25- de Junho-Quinta
- Evangelho - Mt 7,21-29
Padre
Antonio Queiroz
A
casa construída sobre a rocha e a casa construída sobre a areia.
Neste
Evangelho, Jesus nos conta a bela parábola da casa construída sobre a rocha e
da casa construída sobre a areia. A construção da casa é ouvir a Palavra de
Deus, portanto a diferença não está aí, pois os dois ouviam a Palavra. O que
faz a diferença – rocha e areia – é a prática ou não da Palavra. De fato,
principalmente hoje com os meios de comunicação, todo mundo ouve a Palavra de
Deus. No entanto, só uma minoria a segue.
A
chuva, a enchente e a tempestade representam as dificuldades que enfrentamos na
vida, que querem nos derrubar e impedir a nossa caminhada para Deus. Mas se a
casa está construída sobre a rocha, isto é, se praticar a Palavra que ouvimos,
“tiramos de letra” todos esses obstáculos.
A
Palavra de Deus tem uma força própria, mas supõe a nossa colaboração, a nossa
abertura a ela. Ela entra em nós pelos olhos ou ouvidos, mas não deve parar por
aí e sim ir até a nossa inteligência para assimilá-la e aplicá-la na nossa
vida, depois ir para o nosso coração, a fim de amá-la, e depois ela deve sair
pelas nossas palavras, mãos, pés etc, transformando a nossa vida e nos fazendo
agentes de transformação do mundo.
“Como
a chuva e a neve que caem do céu para lá não voltam sem antes molhar a terra e
fazê-la germinar e brotar, a fim de produzir semente para quem planta e
alimento para quem come, assim também acontece com a minha palavra: Ela sai da
minha boca e para mim não volta sem produzir seu resultado, sem fazer aquilo
que planejei, sem cumprir com sucesso a sua missão” (Is 55,10-11). Essa é a
força da Palavra de Deus. Mas quem a ouve é livre, por isso precisa colaborar,
fazer a sua parte.
Jesus
se refere àqueles que, no dia do juízo final, vão reclamar da sua condenação:
“Senhor, senhor, não foi em teu nome que profetizamos?... Então eu lhes direi
publicamente: Jamais vos conheci. Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal”.
Essas palavras são uma forte advertência para nós, pois a nossa auto avaliação
de santidade nem sempre coincide com a avaliação de Deus. No nosso julgamento
final, o que vai valer é se praticamos ou não sua Palavra. Na parábola do
fariseu e o publicano, o fariseu se julgava santo, no entanto não era.
E
Deus nos fala: A minha Palavra “não é difícil para ti nem está fora do teu
alcance” (Dt 30,11).
Nós
praticamos a Palavra quando obedecemos os dez mandamentos da Lei de Deus e os
cinco mandamentos da Igreja, que aprendemos no catecismo. Cumprindo também os
nossos deveres de estado, na prática da justiça e da caridade.
Deus
deseja transformar o mundo todo, usando a nós como seus instrumentos. O
primeiro passo nosso é ouvir a sua Palavra e a por em prática.
A
nossa vida é como aquela caminhada que o povo hebreu fez no deserto, do Egito
até a terra prometida. Cada dia de manhã, eles desarmavam a sua tenda, punham
nas costas e caminhavam mais um pouco. Isso dura a nossa vida toda, pois só no
dia da nossa morte é que teremos chegado, ou não, à terra prometida, que é o
céu. Sempre há algo a melhorar, a aprender e a caminhar. Vivendo e aprendendo,
aprendendo e ensinando.
Havia,
certa vez, um casal que morava na roça e não tinha filhos. Um dia, a esposa
resolveu abandonar o marido e fugir com outro homem. Ele ficou muito abatido,
mas levantou a cabeça. Como não tinha quem cozinhasse, deixou a roça e foi
morar na cidade. Arrumou emprego e morava numa pensão. Os anos se passaram e
ele nunca mais teve notícia da esposa. Um dia, ele viu na rua a sua esposa.
Estava magra, acabadinha, mal vestida e triste. E o pior: carregava uma sacola
e pedia esmolas. Ele foi seguindo-a, atrás, disfarçadamente, e a viu entrar num
bar. Ele foi depressa e entrou pela outra porta, sem que ela o visse. Ela
começou a pedir ajuda para todos os homens que estavam ali. Ele então
aproximou-se dela por trás e lhe deu todo o dinheiro que tinha. E logo se
escondeu atrás de uma coluna, para que ela não o reconhecesse. A mulher
estranhou a generosidade, mas aceitou a ajuda e agradeceu com um “muito
obrigado”, mesmo sem ver quem era. Ele procurou o dono do bar e lhe pediu que
desse para aquela mulher duas refeições por dia, que ele pagava. Mas, enquanto
ele fala isso, ela reconheceu a sua voz. Chorou de vergonha, mas o marido a
acalmou, dizendo-lhe: “O que passou, passou. Vamos reiniciar a nossa vida a
dois, conforme juramos no Altar.
Percebemos,
neste casal, que ele construía a sua casa sobre a rocha, e ela, sobre a areia.
Felizmente ele agiu como Deus, mesmo após uma traição, continua amando e
protegendo a pessoa que ama.
Queremos
ser como Maria Santíssima: olhar para Deus, abrir o braços e dizer: “Eis aqui o
escravo, a escrava do Senhor. Faça de mim como o Senhor quiser”.
A
casa construída sobre a rocha e a casa construída sobre a areia.
Padre Queiroz; ótima reflexão, e muito bonita, sou ministro da palavra e do matrimonio na minha paróquia, gosto muito deste evangelho nas minhas celebrações de casamento. Um grande abraço, e que Deus continue com as mãos sobre o senhor, e em toda essa equipe deste blog.
ResponderExcluirPadre Queiroz; ótima reflexão, e muito bonita, sou ministro da palavra e do matrimonio na minha paróquia, gosto muito deste evangelho nas minhas celebrações de casamento. Um grande abraço, e que Deus continue com as mãos sobre o senhor, e em toda essa equipe deste blog.
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