12
- de Junho - Sexta - Evangelho - Jo
19,31-37
Um
soldado abriu-lhe o lado com uma lança e logo saiu sangue e água.
Hoje
nós celebramos com alegria a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. O
Evangelho narra aquela hora em que um soldado atravessou o lado de Jesus com
uma lança e dali saiu sangue e água.
O
prefácio da Missa de hoje comenta sobre esse fato com as seguintes palavras:
“Jesus, de seu lado aberto pela lança fez jorrar, com a água e o sangue, os
sacramentos da Igreja, para que todos, atraídos ao seu coração, pudessem beber,
com perene alegria, na fonte salvadora”. Entre os sacramentos se destaca a Eucaristia.
Também faz parte dessa fonte salvadora a própria Igreja. Quando falamos em
Igreja, pensamos na vida em Comunidade.
Não
há prova maior de amor do que dar a vida por quem se ama. E esta prova Jesus
nos deu. Quantas pessoas se apegam às coisas da terra e deixam de lado o mais
importante que é Deus! Quando Santo Afonso, o fundador da Congregação
Redentorista, descobriu isto, ele disse para Deus: “Tarde te amei!” Mas nunca é
tarde, como diz o Pequeno Príncipe: “Se vens às quatro, desde as três já sou feliz”.
Deus sabe de que barro fomos feitos e em que mundo vivemos, por isso nos
espera.
Descobrir
que Deus nos ama é descobrir aquele tesouro escondido de que Jesus fala na
parábola, pelo qual compensa vender tudo o que temos. “Vinde a mim vós todos
que estais cansados e abatidos, e eu vos darei descanso e alegria”.
Aprendei
de mim que sou manso e humilde de coração. E nós rezamos: Jesus, manso e
humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
S.
Pedro falou em um discurso: “Irmãos, vós sabeis o que aconteceu em toda a
Judéia, a começar pela Galiléia, depois do batismo pregado por João: Como Jesus
de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Por toda a
parte ele andou fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo
diabo. E nós somos testemunhas de tudo isso” (At 10,37-38). Vamos dar alguns
exemplos de Jesus fazendo o bem:
Quando
ele viu o enterro do filho da viúva Ele ficou com dó da mãe e ressuscitou o seu
filho.
Quando
viu a multidão com fome, Jesus disse para os Apóstolos: “Eu sinto compaixão
deste povo, porque está o dia todo sem comer!” E multiplicou os pães.
Quando
viu a mulher que ia ser apedrejada, entrou no meio e acabou impedindo que o
apedrejamento acontecesse.
Quando
ele estava na sinagoga, e viu lá num canto um rapaz que tinha a mão seca,
chamou-o para o meio e o curou. Ele arriscou ser preso, pois era sábado. Quem
ama arrisca.
Quando
ele viu Zaqueu trepado numa árvore, ficou com dó do baixinho e foi hospedar-se
na sua casa.
Jesus,
manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
No
Séc. XIX, viveu no Japão um grande poeta, chamado Li Pô. Ele é o criador do
gênero poético chamado Ai-kai. Li Pô era apaixonado pela lua. Não se casou por
isso, porque a sua única paixão era a lua. Ele era um cachaceiro, bebia de
frustração, por não poder chegar perto da sua amada e abraçá-la. Suas poesias
são quase todas cantos à lua. Como ficar olhando para a lua cansa o pescoço,
ele ia, à noite, para um lago perto da sua casa, entrava numa canoa, remava até
o meio do lago e ficava quietinho para a água parar. Depois ficava olhando o
reflexo da lua na água e namorando-a, com a garrafa de whiskey ao lado. Numa
noite, ele estava tão bêbado que quis abraçar a lua. Do barco, pulou com os
braços abertos na água, e morreu afogado!
Existe
nos céus outro amor para nós muito melhor. Este é real e desceu até nós, a fim
de nos salvar. Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração
semelhante ao vosso.
Maria
é chamada a Mãe do Belo amor. Vamos, como uma criança, jogar-nos nas mãos dela,
para que nos faça como o seu Filho.
No
magnificat, Maria Santíssima nos fala que, em Jesus, Deus mostrou a força do
seu braço, socorrendo e libertando os humildes e enchendo de bens os famintos.
Que ela nos ajude a amar mais a Deus, pois “amor com amor se paga”.
Um
soldado abriu-lhe o lado com uma lança e logo saiu sangue e água.
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