste contexto, ás palavras de Jesus são sumamente libertadoras.
A proibição do divórcio é, eminentemente, uma defesa da mulher e uma
recuperação do desígnio de Deus estabelecido desde o princípio.
Os
discípulos surpreendem-se diante da exigência de um vínculo indissolúvel (os
fariseus já não intervêm). Jesus não retira o que foi dito, e sim dá outro
passo, propondo outra situação que terá sua razão de ser em sua comunidade: o
celibato voluntário. O celibato cristão é compreensível unicamente a partir do
mistério do reino. Por isso Jesus acrescenta: "Quem puder compreender, compreenda"
.
PERMANECEMOS
NA SANTA PAZ DE DEUS.
- Adélio
Francisco.
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