20 - de Junho-Sábado
- Evangelho - Mt 6,24-34
Buscai
em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado
por acréscimo.
Neste
Evangelho, Jesus nos pede duas coisas importantes. A primeira é para não
servirmos a dois senhores, isto é, a Deus e ao dinheiro. Ninguém consegue fazer
isso, pois acaba pendendo para um dos dois, deixando o outro de lado.
Veja
que Jesus usa a palavra servir, não amar. Isso porque nós temos a tendência de
separar o dinheiro da fé, dizendo que uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Sendo que “a raiz de todos os males está no amor ao dinheiro. Por causa dele,
muitos se afastaram da fé” (1Tm 6,10). O dinheiro traz uma felicidade ilusória.
Nós,
na nossa malandragem de pecadores, poderíamos dizer que servimos ao dinheiro,
mas não amamos a ele, e sim a Deus. Por isso que Jesus coloca a opção, não
entre servir a Deus e servir ao dinheiro, mas entre servir aos dois e servir a
Deus.
A
segunda coisa que Jesus nos pede é: “Não vos preocupeis com o dia de amanhã”.
Um
pouco na frente, Jesus nos pede para sermos como as crianças. “Quem não receber
o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele” (Mc 10,15). A criança não
se preocupa nem com o passado nem com o futuro. Ela vive o momento presente.
O
passado e o futuro devemos jogar nas mãos de Deus. A nossa tarefa é cuidar do
momento presente da nossa vida, e ponto final. Isso elimina grande parte das
nossas preocupações, pois mais ou menos 90% delas são, ou com o nosso passado,
ou com o nosso futuro. E assim deixamos de lado o principal, que é a dedicação
ao momento presente, o único que está em nossas mãos.
“Os
pagãos é que procuram essas coisas”. Isso porque eles não tem fé, e por isso
querem carregar toda a própria vida nas costas, o que ninguém dá conta.
A
preocupação exagerada com o ontem ou com o amanhã nos causa stress, justamente
porque não temos poder sobre esses dois períodos. E sabemos que a stress se
transforma facilmente em depressão, tirando a nossa alegria e felicidade. E o
pior: A preocupação exagerada com o passado ou o futuro nos afasta do
principal, que é cuidar do momento presente. Se nós, por falta de confiança em
Deus, queremos assumir também a parte dele, que é cuidar do nosso passado e do
nosso futuro, certamente a nossa cruz se tornará muito mais pesada. E não
precisa, porque Jesus disse: “O meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
A
lembrança de como Deus nos tem acompanhado até aqui, dá-nos tranqüilidade em
relação ao nosso futuro. O mesmo Deus que estava ontem comigo, estará amanhã
também. Ele não muda, não morre e não trai a si mesmo. A única coisa que ele
pede é a nossa confiança, que é fruto do amor.
Vamos
deixar o amanhã para amanhã; lá Deus nos orientará. Ele não nos dá esta
orientação hoje, porque a nossa memória é fraca e podemos nos esquecer.
Certa
vez, um homem estava dirigindo o seu carro numa cidade grande e desconhecida, e
se perdeu.
Viu
um senhor que vinha na calçada, encostou o carro e lhe perguntou: “Por favor,
como que eu chego a tal lugar?”
O
senhor começou a explicar: “Siga aqui em frente, na terceira travessa vire à
esquerda e no segundo farol entre à direita. Você vai chegar a uma pracinha.
Lá...”
O
homem olhou para o rosto do motorista e percebeu que ele estava tão preocupado
que já havia se esquecido da primeira explicação. Olhou no seu relógio e lhe
disse: “Pode deixar, eu vou com você até lá”.
O
motorista deu um sorriso agradecido. O senhor entrou no carro e os dois foram
conversando sobre os assuntos do momento.
Quando
ia chegando onde deviam virar, ele avisava: “Por favor, na próxima vire à
esquerda”.
O
motorista nem precisava olhar as placas das ruas; sua preocupação era apenas
com o trânsito, isto é, com o momento presente.
Em
nossa vida de peregrinos, Deus é esse nosso acompanhante que sabe o caminho.
Ele não nos explica o que vai acontecer amanhã, porque amanhã ele estará
conosco e nos dirá na hora certa. “Não vos preocupeis com o dia de amanhã.
Olhai as aves do céu!”
Peçamos
a Maria Santíssima que nos ensine a amar e confiar mais no seu Filho.
Buscai
em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado
por acréscimo.
Linda reflexão, parabéns!!!
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