21- de Junho -DOMINGO - Evangelho - Mc 4,35-41
Para os Judeus o mar era o lugar da morada dos
monstros e dos poderes da morte, onde a frágil vida do homem estava em
constante perigo. Para os membros das comunidades, Jesus parece estar dormindo,
pois não aparece nenhum poder divino para salvá-las das perseguições. É em
vista desta situação de desespero que Marcos na hora de escrever o seu
Evangelho, como resposta positiva para as comunidades se animarem, recolhe
vários episódios da vida que revelam qual o Jesus presente no meio das
comunidades. Com esse episódio Marcos procura abrir os olhos dos membros da sua
comunidade para mostrar-lhes que o contrário da fé não é a incredulidade, mas
sim o medo. E que o medo impede de compreender Jesus como o Senhor da vida, que
triunfa sobre a morte. Jesus é vencedor! Não há motivo para elas terem medo.
Este é o motivo do relato da tempestade acalmada.
As comparações de nossas vidas com o mar são constantes, tanto em
leituras bíblicas, como também em outros tipos de histórias, músicas, livros.
Em outros Evangelhos, em outros momentos o mar também faz parte do cotidiano da
vida e dos ensinamentos de Jesus, basta dizer que alguns de seus discípulos
eram pescadores. Mas por que relacionar tanto o mar com nossa história, nossos
momentos? É simples de explicar: por vezes, nossas vidas estão tão calmas que
parece que nada acontece, nem um vento sopra e tudo parece calmaria, entretanto
não saímos do lugar, a não ser que nosso próprio esforço venha nos mover
ficaremos lá, parados; já em outras situações parece que “as águas do mar da
vida querem te afundar” e se não for à mão de Deus, é difícil sobreviver. É o
que acontece justamente neste Evangelho de hoje, o mar daquelas pessoas está
agitado e por um instante eles acreditam que Jesus simplesmente não se importa,
pois afinal Ele está dormindo enquanto que todos estão em desespero.
Isso, certamente acontece conosco com facilidade, tudo está tão
confuso, turbulento que acreditamos que Jesus não está “ligado” no que nos está
acontecendo. E qual a lição que tiramos desta passagem? Os discípulos resolvem
acordar Jesus e para nós seria como rezar, pedir auxilio, já que neste momento
somos impotentes. E Ele vai lá e faz Sua parte: acalma os ventos e tudo volta
ao normal.
É fácil se identificar com esta situação: os problemas aparecem nos
fazem sentir medo, desespero, e até mesmo desafiam nossa fé! Muitas vezes
julgamos a atitude de Deus, em nos deixar passar por aquela situação e não
fazer nada para mudar, como se estivesse dormindo, mas algo em nós é maior que
o medo e a fraqueza e nos faz pedir, clamar por ajuda, e prontamente Ele vem e
resolve tudo, acalma nossas águas exaltadas.
É preciso confiar e acreditar que Ele está no comando, que apesar
daquele momento, Deus tudo pode e jamais vai nos abandonar, e certamente,
aquela turbulência foi necessária para nosso crescimento, fortalecimento. Jesus
vem em nosso auxílio, acalmar os ventos e nos levar à calmaria. É preciso fé
para crer que o impossível Ele pode realizar.
Pai, concede-me uma fé profunda que permita manter-me sereno em
meio às tribulações desta vida, certo de que está comigo o Senhor. E com ele
tudo vencerei!
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